segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O pêssego que afinal era um limão

Uma regra extremamente simples da teoria financeira é a de que não é possível fazer arbitragem pedindo dinheiro emprestado num lado, para o ir depositar noutro e fazer um lucro decente no processo sem grande esforço. Caso fosse possível, haveria uma fila enorme à porta do Banco que concedia o empréstimo, o que o faria elevar a taxa de juro cobrada e uma fila tão grande quanto a permitida pelos contratos de empréstimo no primeiro Banco, à espera para fazer o depósito, o que faria a segunda instituição diminuir o retorno que dava aos investidores ao ver tamanha procura.
No caso do Sr. Madoff, nenhum investidor achou isto estranho.
O Sr. Espertalhão entrava no escritório do Banco Privado Português, pedia emprestado o montante de 10 000 000,00 de euros, a uma taxa de 8% e ia investir num fundo dum Sr. Madoff que prometia 10% a 15%, não havendo anos maus (certeza de retornos???? Só se for num mundo perfeito, que não este onde vivemos).
O Sr. Espertalhão ficava com salário de administrador de banco sem o mínimo esforço e isto não soa estranho a ninguém? E se houver uns milhares de Srs. Espertalhões, todos se conhecem, nenhum deles acha estranho de onde vem o dinheiro que os faz ricos ao ritmo das fases da lua?
O que é certo é que só pessoas como o Sr. Dias Loureiro sabem transformar a água em vinho e para isso acontecer, não podem haver milhares de outros jogadores na jogada, só dois ou três. É elementar que todos os contribuintes têm de ficar mais pobres para que alguns fiquem muito ricos.

Motivos do nosso atraso económico III

Jorge Coelho e Dias Loureiro (notícia do Público)

Motivos do nosso atraso económico II

BPN (notícia do Correio da Manhã)

ou

BPN (também no Correio da Manhã)

ou

BPN (notícia do Público)

Motivos do nosso atraso económico I

CTT (notícia TSF)

Um feliz Natal

Estes dias que antecedem o Natal são sempre especiais, compras, iluminações, árvores de Natal gigantes e algumas mais pequenas em casa... Enfim, nesta altura especial temos um bocadinho mais de fé na raça humana e parece tudo um pouco melhor.
Não fossem alguns pequenos problemas, insignificantes como diz o governador do Banco de Portugal, desde os problemas domésticos com a justiça (cada vez mais nas ruas da amargura), a luta dos professores, o caso das offshore do BPN, o escândalo do BPP, a venda de património do Estado a particulares que o vendem no mesmo dia com 35% de lucro, as reforma inaceitáveis de funcionários públicos, as nomeações de outros funcionários públicos e a subida ao pelotão da frente em matéria de carga fiscal sobre o contribuinte e 2008 acabava bem.
Já agora, a nível internacional será interessante acompanhar a novela Madoff (ou como os clientes sofisticados, bancos de investimento, autoridades de supervisão, auditoras, contabilistas, etc. não repararam que estavam sentados em cima de um monte de estrume).
Mal posso esperar pela próxima visita ao Santander para mais uma troca de argumentos com o gestor de conta acerca de activos financeiros...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Retorno

A partir desta data, pontualmente, irei colocar algumas definições e breves explicações que permitirão ajudar a ler melhor a secção de economia de um jornal.
A primeira definição, é a de RETORNO. Retorno é a taxa de medição base em finanças, daí a sua importância em qualquer análise. As taxas de retorno são taxas de crescimento, que indicam a que velocidade está um investimento a crescer. Quando se trata de um empréstimo, a taxa de retorno é também conhecida por taxa de juro.

Matematicamente: r = (Ca - Co)/Co

Em que Ca é o valor no momento actual e Co é o valor no momento inicial.

Retorno das acções da BRISA (8/12/08 a 12/12/08):

r = (5,28 - 5,75)/5,75 = -8,17%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CIRES

A Companhia Industrial de Resinas Sintéticas, S.A. está a ser alvo de Oferta Pública de Aquisição por parte de um dos seus accionistas a empresa Shin Etsu International Europe B.V. que tem sede na Holanda. Não houve nenhum frenesim na corrida aos títulos da CIRES na bolsa porque não existem acções dispersas em número suficiente para provocar grandes alterações.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Políticos modernos

José Sócrates e Teixeira dos Santos têm ambos o hábito de não falar verdade, coisa corrente em véspera de eleições. José Sócrates, como que por magia, antecipando-se à divulgação pública dos números, mudou o seu discurso de oposição a quaisquer previsões internacionais de maus resultados da economia portuguesa no 3.º trimestre de 2008 e foi ele mesmo dias antes da tal divulgação pública a mudar o discurso (é de salientar que ele já estava na posse dos números). Já Teixeira dos Santos é menos discreto e cai facilmente em descrédito. Depois de tanta promessa de pagamento a fornecedores, coisa que não acontece, também a promessa de reembolso de IVA a tempo não acontece...
Ainda vamos assistir no final do tempo de José Sócrates a uma comunicação ao país, semelhante à de George Bush acerca da guerra no Iraque, acerca de parcerias público privadas. A guerra no Iraque tem um custo fiscal de cerca de $ 6000 por segundo, coisa que passou ao lado da comunicação de Bush. Certamente que José Sócrates não precisará da política depois de ser primeiro ministro (até chegar a altura da candidatura à presidência) e verá o pântano de longe, talvez em Paris, ou lá mais para norte...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Previsível

Depois de a 16 de Maio ( do ano de 2008) ter afirmado que as obras que decorriam na E. N. 109 eram uma verdadeira palhaçada, confirma-se agora, com a chuva de que o trabalho foi realmente de qualidade.
Enfim, talvez alguma porta enriquecedora se abra após a actividade política para alguém.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

BPP e o rumo lastimoso

O ministro Teixeira dos Santos, há muito pouco tempo nomeado pior ministro das finanças da união monetária, depois de mostrar que não conhece o orçamento decidiu partir para a galeria dos piores de sempre.
Em primeiro lugar, o episódio do último banco sem controlo, onde surge um anúncio de que o BPP necessitava de um empréstimo de 750 milhões de euros, recorrendo ao aval do Estado para contrair o desejado junto de outras instituições bancárias. O processo foi rejeitado pelo Banco de Portugal, devido à fraca contribuição do banco para o financiamento da economia (questão discutível, mas aceita-se). Até aqui tudo bem, até que, num momento de autêntica estupidez, surge a solução. O que deve ter dado origem a uma conversa deste género:

João Rendeiro: Necessitamos de um empréstimo de 750 milhões de euros e vamos recorrer ao aval do Estado Sr. Ministro para facilitar a obtenção do mesmo.
Teixeira dos Santos: Nada disso, a vossa contribuição para o financiamento da economia é insignificante (...)
Teixeira dos Santos: Já sei! Encontrei a solução para o vosso caso! Não vos deixamos usar o aval do Estado para obter o financiamento. O que vamos fazer é obter-vos um financiamento e para o facilitar, vamos dar-vos um aval do Estado.

Parece ridículo mas é verdade.
Em segundo lugar, a proposta da Comissão Europeia para baixar impostos não se pode aplicar em Portugal porque simplesmente a consolidação do governo fez-se pelo aumento dos impostos, logo a classe média não pode pagar menos impostos (é uma questão muito simples e a fórmula é repetida ao longo dos anos).
Em terceiro lugar, o Estado prepara-se para manter o défice sobre controlo à custa das décadas seguintes. São só uns milhares de milhões escondidos em parcerias Público-Privadas, uma maravilha para os privados.
Por último, quando Teixeira dos Santos fica contente pela baixa da taxa de referência do BCE, está apenas a pensar na borrada que fez, que vai ser ligeiramente atenuada pela baixa de juros (é a mesma receita usada no governo do Sr. Guterres), a última preocupação do Sr. Ministro será o bem-estar dos portugueses.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mais uma que perde qualquer credibilidade...

Poderia aplicar-se à Ministra da Educação mas o verdadeiro prémio tem de ir para a Sr.ª Ana Jorge. Perguntem ao secretário de Estado... Ou então façam contas...
Podiam criar o prémio Al Sahhaf* para o melhor político do ano.

*Famoso ex-ministro da informação iraquiano.

BPN

Não serei a pessoa mais indicada para comentar o caso BPN, nem sequer é um caso de escudo fiscal, esse ainda poderia comentar, visto ter alguma experiência com preços de transferência. É apenas e só um caso de fraude, uma corja que provavelmente bebe mojitos no Panamá, ou no Brasil (talvez aí sejam caipirinhas), onde os noticiários não passam estas notícias.
O que parece ser certo é que encaminha-se para o mesmo resultado do "Apito Dourado", do "Casa Pia", da "Operação Furacão", etc.
O único facto novo nisto tudo é que o Sr. Azevedo* se sente neste momento como um acólito.

*Famoso ex-presidente do S.L. Benfica

sábado, 8 de novembro de 2008

Futebol

O comportamento desportivo do F.C. do Porto este ano é equivalente à prestação de contas que fez, relativamente ao exercício de 2007/2008.
Um clube que cada vez depende mais das transferências de jogadores, diminuindo o que devia ser mais importante para um clube, os proveitos de bilheteira, televisão e produtos comerciais.
Ao mesmo tempo assiste-se ao aumento dos custos com pessoal, representado um valor insuportável, quando excluído o item das transferências de jogadores. O passivo do clube cresce ao ritmo de 2 dígitos e continua a violação do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais (sócios pouco dispostos a perder mais dinheiro?). Salva-se o facto de ser campeão pelo terceiro ano consecutivo, o que significa simplesmente que ou a concorrência se encontra pior ou que como já foi verificado noutras ligas, os resultados desportivos no curto prazo não necessitam de apoiar-se numa situação económica equilibrada (um ponto contra o Soares Franco?!). Por outro lado, facto que parece ser confirmado por alguns estudos efectuados em Espanha, o correcto plano de aquisições, um plantel equilibrado em todas as posições e a idade média dos jogadores representam têm um forte reflexo nos resultados desportivos (poderá explicar os resultados do Benfica este ano). No entanto, a médio prazo, mais uma vez os resultados em Espanha são fatais, a estabilidade económica é sinónimo de sucesso, o que explica a incapacidade dos clubes portugueses manterem um padrão de resultados ano após ano consistente (montanha russa do Estrela da Amadora ou do Vitória de Setúbal?).

Can change happen?

Foto: Reuters

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Curiosidades

Os bancos mundiais provavelmente tornaram-se grandes demais para falir, como alguém disse.
Além de um simpático plano Paulson nos E.U.A., 700 mil milhões de euros, os senhores da banca americana já andam, como quem não quer a coisa, a dizer que não chega. Falta um novo pacote de ajuda mais ou menos equivalente ao primeiro, desta vez injectado no capital próprio dos bancos.
Uma coisa que eu acho estranha nesta crise é que não li em jornal nenhum qual era o plano de salvação da banca proposto pelos governantes das Ilhas Caimão, Bermuda, Panamá, Bahamas, etc. Estranho, levando em conta a quantidade de empresas financeiras nestas economias.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Banco Central Europeu

Mais uma vez, ao contrário do que acontece do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu manteve-se mais ou menos em silêncio (passivo dirão alguns), deixando o esforço de acalmar o mercado para os representantes dos países.
Parece-me de todo uma postura correcta, uma vez que o Banco Central Europeu, ou melhor, o conjunto dos Bancos Centrais da zona Euro não têm activos que permitam o tipo de afirmações que foram feitas, nem estão perto de poder salvar o conjunto dos bancos da zona Euro. Quando o nosso venerável ministro das finanças vem a público garantir que não haverá problemas com nenhum banco português, suponho que alguém o informou das diferenças de activos detidos pelo conjunto dos bancos portugueses e o rácio desses activos para os do Banco de Portugal não? No entanto, o que não faltou foi a promessa de fundos ilimitados e facilmente se entende que, a única possibilidade que o Banco Central Europeu teria de alinhar numa brincadeira dessas, caso a coisa ficasse realmente complicada era fazer dinheiro sem parar. Do mesmo modo, no Reino Unido foi afirmado, realisticamente, que a salvação só viria para um conjunto muito restrito de bancos, caso se viesse a verificar o pior cenário, uma vez mais, um Banco Central ao intervir não quis alarmar as pessoas, mas pelo menos não mentiu.
Nos Estados Unidos a encenação continua como sempre. Apesar do mercado de crédito representar em activos quase 75% dos activos dos bancos comerciais, está tudo bem, o Paulson resolve, se não resolver arranja-se mais um pacote, quem sabe dois pacotes mais, os bolsos do FED não têm fundo, já não se entende a diferença entre o Bush a falar de Economia e o Bernanke a falar de salvação. Quem sabe não começam um culto.
Mas os tipos do BCE é que são uns idiotas, estão lá na Eurotower, não aparecem, não dizem que está tudo bem, um até disse esta semana que estava tudo mal. É que nem a mãe do Jean Claude confia no que ele faz.

domingo, 19 de outubro de 2008

Mais um fiasco?

Hugo Chávez, presidente mais ou menos democrático da Venezuela está deliciado com a crise financeira que afectou os E.U.A.. Até aqui nada de novo. Contudo, os E.U.A. são os principais importadores de petróleo venezuelano, cerca de 10% da produção da Venezuela.
Uma crise nos Estados Unidos (e no resto do mundo) são más notícias para o Presidente Chávez, que dirige um país com uma inflação de 36%, com um orçamento de Estado que depende em 50% das receitas de petróleo, sendo o petróleo 95% das exportações da Venezuela (das legais pelo menos). Para o governo do país cumprir os seus compromissos este ano necessita de um preço do petróleo acima de 90 dólares, o que parece pacífico, dada a cotação a que esteve a maior parte do ano. O orçamento de Estado para 2008 foi de $ 64 mil milhões, sendo que para 2009 o orçamento de Estado anda nos $ 79 mil milhões. É aqui que Portugal entra na história, porque o nosso governo fez um esforço significativo e assumiu alguns compromissos com o governo da Venezuela. A minha questão, que será a de mais pessoas, mas que não será um assunto muito divulgado na imprensa, é o que acontece às empresas que vão exportar para a Venezuela quando o governo (o deles) não conseguir cobrir o preço das importações com o dinheiro do petróleo? Afinal de contas quem é que vai dar a garantia para as nossas exportações? É a Caixa Geral de Depósitos? É algum banco venezuelano? É o próprio governo? É que a ser assim, mais valia fazer já o orçamento rectificativo.

sábado, 18 de outubro de 2008

José Sócrates

Há conceitos difíceis de entender. Para o nosso primeiro ministro, o conceito de variações relativas e de variações absolutas é um verdadeiro enigma. Provavelmente não deve ter sido uma disciplina leccionada por António José Morais. Ou talvez nesse dia o Sr. Professor estivesse a comer bacalhau no centro comercial.

O problema do futebol

O Abel Cunha tem levantado algumas questões acerca do desporto em geral e acerca da forma como é financiado.
Como adepto do F.C. do Porto, eu tenho duas opções, ou torno-me assinante da SportTV e assisto aos jogos na comodidade da minha casa, ou tenho a possibilidade de assistir aos desafios ao vivo no estádio do Dragão (ou em qualquer outro estádio). Desta forma, eu decido atribuir parte do meu rendimento (e do meu tempo) a este bem económico. O que já não é aceitável para mim, uma vez que não considero o futebol como algo essencial para a minha vida, é que uma câmara municipal ou o governo decidam aplicar os meus impostos a financiar um clube que se diz profissional.
Seriam necessários uns bons anos de crescimento económico (o que não parece ser o caso de 2005, 2006, 2007, 2008 nem o será de 2009) para que o salário do português médio seja equivalente ao salário médio do jogador de futebol das chamadas ligas profissionais.
Há no distrito de Aveiro, nos dias que correm devido à crise na Câmara de Aveiro, cada vez mais clubes com modalidades "profissionais" a não se resignarem com a falta de apoio público, sendo o Estado (todos nós), o principal patrocinador do desporto "profissional". No entanto, compreendo que uma grande parte das pessoas ainda pense que o Estado deve pagar, não fazendo a mínima ideia de onde vem o dinheiro (como acontece com o desporto na Madeira, onde os impostos dos portugueses financiam mais de uma dezena de clubes com modalidades "profissionais").
Não creio porém que, o Estado deva ser excluído da responsabilidade da prática do desporto na juventude, esta deveria passar mais pelas escolas do que pelas colectividades locais.
Suponho que ainda há uma grande parte da população portuguesa que na possibilidade de escolher preferiam ver o filho a levantar a taça da liga dos campeões do que ser laureado com o prémio Nobel.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Porque será?

Na página do programa "novas oportunidades" aparecem testemunhos de pessoas para quem o programa foi um sucesso. Não entendo porque não incluem nos testemunhos uma daquelas pessoas que poderia dizer está lá para não perder o rendimento social de inserção por exemplo. São bem mais de sete.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Europa

Para todos os que pensam que a Europa é um continente acéfalo e que anda a reboque dos E.U.A. ficou aqui explícito que por cá as pessoas não estavam a dormir.
O Sr. Paulson deve ter ficado sem algum cabelo que lhe reste na cabeça quando viu que a União Europeia tem um plano mais eficiente do que o dele, com um valor 3,5 vezes maior do que o dele (um pouco mais de 2500 milhões de dólares).
Por cá, apesar de a maior parte das pessoas não ter reparado que o BPN tropeçou, o Primeiro Ministro fez o que lhe competia e alinhou com os restantes países da Zona Euro e deu um aval para retirar a pressão que sufocava a banca lentamente. Fora da Zona Euro, o governo inglês mostrou que não brinca quando se mexe no seu sector financeiro, não deixando espaço para especulação sobre o futuro dos seus bancos (ao contrário dos E.U.A.), se já não o tinha mostrado antes.

Afinal o mundo não terminou

Cotadas do PSI-20 apreciam mais de 5 mil milhões em dia de subidas recorde na bolsa

Fonte: Jornal de Negócios

domingo, 12 de outubro de 2008

Canelas e os outros

Em Estarreja, excluindo o projecto do parque industrial, não há um processo de planeamento estratégico territorial. Não há um projecto estruturante e atractivo, definido para as freguesias mais pequenas do concelho e a tentativa de participação feita pelos cidadãos não tem efeito prático.
Se há planeamento urbanístico, este não responde claramente às solicitações sociais.

Sem comentários

O vasto e extravagante mundo dos pequenos gastos do Estado.

Notícia do Público

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Economia real

Numa altura de debate sobre orçamentos, negociações salariais e coisas análogas, era importante alguém falar sem ter o discurso escrito por outro alguém. Apesar do momento de crise em que grande parte dos países se encontra, não sendo o nosso excepção (no curto prazo, uma recessão, provoca grandes variações do produto, emprego e do investimento) no entanto, no longo prazo, o produto por trabalhador tende a estabilizar o rácio de capital para o produto mantém-se perto de constante e assim sendo os salários deveriam crescer ao mesmo nível do produto. O que realmente tem um nível de correlação significativo com o crescimento (que a seu tempo levará ao crescimento dos salários como desejado) é o nível de educação da força laboral e o nível de poupança da nação (vá-se lá saber porquê, não é o forte desta pequena nação). Claro que a realidade não importa muito nestas coisas, o que interessa é fechar mais uns milhares de olhos, garantir votos (quotas no caso dos sindicatos) e fazer de conta que o país vai crescer com maiores salários para a função pública, subsídios a empresas condenadas, etc.
Por outro lado, há factores que perturbam o crescimento, como é o caso dos impostos, a inflação, ou a corrupção (coisas inexistentes por aqui nos últimos anos).

O fim do mundo aproxima-se...

E enquanto isso não acontece, comprei mais umas acções das empresas do costume EDP e SONAE SGPS e não tenho pressa para vender...
Por falar em acções, após uma análise mais demorada sobre as contas da EDP Renováveis, eu diria que quem comprou acções na OPV vai esperar uns bons tempos até recuperarem o dinheiro (eu não susteria a respiração).

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Dilbeek

A ideia apresentada no post anterior está longe de ser original. No entanto, no município de Dilbeek, na Bélgica, resultou numa diminuição do lixo produzido por habitante em 60 % num curto espaço de tempo, apenas 6 meses. Em Landkreis Schweinfurt na Alemanha o resultado ficou-se pelos 46 %.

Estarreja mais limpa

Na página da Câmara Municipal de Estarreja (aqui), está um resumo acerca de da quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) produzidos e dados sobre a sua recolha. A recolha de RSU é onerosa e os habitantes do concelho não têm qualquer tipo de incentivos para redução da sua produção. Pela análise da tabela apresentada (quantidade de RSU) pode concluir-se uma de duas coisas, ou o aumento é assustador ou há uma falta de qualidade enorme na recolha de dados o que inviabiliza qualquer análise. Assumindo a primeira das hipóteses, apesar do quadro colorido apresentado para a quantidade enviada por cada estarrejense para reciclagem (talvez aqui uma análise temporal mais longa demonstrasse que apenas faltavam alternativas no passado), os estarrejenses necessitam de um incentivo para não sujar tanto. Ao contrário do que é dito na página da C.M.E. a recolha de sacos à porta de casa não é uma coisa má, devia era ser bem aproveitada. Como as pessoas respondem a incentivos, a melhor solução para melhorar o problema é tornar mais oneroso a produção sem triagem e gratuita a recolha nos ecopontos. Isto poderia ser feito através da criação de um sistema de recolha de lixo apenas de sacos pré-seleccionados, com determinadas características, que os identificariam bem. Estes sacos poderiam facilmente ser vendidos na mercearia do bairro, ou nas juntas de freguesia. Apesar de a venda de sacos não ser mais do que uma taxa camuflada, suponho que seria um bom exemplo dado por Estarreja ao resto do país. Além de que é simplesmente disparatado, como alguém lhe chamou, criar um cluster do lixo. A criação de aterros e novas lixeiras não é solução.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Banco Central Europeu

29 September 2008 - Conduct of a special term refinancing operation

The Governing Council of the European Central Bank (ECB) decided to conduct a special term refinancing operation. The aim of this operation is to improve the overall liquidity position of the euro area banking system.

The operation will be carried out as follows:

  • It will be conducted today through a standard tender procedure, using a variable rate tender with no pre-set amount.

  • It will be settled on Tuesday, 30 September 2008 and will mature on Friday, 7 November 2008.

The ECB will continue to steer liquidity towards balanced conditions in a way which is consistent with the objective to keep very short term rates close to the minimum bid rate.

The special term refinancing operation will be renewed at least until beyond the end of the year.


Fonte: Comunicado emitido pelo Banco Central Europeu hoje, 29 de Setembro de 2008.

Notícias que não nos interessam

Como Portugal não tem um quilómetro de costa, a viragem da União Europeia para o mar não tem qualquer impacto nas decisões ou estratégias nacionais. O que é realmente importante saber é se pessoas do mesmo sexo podem casar ou se os deputados do Partido Socialista têm liberdade de voto na matéria.
Entretanto o plano da U.E. é que as auto-estradas dos mares estejam em funcionamento a partir de 2010. Um grande passo foi dado com a aprovação de uma linha de crédito de 250 milhões de euros para a italiana Atlantica SpA di Navigazione concedido pelo Banco Europeu de Investimento através do Unicredit. Entretanto, enquanto os barcos que serão os maiores do seu género a operar no mediterrâneo não começam a operar, os estaleiros navais Fincantieri irão dedicar-se à produção destas embarcações, empregando centenas de pessoas no processo. O valor concedido pelo Banco Europeu de Investimento nem é muito significativo considerando a dimensão do grupo Grimaldi e a sua dimensão mas é o rumo que conta.

Colapso à vista?

O grande plano para salvar o sistema financeiro falhou. Provavelmente haverá algum tipo de plano B mas não deixou de ser estranho ver os Republicanos votar 2-1 contra esta proposta. Cá, na velha Europa, o Reino Unido foi o primeiro a ficar com os activos de risco de um banco falido, tendo o restante ido parar a um conhecido banco espanhol (de boa saúde financeira???). O que isto significa é que o governo retira do mercado um factor de instabilidade, como pretendiam fazer nos E.U.A., mas ao mesmo tempo sujeita-se a comprometer o crescimento do país e a sobrecarregar os contribuintes com impostos (não estou a ver o governo britânico nem o dos E.U.A. com grandes contas bancárias, fruto de anos de saldos orçamentais positivos). Parece que havia uma grande contestação pública ao plano Paulson-Bush-Bernanke porque as pessoas mais ou menos entendiam que a médio prazo aquilo lhes vai sair da carteira (inflação?). Caso se verifique que os E.U.A. estão em recessão, esta crise financeira é só o princípio da tempestade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

CUF Estarreja

A aposta no pólo da CUF - Químicos Industriais, S.A. em Estarreja é para continuar, assistindo-se mesmo ao aumento de capacidade instalada. Não que traga empregos novos ao concelho, é contudo uma boa notícia. Quem o garantiu foi Vasco Mello em entrevista ao jornal Público (a parte dos postos de trabalho é da minha responsabilidade).

CNB Camac


A CGTP, através do seu secretário geral, chegou a mais uma empresa com problemas para atirar gasolina para a fogueira. Não há nada de novo neste facto, sendo normal um representante da CGTP agitar os trabalhadores de empresas em final de vida, procurando nada mais do que visibilidade e protagonismo barato.
Se o Sr. Carvalho da Silva acha que a Camac é uma empresa com viabilidade, apenas tendo de implementar uma estratégia diferente, porque é que não coloca o dinheiro da CGTP (que não é pouco) à frente e toma o desafio empresarial? Afinal a actual administração da empresa nada vai fazer...
Tinham aqui uma verdadeira possibilidade de fazer história reforçando o seu prestígio e o seu poder na sociedade. Quem sabe não estávamos perante um paradigma empresarial?

Um pouco menos de liberalismo

Sr. Especulador por favor não seja tão óbvio nestes tempos agitados...
Notícia do Jornal de Negócios (aqui).

Obrigado Ben...

E restantes governadores de Bancos Centrais. Ontem adquiri algumas acções da EDP e da SONAE SGPS e hoje, há pouco, vendi a EDP por 2.91 € (7.38 % brutos) e a SONAE por 0.60 € (7.14 % brutos). Um lucro moderado, porque as minhas disponibilidades no próprio dia também eram moderadas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Voltar ao mercado


Para mostrar algum optimismo, hoje comprei acções da EDP a 2.71 € e da SONAE SGPS a 0.56 €.
Um investimento que espero de muito curto prazo.

Em entrevista

Hoje, Quinta Feira, Fernando Ulrich estará na Grande Entrevista na RTP. O mesmo Fernando Ulrich que há alguns meses dizia, na mesma RTP, na altura no Prós e Contras, que daí a alguns meses as pessoas olhariam para trás e veriam que essa segunda feira seria vista como o ponto de viragem da crise (algo deste género).
O senhor além de CEO do BPI é também o responsável pela gestão de activos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Where did it go wrong?


Imagem: Reuters

O pesadelo americano


O Dow e o NASDAQ voltaram a cair mais de 4% hoje. A confiança nos bancos (especialmente os de investimento) afunda-se.

Imagem: Reuters

O primeiro abutre

O Barclays do Reino Unido atirou-se com unhas e dentes sobre a carcaça do Lehman Brothers e, num negócio relâmpago, ainda o lúgubre sino tocava, apanhou para si num negócio praticamente impossível antes da crise a unidade de corretagem do Lehman Brothers.

E na Europa a (não existente) crise...

O nome a ter atenção na Europa, mais propriamente no Reino Unido, é o HBOS. O governo britânico convenceu o Lloyds a fazer uma oferta por uma das maiores instituições britânicas. Há muito pouco tempo qualquer oferta por um concorrente desta dimensão era olhada de lado pelos reguladores do sector e vários entraves eram colocados à operação. Neste momento, o Lloyds vai comprar um banco com um balanço superior ao dele (quase o dobro do balanço do Lloyds para ser mais preciso), com a mão (não muito invisível) do governo britânico. O HBOS é só o maior receptor de depósitos do Reino Unido. Na altura da crise no Northern Rock já o Lloyds afiava as garras para ficar com o banco, sendo financiado pelos contribuintes britânicos. Não resultou na altura, desta vez provavelmente resultará em cheio.
O que é que significa para os outros bancos quando o 4.º e 5.º maiores bancos se fundem?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

AIG

Ao que parece estamos em ano de eleições. Portanto, custe o que custar, a AIG vai ser salva pelo governo dos E.U.A.
Uma boa notícia?

Inflação

Os números confirmados pelo Eurostat para Agosto indicam a inflação na Zona Euro nos 3,8%. Em Agosto do ano passado o valor registado era de 1,7%.
Felizmente os preços do petróleo têm baixado lentamente, embora em Portugal não faça grande diferença porque não se pode olhar simplesmente para o preço do petróleo segundo o presidente da GALP. Não tem muitos meses que um responsável da APETRO gritava para quem o quisesse ouvir que os preços passaram a ser ajustados semanalmente, devido à volatilidade dos preços do petróleo nos mercados internacionais e que as variações nos preços dos combustíveis mais não eram do que a reposição dos stocks a preços de mercado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Assimetria de informação

Em meados de Maio, um investidor que detinha 1000 acções do Lehman Brothers tinha um activo de cerca de 40 000 $. Hoje essas mesmas 1000 acções valiam 200 $. No entanto o Lehman Brothers falido tinha ainda um spread para a obtenção de crédito no mercado melhor do que a maioria das PME portuguesas... Coisa estranha.

Os fundamentais da economia ainda estão fortes

Os fundamentais (nem sei bem o que é isso) da economia estão bons? Suponho que a maioria das pessoas envolvidas nesta crise esperam que se disserem muitas vezes que tudo está bem, tudo ficará bem...
A mim não me apanhavam, não hoje, a dizer que a economia está forte... Ao longo do dia, depois do desastre do Lehman Brothers, os dados da produção industria nos E.U.A. caíram gravemente e para terminar bem o dia financeiro no país, a HP anunciou que iria cortar mais de 7 % da sua força laboral.
Será que o AIG vai ser o próximo?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Uma pausa nas férias...


Uma pausa para falar de natação e dos Jogos Olímpicos de Pequim. Não para falar do Sr. Phelps que já falam dele o suficiente.

Hoje, na prova dos 100 metros livres, Alain Bernard venceu, como eu esperava, apesar da dificuldade em deixar para trás o autraliano Eamon Sullivan. Não foi portanto uma surpresa. Surpresa foi na estafeta 4 x 100 metros ver o Alain Bernard perder para um "velhote". Se fosse possível parar o tempo e as casas de apostas continuassem a funcionar acho que ninguém no mundo ia apostar contra o Bernard, não quando ele partia com vantagem...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Repetição da história

"As condições financeiras são terrivelmente más, a dívida externa muito elevada, a população está a diminuir. Os impostos aumentam continuamente, a corte e os nobres mantêm uma vida de esplendor e dissipação. A talha, imposto directo recai sobre as classes populares. O contraste entre ricos e pobres, o luxo e a miséria acentua-se." Era assim a descrição da França no início do século XVIII, qualquer semelhança com a actualidade é pura coincidência.
O mundo não está em crise quando a dívida dos E.U.A. pesa 30 000 dólares sobre cada americano (60 000 se levarmos em conta só os que trabalham)...
A coisa já não vai lá mesmo com taxas de juro reais negativas.Os bancos americanos estão mais preocupados em consolidar os balanços do que aproveitar a política expansionista. Os executivos que provocaram a crise são postos de lado, com o pesado fardo de compensações milionárias pelo dispensa.
Gostava de saber se alguém fez as contas aos prejuízos de todos os investimentos de longo prazo feitos nos E.U.A. por empresas, particulares e Estados, em títulos denominados em dólares...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Desemprego

Não entendo muito de macroeconomia mas pela minha estimativa, daqui a algum tempo, quando terminar a perseguição da comunicação social a cada empresa que fecha no sector têxtil, componentes para automóveis, etc. vão começar a reparar que a construção já está numa trajectória descendente e a perder empregos há algum tempo.
O fenómeno é cada vez mais evidente.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Robin Hood

Penso que a maioria das pessoas ainda não entendeu que o imposto Robin Hood, em Portugal, não incide sobre os lucros das empresas petrolíferas mas sobre a maneira como contabilizam os stocks de petróleo e se obtêm mais valias com essa contabilização.

Banco Comercial Português

Para o cliente mais desatento, talvez não fosse má ideia informar-se sobre o novo preçário do Millennium BCP. A nova administração trouxe a receita da Caixa Geral de Depósitos, para aumentar os lucros, não havendo estratégia, aumentam-se as comissões aos clientes.
Para quem quiser conhecer as comissões de manutenção de conta:

http://www.millenniumbcp.pt/multimedia/archive/00407/Precario_20080707_n_407597a.pdf

Outras comissões em:

http://www.millenniumbcp.pt/

Leitura recomendada

Pedro Guerreiro do Jornal de Negócios comenta a descida do IVA.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Manuel (Action Man) Pinho

O Sr. Ministro da Economia, Manuel Pinho, em vez de fazer palhaçadas em hipermercados enquanto procura ver se a redução do IVA foi repercutida nos preços dos bens e serviços vendidos, deveria ter visitado um qualquer posto de pagamento, de uma qualquer autoestrada nacional e verificava se há diferenças entre os preços no final de Junho e no início de Julho.
Os custos de menu afectam tanto uma grande empresa como a Brisa ou a loja de bairro.

sábado, 5 de julho de 2008

AdP & Companhia

Quanto maior o número de empresas detidas pelo Estado, quanto maior a regulação em determinado sector de actividade, maior a probabilidade de existir corrupção e pessoas que procuram rendas.
Privilégios pessoais, salários e prémios altos sem nada fazer para o merecer, segurança no posto de trabalho, favorecimento de empresas externas em concursos, etc.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Obras públicas...

O Abel Cunha (aqui), podia aproveitar para referir que além das infraestruturas, empresas como por exemplo a TAP, na maior parte dos anos fiscais apresenta prejuízos em vez de lucros. Uma empresa que já anda na linha que separa o lucro do prejuízo, que utilizará o novo aeroporto como base, com os custos acrescidos que lhe trará, continuará a pesar nos bolsos dos portugueses (dos que pagam impostos pelo menos).

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Bons exemplos

O Sr. Pedro Vaz, considera que o Banco Central Europeu (BCE) está a fazer um trabalho miserável. Parece que até a mãe do Sr. Trichet já perdeu a fé nele.
Como suponho que o Sr. não entende muito de negócios, nem de expectativas de empresas, não terá grande conhecimento do impacto da inflação na economia e no investimento das empresas. Provavelmente conhecerá alguém que lhe possa explicar o fenómeno.
Mais ou menos como aconteceu no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), no final de 1996 os Estados Membros estavam de acordo sobre as linhas de orientação para manter as finanças públicas sobre controlo. Quando alguém é atingido é que deixa de estar de acordo. Hoje há tantas excepções ao PEC que praticamente já não tem utilidade.
O tratado de Lisboa foi assinado, mas um dos signatários já está contra o mesmo (o mesmo tipo que o assinou!).
O universo de políticos competentes em Portugal é cada vez mais reduzido, até o Ministro da Economia anda na rua a controlar a descida do IVA (que palhaçada!).
O objectivo do BCE é a estabilidade de preços (que saudades dos tempos em que tínhamos um Banco Central rigoroso cá em Portugal), não é andar ao sabor dos políticos sem qualquer noção de economia.

A opinião aqui.

Explicação do que é a estabilidade de preços (pensado para crianças) para principiantes. Depois podem aprofundar o conhecimento da coisa. Há imensas coisas interessantes como saber o que acontece quando um governo imprime demasiado dinheiro (coisa que um governo socialista conhece bem)...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ingrid Betancourt

Suponho que amanhã as notícias serão ocupadas pelo menos uma boa meia hora por noticiário com esta senhora. Lá se vai o esforço do nosso primeiro ministro na entrevista desta noite... Relegada para segundo plano.

Um empurrão... Pequenino.

Como se podia ter feito os estaleiros de São Jacinto um líder europeu? Como os senhores na Grécia. Injectavam-se 363 milhões de dólares do dinheiro dos contribuintes durante uns anos, em empréstimos, garantias e injecções de capital.
Ou então podia fazer-se como na Alemanha, usar 572 milhões de euros dos contribuintes para ajudar a Deutsche Post a cobrir prejuízos. Suponho que cá já se faz isso, com o dinheiro dos contribuintes a colocar uma empresa do Estado a competir com empresas privadas nas entregas expresso. É para isso que serve o dinheiro público afinal, tanto na Alemanha como aqui.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Melhor do que a dona Maya

- 31,6 % de desvalorização do PSI20?

Olhando para trás, não querendo parecer arrogante, há um ano já havia um ou dois tipos que previam que as bolsas não seriam o melhor local para aplicar as poupanças.
Ligação aqui.

domingo, 29 de junho de 2008

Comportamento anti-social

As situações de vandalismo e de roubo do bem público que ocorrem no concelho de Estarreja não são um problema só deste concelho. Ocorrem por todos os concelhos deste país, os actos de alguns prejudicam muitos.
Os problemas familiares, falta de educação, o desemprego, o abuso de álcool ou de drogas não podem servir como desculpa para prejudicar a vida das outras pessoas. Estes pequenos parasitas da sociedade aproveitam-se do esforço dos outros, com a falta de respeito que lhes é comum para arruinar o que tanto custa a produzir.
No concelho de Estarreja, a polícia devia ter um papel muito mais activo na localização dos prevaricadores e tomar acções eficazes quando alguém viola as regras de vida em sociedade. Se as pessoas que são afectadas entendem que os responsáveis não são punidos, deixam de denunciar, começam a ter medo, o que por sua vez leva a que baixem as estatísticas de criminalidade.
Suponho que nas prioridades da Administração Interna deste país para a actuação da polícia o contributo para o controlo do défice esteja acima do controlo dos comportamentos anti-sociais.
Quando alguém tenta, como foi o caso de Canelas ou de Estarreja, dar um aspecto mais limpo e mais moderno a uma estação, com grande custo para os contribuintes, não espera que os espaços públicos sejam destruídos desta maneira.
A tolerância por algum tipo de comportamento anti-social leva inevitavelmente a um acréscimo da criminalidade na sociedade. O "Chico" era um rapaz problemático, pintava umas paredes e andava com más companhias, agora já anda metido na droga, assalta carros e casas e durante o ano já visita mais casas na freguesia do que o presbítero da paróquia.
Em Estarreja neste momento rouba-se de tudo. Rouba-se areia, roubam-se árvores nos pinhais, rouba-se gasóleo onde é possível, assaltam-se casas, carros, pequenos estabelecimentos comerciais, roubam-se contadores, todo o tipo de metal que tenha valor comercial...
Podem sempre argumentar que é um problema intrínseco à sociedade nacional mas na minha opinião os problemas locais devem ser resolvidos com acções focadas e localizadas para o concelho. Suponho que os únicos criminosos que passam pelo concelho não são automobilistas que violam o Código da Estrada.
Cá ficam algumas recomendações:

- Cortar os apoios sociais (Rendimento Social de Inserção, Abono de Família, etc.) a quem é apanhado a praticar crimes.
- Maior proximidade da segurança social junto de famílias com problemas com o objectivo de prevenir que os filhos sejam arrastados para uma vida semelhante à dos pais.
- Proteger os vítimas dos crimes e quem os denuncia, não os expondo aos criminosos numa sala de audiência.
-

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Protecção social

Na Noruega, ao contrário do que acontece em Portugal, o custo da saúde não é um problema que preocupe os cidadãos (mesmo considerando que ganham salários em média mais altos do que em Portugal).
Na Noruega, quando alguém com cobertura da segurança social vai a um hospital tem direito a tratamento gratuito (não me disseram se como em Portugal há alguma taxa moderadora), mesmo que essa pessoa escolha um médico de clínica geral privado, o máximo que pagará do seu bolso pela consulta serão cerca de 15 euros, caso seja um especialista este valor ascende a 35 euros. Cada viagem até ao hospital tem um custo para o paciente.
O parlamento, aprova um tecto máximo que o cidadão pagará nesse ano por tratamentos (cerca de 205 euros actualmente), a partir desse valor tem direito a receber tratamento durante o resto do ano gratuitamente.
Também ao nível do subsídio de desemprego há aspectos interessantes, o subsídio de desemprego é pago com base no salário do último ano ou a média dos três últimos anos, conforme o que for mais alto, sendo o valor pago, 0.24% por dia até ao valor máximo de 55 euros por dia. Há incentivos para quem não foge aos seus impostos pois se o salário for inferior a 15 000 euros anuais apenas receberá o subsídio por um período máximo de 52 semanas, caso o salário anual fosse superior a 15 000 euros terá direito a um máximo de 104 semanas.
Claro que há uma parte desagradável de tudo isto, o trabalhador desconta 7.8 % do seu salário para a segurança social, enquanto o seu empregador terá de entregar 14.1 % e tem de pagar o subsídio de doença de um trabalhador durante os primeiros 16 dias de baixa e a idade de reforma é de 67 anos.
Na Bulgária, a idade de reforma dos homens é de 63 anos e 58 anos e 6 meses para as mulheres, os homens têm de obter 100 pontos e as mulheres 92 para serem elegíveis para a pensão (é atribuído um ponto por cada ano de idade e um ponto por cada ano de descontos para a segurança social). Não há reformas antecipadas (com excepção para algumas profissões). Basta trabalhar durante 5 dias para ter direito a baixa médica por doença embora só receba 80 % do salário e por um período máximo de 90 dias. Para receber 4 meses de subsídio de desemprego é necessário ter trabalhado pelo menos 3 anos consecutivos, quem tenha trabalhado mais de 25 anos tem direito a um máximo de 12 meses. O valor a receber é de 60 % da média dos últimos 9 meses de trabalho. Quanto aos benefícios médicos dos contribuintes, são um pouco vagos, passando por um contrato entre os prestadores de cuidados de saúde e um fundo nacional de cuidados de saúde.

domingo, 1 de junho de 2008

Cartel informal

Apesar da ilegalidade da formação de cartéis no nosso país, sem dúvida que eles ocorrem, algumas vezes esta prática é descoberta mas é ao mesmo tempo muito difícil de provar.
Em Portugal está a ocorrer um fenómeno chamado colusão tácita. Neste cartel existe um oligopólio em determinado mercado (neste caso no da refinação e distribuição de combustíveis) e existe uma empresa dominante que altera o preço sendo seguida pelos restantes agentes do lado da oferta. O que é extraordinário é que a estrutura de custos em Portugal é tão semelhante entre empresas que as mudanças de preço se dão normalmente me simultâneo e ao segundo.
O mais estranho é que este tipo de cartel nem é novidade, já ocorreu noutros países nos anos 70, ao nível da distribuição.
A questão dos oligopólios no futuro vai trazer outros casos deste tipo, há cada vez mais concentração ao nível do retalho automóvel, dos hipermercados e a nível empresarial é cada vez mais difícil encontrar diferentes distribuidores tal é o nível da concentração a que se vai assistindo.
Entretanto o boicote marcado não vai produzir os efeitos desejados porque o problema não está no retalho mas sim na distribuição e refinação. É muito improvável que o abastecimento de uma bomba de gasolina em Portugal não seja feito a partir das refinarias da Galp.
Neste momento a alta do petróleo nos mercados internacionais já fez uma coisa extraordinária, afectou o consumo de gasolina nos E.U.A. mas a realidade é que a procura de combustíveis é bastante rígida especialmente no curto prazo e por isso o cenário não deverá mudar muito nos próximos tempos.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Economia Positiva VS Economia Normativa

Acerca de dúvidas que possam surgir quando economistas falam do mercado de trabalho, há que distinguir entre economia positiva (que demonstra como funciona a economia) e economia normativa (que envolve juízos de valor).
Logo quando um economista afirma que a existência de um salário mínimo provoca desemprego, está no domínio da economia positiva, quando alguém diz algo como os salários deviam aumentar X% pelo motivo Y para atingir o objectivo Z já entramos no domínio da economia normativa.

MoveAveiro

Para quem passava esta noite pelo centro de Aveiro, assistia a um bizarro espectáculo musical, junto ao edifício onde se realizava a assembleia municipal.
Há em Aveiro três empresas municipais, que deveriam ter duas formas distintas de financiamento. Há a empresa que gere o Estádio Municipal e a empresa que gere o parque de exposições. Estas duas empresas deviam obter as suas receitas directamente da sua actividade, os seus custos deveriam ter uma ligação estreita com as receitas que produzem através de eventos e aluguer de espaços (sim, neste momento estou a rir-me ao falar de viabilidade do Estádio Municipal, pelo menos enquanto ninguém reparar que aquele espaço todo que rodeia o estádio teria uma óptima vocação comercial para competir com espaços como o Retail Park).
Já no caso da MoveAveiro, penso que o orçamento deveria ter duas componentes distintas:
- Em primeiro lugar, as receitas dos transportes que fazem.
- Em segundo lugar, deveria receber a quase totalidade do valor pago pelos cidadãos que estacionam os carros dentro da cidade e deveria receber também o valor das multas de trânsito. Não vejo de que outra forma se pode justificar o pagamento de taxas de estacionamento, se o objectivo não é retirar carros da cidade, dando alternativas para que as pessoas não utilizem os automóveis dentro da cidade.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ehud Olmert

o Sr. Primeiro Ministro de Israel, recebeu de um empresário americano, uma soma que poderá ter ido até ao meio milhão de dólares.
O dinheiro foi dado apenas por admiração, não tendo (nem esperando) o Sr. Empresário recebido nada em troca. Apesar de nada de ilícito estar a ser cometido, pelo sim pelo não, o Sr. entregava os valores em envelopes com notas lá dentro.
Que história tão gira.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Qualidade

Já há algum tempo que não via uma obra tão mal feita. Pensei por momentos que estava em Marrocos. Mas em Marrocos já não aceitam reparações de estradas como a que está a acontecer na E.N. 109.
É engraçado ver políticos locais a defender traçados de obras, sobre as quais não têm nenhum poder de decisão, alternativos. Ninguém reparou na categoria do trabalho que está a ser realizado, numa alegada melhoria? Provavelmente se perguntarem a algum político local sobre esta obra, a resposta é que não é da responsabilidade deles, que é da E.P. ou do Pai Natal, que não podem fazer nada.
Será que não há nenhum gabinete camarário, com tanta contratação que se faz hoje em dia, que veja a qualidade de obras que se vão fazendo por esse concelho, que são tão aldrabadas, que com meia dúzia de carros por mês não demoram um ano a abrir buracos tal é a qualidade de execução?
Talvez estas obras sejam fiscalizadas pelas mesmas pessoas responsáveis por intervenções de funcionários camarários...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Declaração de rendimentos

Ontem fiquei a saber em números, arredondados ao milhar, que o Presidente da Câmara de Estarreja ganha mais do que eu. Não é uma novidade, nem esperava outra coisa.
Não entendo muito bem porque é que são divulgados publicamente os rendimentos de pessoas que, na minha opinião, só deveriam servir para em caso de suspeitas de irregularidades, serem utilizados por quem de direito investigar.
Além de não estar interessado no que ganha o Sr. José Eduardo Matos, acho que estas listas quando são publicadas apenas podem colocar entraves à vida das pessoas. Apesar de Portugal ainda não ser um país muito perigoso, qualquer pessoa com intenções menos simpáticas, saberá que o Sr. José tem liquidez suficiente, para pagar determinado tipo de montante sem grande dificuldade.
Na minha perspectiva, as pessoas deviam importar-se mais se pessoas como António José Morais, consegue colocação política com o seu belo currículo sem mácula.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Oligarquia dominante

O Bloco de Esquerda e o PCP propuseram hoje o encerramento aos domingos e feriados das grandes superfícies comerciais. A proposta reprovou. Não porque o PS está em maioria na Assembleia da República, mas simplesmente porque por cá só alguns se vão governando. Por um lado entendo a perspectiva dos grandes grupos de retalho, que têm tanto direito como o vizinho do lado, por outro lado há um governo que não olha pelos interesses das pessoas que os elegem, mas pelos interesses de quem lhes financiou a campanha eleitoral.
As grandes superfícies têm de abrir aos domingos porque mais um dia de abertura dá maior receita para os grupos económicos mas também dá maior receita fiscal para o Estado. O que é que interessa que mais 100 menos 100 indivíduos vão empenhar o dinheiro que têm e em alguns casos o que não têm a comprar mais um plasma, LCD ou outra coisa do género? Nada, absolutamente nada. Desde que o grupo económico ganhe, a empresa financeira que financia ganhe e que o IVA e o Imposto de Selo sejam liquidados.
Não vejo nenhuma grande manifestação dos trabalhadores destes estabelecimentos a formar-se contra estas medidas. Quererão trabalhar mais? Serão a favor ou contra estas propostas? Não se pronunciam, não se manifestarão nem sequer articularão nenhum acto de descontentamento.
O Estado também tem grande responsabilidade neste particular mas não me vou pronunciar sobre o assunto porque poderiam confundir-me com um xenófobo.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Porque é que as crianças não devem reprovar

Porque quanto menos crianças reprovarem, menos saberão futuramente criticar governos.
Já agora, uma correcção à senhora ministra: Se reprovarem 20% dos alunos num determinado ano, nada podemos concluir sobre a percentagem de alunos que teremos a mais no mesmo ano de escolaridade no ano lectivo seguinte.

A little harmless lie

A eleição nos E.U.A. para conhecer o candidato democrata à presidência está cada vez mais cómica.
Por um lado, um candidato, incómodo ao que parece, é responsável pelas declarações de qualquer pessoa que manifeste o apoio à sua candidatura. Se por acaso alguém que se diga apoiante dele entrar num edifício e matar 20 pessoas suponho que seja responsabilidade dele também.
Por outro lado temos o político típico, neste caso uma senhora, mentirosa como convém a qualquer político e de memória curta (na minha modesta opinião com operações plásticas a mais). Uma experiência que seria traumática para qualquer pessoa que não faça parte das forças especiais do exército americano, ser recebida por fogo cruzado de atiradores, seria algo que uma pessoa que nem se tem conhecimento que tenha passado pelo exército lembraria para toda a vida.
Na verdade a senhora nunca foi recebida a tiro, quando muito, poderia suspeitar que as flores que uma criança lhe colocou ao pescoço poderia estar armadilhada. Foi um lapso de memória, coisa comum num político profissional, qualquer pessoa esquecia o facto de ter estado no meio de um tiroteio...

domingo, 27 de abril de 2008

Mais rápido que o TGV

Este fim de semana tive a oportunidade de conduzir um BMW M5, não era novo, era de 1999 mas de qualquer maneira devo dizer que nunca tinha conduzido nada tão assustador e ao mesmo tempo tão emocionante. Nem sabia que era possível chegar de Aveiro a Coimbra tão depressa, o conta quilómetros chegou aos (...) e por lá andou uns bons dois minutos. As minhas desculpas ao Protocolo de Quioto mas todos nós devíamos ter um carro daqueles na garagem.

Luis Filipe Menezes

Não estou por dentro da estratégia de Luís Filipe Menezes mas parece-me que o senhor falou com a Dona Maia e viu uma derrota pesada em 2009. Como não é nenhum equídeo, vai deixar que seja outro a perder e tranquilamente vai dizer "Perdemos, se fosse eu o candidato, nunca saberemos o que teria acontecido". Não espero nenhum recuo por parte de Luís Filipe Menezes, o que espero é que se torne num agitador daqui por uns tempos e que arraste o PSD para a lama outra vez.

Lições de profissionalismo


Durante uma semana, pessoas medíocres, habituadas a perder, puseram sobre um clube de futebol o peso de ter de ganhar um jogo para não ser acusado de falta de profissionalismo.
O clube respondeu com uma vitória por cinco golos de diferença. Perdido mais um argumento, que poderia ser a justificação para uma época terrível (como se um jogo justificasse um campeonato de 30 jogos), resta a luta por um segundo lugar.
Para quem sempre se habituou a ganhar a vida sem competir (e pode dizer que ganhou a vida honestamente quantas vezes quiser), deve ser complicado perder tantas vezes.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Um passo na direcção certa

O Ministério do Trabalho e Solidariedade Social publicou um documento de trabalho, já profundamente divulgado, onde sinceramente tenho o prazer de reproduzir aqui uma parte:

Aprofundamento da protecção social:

- Reduzir 1 ponto percentual na taxa contributiva a cargo da entidade empregadora sobre todos os contratos sem termo e simultaneamente um aumento de 3 pontos percentuais a cargo da entidade empregadora sobre os contratos a termo.

- Cometer às empresas utilizadoras dos serviços de trabalhadores abrangidos pelo regime de trabalho independente uma parcela de 5 pontos percentuais da taxa contributiva, calculada sobre a presunção de rendimento decorrente do regime a vigorar, que hoje é totalmente suportada por aqueles trabalhadores.

- Para além da redução de 5 pontos percentuais acima referida, redução adicional em 2,4 pontos percentuais em resultado da análise do actual custo das eventualidades protegidas; a nova taxa aplicável aos trabalhadores independentes é assim reduzida em 7,4 pontos percentuais e fixada em 24.6 pontos percentuais;


Menos impostos para quem der maior estabilidade, mais impostos para quem pretende utilizar trabalhadores independentes. Este é o que eu considero um bom incentivo.

sábado, 19 de abril de 2008

Financiamento Público

Quando é que o apoio público pecuniário deve parar? Na minha modesta opinião, não se deveria aplicar a competições profissionais, ainda que isso significasse uma perda de qualidade significativa, a nível internacional.
Além do habitual apoio ao clube de futebol, que colhe alguns votos, mas que não tem resultado prático nenhum para os municípios, desta vez parece que o piloto Tiago Monteiro, antigo representante português na Fórmula 1, recebeu 2 milhões de euros do Estado português para correr neste campeonato.
Por exemplo, em Estarreja, existem nas freguesias do concelho um conjunto de clubes que têm sobretudo modalidades amadoras e praticadas por jovens, que além do apoio na sua formação lhes dão algum tipo de ocupação que não o passeio ocioso que muitas vezes conduz a pequena delinquência. Por uma fracção do dinheiro gasto, umas centenas de jovens ocupam o seu tempo, viajam, distraem-se entre outras coisas. Devo portanto assumir que há critérios qualitativos e não quantitativos para o desperdício de dinheiro público. Provavelmente, como acontece normalmente nestes casos, há critérios ambíguos, pouco claros e no mínimo duvidosos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

As contas da C. M. Estarreja

Não conheço ao pormenor as contas da C. M. E., apenas o que li na página na rede do Jornal de Estarreja (aqui). Para além da execução maior ou menor do orçamento (o que significa que não há objectivos específicos a atingir), importava saber por sectores o que foi obtido, se foram empregues mais ou menos recursos, comparação ano sobre ano.
Fiquei um pouco desiludido por não ver dados relativos ao peso dos salários nas contas, depois de o PS local ter falado insistentemente no assunto.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O paradoxo de Zeno e Marisa Macedo

Ao ler mais uma iniciativa de Marisa Macedo, veio-me à cabeça o paradoxo que me parece aplicar-se a esta situação e explica porque nunca será presidente da C.M. Estarreja.
Então porque é que a Marisa Macedo nunca será presidente de câmara? Porque tal como explicou Zeno, para lá chegar terá que percorrer metade do caminho, depois terá de percorrer metade da metade que falta, de seguida terá de percorrer metade da metade da metade que falta e assim sucessivamente. Como continuam a faltar um número infinito de metades sempre que cumpre mais uma metade, Marisa Macedo nunca será presidente.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Política local

O Partido Socialista de Estarreja decidiu divulgar as suas ideias na rede (http://www.ps-estarreja.blogspot.com).
O Partido Social Democrata local já tinha estabelecido o seu sítio há mais tempo (aqui).

segunda-feira, 24 de março de 2008

Marisa Macedo

"Ser melhor do que o dr. José E. Matos é muito fácil, qualquer um no PS consegue"

Frase curiosa de Marisa Macedo, em entrevista ao Diário de Aveiro.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Alguém me explica por favor?

O preço do petróleo tem subido nos mercados internacionais, isso significa uma subida dos preços da gasolina certo? Um barril de petróleo, Brent spot, custava a 7 de Março deste ano (segundo os entendidos na matéria, é mais ou menos este o desfasamento de tempo entre o preço do Barril e o preço na bomba de gasolina) 101.90 $. A 4 de Janeiro de 2008, custava 96.50 $. Uma variação de 5,6 % no preço. No dia 7 de Março, a taxa de câmbio do Euro contra o Dólar era de 1,5417. No dia 4 de Janeiro era de 1,4727. Uma variação de 4.7 %. Traduzindo isto em Euros, um barril que custava em Janeiro 65.53 €, custava em Março 66.10 €. Uma variação de 0,87 % (mais ou menos o mesmo aumento que sofrem os combustíveis no mesmo período não?). Já agora, só para complicar mais as contas, podemos usar os preços por galão (em cêntimos de dólar) de gasolina no mercado Spot de Roterdão, uma boa aproximação aos preços diários praticados na Europa. Mais uma vez, 4 de Janeiro, o preço é de 240,64 cêntimos. Em 7 de Março, o preço é de 241,30 cêntimos. Uma variação de 0.27 %. O que no meu dicionário, significa que os preços de produção de combustíveis (pelo menos da gasolina) na Europa se mantiveram praticamente inalterados.
Mas como sou um economista de segunda, tipos como o Sr. Mexia sabem explicar isto muito melhor, alguém me podia explicar porque é que ainda não vi ninguém apresentar estas contas em público?

Marisa Macedo

Quem ler hoje o Jornal de Estarreja vai pensar que a Marisa Macedo tem alguma coisa pessoal contra o José E. Matos. Ou isso, ou começou algum tipo de luta pela sobrevivência...
Sinceramente, gostaria que fosse o Dr. Vladimiro Silva o candidato do PS.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Frase da semana (passada)

“(...) there is absolutely no truth to the rumors of liquidity problems that circulated today in the market.”

Fonte: Comunicado para a imprensa do banco Bear Stearns (10/03/2008)

Millennium BCP

Por falar em crises bancárias, há um facto bastante interessante no mercado nacional. O banco publicamente mais corrupto do mercado nacional, tem uma capacidade estranhíssima de manter a sua cotação. Apesar de anunciados aumentos de capital, apesar de notícias conhecidas de fraude, apesar de não ter estratégia formulada pela nova administração (apesar desta dizer que manterá a traçada por Paulo Teixeira Pinto, entretanto também mandado embora).

Bear Stearns II

- Pai, o que é que aconteceu ao Bear Stearns?
- Ficou sem dinheiro.
- Porque é que foi vendido tão rapidamente e por um preço tão baixo?
- Porque estava falido, mas apesar de que sempre que se passa uma crise, todos pedirem mais transparência, mais regulamentação e garantem que estas situações não voltarão a acontecer, a verdade é que acontecem e mesmo os senhores dos bancos centrais mentem, não revelando a informação para o mercado.
- Como é que a coisa chegou a este ponto?
- Porque há dois tipos de pessoas no topo da hierarquia da maior parte dos bancos, os gananciosos e os idiotas.
- Qual é a diferença entre os dois tipos?
- Um faz tudo para aumentar os resultados e ganhar mais dinheiro, o outro ganha muito dinheiro mas não faz nada, na verdade não sabe sequer o que faz o banco, excepto o que se fala nas reuniões de conselho de administração.
-E têm alguma coisa em comum?
- O facto de ganharem muito mais do que aquilo que deviam ganhar.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Não. Desta vez não fomos nós.

O que é que era certo nas zona euro até ao presente momento? Portugal criava inflação. Desta vez não fomos nós os responsáveis pelo valor de 3.3 % (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) apresentado pelo BCE. Na verdade os espanhóis, esse grande exemplo, andam nos 4,4 %.
Alargando a análise aos países fora da área do Euro, vemos a Letónia com um valor de 16,5 % e a Estónia nos 11,5 %.
Os aspectos mais preocupantes dos dados divulgados é o do aumento significativo da componente energia (10,4 %), alimentação (5,8 %) e a educação (9,7 %). Más notícias para o europeu médio.

Bear Stearns

Quando é que sabemos que uma crise é realmente grave? Quando um banco perde metade da sua cotação numa manhã? Quando um banco é resgatado pelo Banco Central? Quando o presidente do banco visivelmente encurralado, comunica de forma ambígua que recorreu a um montante não divulgado de ajuda da FED?
Esta crise no Bear Stearns não terá um efeito de dominó? Talvez não, mas pelo menos o Barclays tem uma importante quota neste banco, o que fará (já fez) a crise chegar à Europa.
Não realmente isto não é uma crise, é apenas um pequeno imprevisto.

Uma lição de Macroeconomia

Dada pelo governador do Banco de Portugal, no "Negócios da semana" da SIC Notícias.
Pode ser visto aqui.

terça-feira, 11 de março de 2008

Ainda o futebol

Há em Aveiro, à boa maneira da Madeira, uma nova tendência de subsidiar o futebol profissional. Há em Aveiro uma empresa, de empresa só terá o nome, da qual não se sabe bem qual é a sua estratégia de longo prazo. Na verdade a gestão estratégica da EMA passa por uma continuação da actividade da empresa num padrão de normalidade seja lá o que isso seja. Na verdade a ambiguidade parece resultar na perfeição para o político médio local.
Notícia do Diário de Aveiro.

Uma sugestão para o próximo treinador do Benfica

Não percebo muito de tácticas de futebol. Nem me passaria pela cabeça tentar ensinar o que quer que fosse sobre futebol ao próximo treinador do Benfica. O que me parece interessante informar o próximo treinador do Benfica, também seria interessante para pessoas fora do INE conhecer, é o modelo de Markov, para estimar a probabilidade de estar desempregado daqui a uns meses. Aqui fica o modelo (Sr. Ministro do trabalho, tire lá as mãos do bolsos e pegue no lápis para brilhar no próximo conselho de ministros):

Xt+1 = QXt + PYt
Yt+1 = (1 - Q)Xt + (1 - P)Yt

Se um indivíduo está desempregado num dado mês, então no próximo mês ele pode encontrar emprego ou continuar desempregado. P será a probabilidade de ele encontrar emprego, 1 - P será a probabilidade de continuar desempregado. Do mesmo modo, se um indivíduo está empregado e Q for a probabilidade de continuar empregado no mês seguinte, 1 - Q será a probabilidade de perder o emprego (esta parte realmente importante para o próximo treinador do Benfica).

Agora, abandonando o futebol, a taxa de desemprego nunca conta a verdade toda, para que as políticas de emprego possam ser direccionadas para o alvo correcto é necessário analisar cuidadosamente os dados. Ainda que este governo esteja a melhorar as qualificações de muitos portugueses como o McDonald's enche a barriga, alguma coisa tem feito.

Para informação rigorosa e não comprometida sobre desporto: www.fcporto.pt

quinta-feira, 6 de março de 2008

Câmara Municipal de Estarreja

Nem tudo corre bem para a Câmara Municipal de Estarreja. Quem o diz é o inquérito semestral da FEPICOP (Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas) que manteve a má cotação da autarquia, atribuindo-lhe prazos de pagamento entre os 6 e nove meses.
Supondo que a Câmara não discrimina nenhum grupo de fornecedores, um poderá sentir-se tentado a tirar conclusões para a generalidade dos fornecedores...
Acho curioso o facto de a Câmara de Gaia pagar de 9 a 12 meses e a de Ílhavo de 12 a 15...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Chasing Pavements

Um vídeo simples, com uma coreografia complexa. Muito bom na minha opinião. A ligação para o Youtube aqui.

domingo, 2 de março de 2008

Ministro Jaime Silva

Apesar do ministro Jaime Silva aparentemente passar mais tempo a dispensar opiniões sobre outros políticos, eu não vi um único partido da oposição criticar o ministro por incompetência ou falta de eficácia.
Apesar de o insulto ser comum, podiam discutir coisas interessantes como o aumento da produção de leite na U.E., a comissão propõe um aumento de 2% (porque os produtores estão a adorar o período de vacas gordas), o que parece ser claramente insuficiente para a variação da quantidade procurada a nível mundial, que tem feito subir o preço lenta mas constantemente nos mercados internacionais. A Polónia propõe que seja 5% esse aumento e é apoiada pela Dinamarca. O que pensarão os nossos dirigentes disto? Isso é que era interessante saber.

O gestor financeiro

Um artigo publicado no Semanário Expresso deste fim de semana, intitulado "A fuga das galinhas", expunha o problema dos criadores de galinhas poedeiras. Ao que parece, a União Europeia criou regulamentos em 1999, com o objectivo de melhorar as condições de vida das galinhas e ao mesmo tempo de produtividade. O que parece curto é o período dado para o ajustamento, apenas até ao ano de 2012.
O problema de boa parte dos "gestores" de pequenas e médias empresas (nas grandes empresas o problema é mais de agência e não de eles saberem quais são as atitudes correctas), é que não entendem grande coisa de gestão, pelo menos não de gestão estratégica de negócio. Mais do que entender conceitos como taxas internas de retorno de projectos ou de valor económico acrescentado, o que qualquer estudante de uma cadeira de finanças aprende, embora alguns se esqueçam rapidamente, é que as regras mais simples são as mais difíceis de seguir:
Os investimentos devem apenas efectuar-se em projectos que tragam um retorno maior do que aquele que o proprietário do negócio (accionista) conseguiria com investimentos alternativos. Caso não se verifique esta condição, o papel do gestor é muito simples, devolver os lucros sobre a forma de dividendos e deixar o proprietário investir nos projectos alternativos que tem fora da unidade de negócio.
É aqui que o gestor medíocre intervém, com uma década de investimentos em BMW, casas de praia, sobrecarga da empresa com todos os custos possíveis e imagináveis que lembrem a quem manda na empresa, deixando o negócio, segundo palavras da associação do sector "os empresários portugueses garantem que não têm capacidade financeira para realizar os investimentos exigidos", sem capacidade para investir em imobilizado, que garantirá a sustentabilidade da empresa a longo prazo. É que se numa década, a empresa não consegue libertar meios para fazer as remodelações necessárias, então o gestor andou a enganar o patrão e o patrão não faz a mínima ideia do negócio em que está envolvido. Muitas vezes o patrão e o gestor nas pequenas empresas são a mesma pessoa.
Agora lá vem o - Oh Meu Deus que vamos fechar, vem aí o desemprego no sector, vêm aí os ovos espanhóis (onde aparentemente não se devem aplicar as regras dos galinheiros, visto que eles não vão falir) e vejam lá se mandam uns subsídios para a malta viver (e já agora o Mercedes está a ficar desactualizado e o meu status social está a baixar).
São empresários destes que fazem um país caminhar lenta mas calmamente para o fundo, com a produtividade medíocre que o INE, corroboradas pelo Eurostat, apresenta todos os anos. Mandem lá o subsídio aos homens, o país precisa deles e eles precisam do país.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Provas da aproximação entre Portugal e a Venezuela

Uma prova inequívoca de que a troca de bens e serviços portugueses por petróleo venezuelano estimula a economia portuguesa, é o argumento de baixa qualidade típica de telenovela venezuelana produzido por alguém dentro do Hospital Visconde de Salreu.
A exposição de alegações até começa com foco na questão do hospital, com um alegado mau clima entre administração e funcionários, um abandono da qualidade de serviços e o fecho progressivo de serviços prestados ao utente.
Além de ser muito vaga a acusação, toma um tom de ataque pessoal que retira credibilidade à acusação.
Aprecio a prudência do José Matos em comentar a carta, procurando os factos antes de analisar a situação.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sem comentários...

Notícia do Diário de Aveiro (aqui).

Frase da semana

José Sócrates, Primeiro Ministro resolveu pegar novamente na bandeira dos 150 mil novos empregos:

"Não vejo nenhuma razão para que no próximo ano e meio não consigamos ter mais emprego e conseguirmos atingir o nosso objectivo"

Entretanto o Primeiro Ministro já decidiu esquecer-se da promessa de, no prazo de uma legislatura, colocar o país a crescer 3%.


Lucidez

Pires de Lima, em entrevista ao Expresso, mostrou-se desfavorável à guerra de preços no sector das cervejas, não vendo criação de riqueza num mercado estável.
Mudando de sector de actividade, mas mantendo o assunto... Há iluminados que pensam que descobriram o caminho para ser personalidade do ano da revista Time no ano seguinte e num mercado estável, sem perspectivas de crescimento a curto prazo, decidem entrar em guerras de preços, para ganharem temporariamente quota de mercado.
Infelizmente, demora algum tempo a entender-se que a quantidade procurada no mercado é exactamente a mesma, apenas se reduziu o volume de negócios do sector ainda mais, prejudicando toda a oferta. Claro que depois a solução de empresário iluminado, quando descobre que a sua empresa está em apuros devido ao seu brilhantismo, é começar a cortar os custos: Seguros, manutenção, contribuições para a Segurança Social...

Impostos

Parece que hoje em dia a teoria económica já não se aplica, pelo menos a julgar pelas palavras de alguns políticos, quando se faz incidir um imposto sobre os cidadãos.

Para exemplificar matematicamente o assunto, usando o modelo de equilíbrio de mercado simples, sem entrar em pormenores sobre elasticidades, visto este ser um exemplo puramente académico teríamos:

Curva da procura de mercado (D) dada por: qD(p) = 40 - 5P
Curva da oferta de mercado (S) dada por qS(p) = (15/2)P - 10

Onde p significa preço em euros e q significa quantidade em milhares de unidades.

Neste caso o ponto de equilíbrio (q*; p*) :

q* + 5p* = 40, 2q* - 15p* = -20, resolvendo a equação teríamos um equilíbrio de mercado de 20 mil unidades transaccionadas ao preço de 4 euros por unidade.

Quando o nosso simpático Estado decide colocar um imposto sobre o produto, apesar de a curva de procura se manter inalterada:

qD(p) = 40 - 5p

A curva da oferta não se mantém igual, vai reflectir a introdução de T (ou seja o imposto):

qS(p) = (15/2)x(p - T) - 10

Considerando uma taxa de imposto de 1 euro (T = 1) e resolvendo novamente para obter o novo equilíbrio, verificamos que o novo preço é de 4.6 euros e a quantidade transaccionada é de 17 mil unidades.

A imposição do imposto deixa tanto os produtores como os consumidores pior. Portanto, senhores secretários de Estado, os impostos têm impacto no mercado.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Más notícias

Se a compra das lojas Carrefour foi uma má notícia para os fornecedores, a anunciada venda dos postos de abastecimento por parte da Sonae à Galp, é uma má notícia para os consumidores.
O cenário que se verifica, por exemplo em Aveiro, mostra claramente um cenário de baixa intensidade quando se fala de concorrência antes do aparecimento dos postos de abastecimento nos hipermercados e uma necessidade dos postos de abastecimento já existentes de revisão de preços após as várias aberturas que se verificaram.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Macroeconomia

Dados sobre a receita do Estado, publicados pelo Banco de Portugal, referentes ao período de Janeiro a Novembro de 2007:

Receitas Correntes provenientes de IRS: 47424
Receitas Correntes provenientes de IVA: 72378
Receitas Correntes provenientes de ISP: 17217

Se compararmos o valor com idêntico período de 2003:

Receitas Correntes provenientes de IRS: 38708
Receitas Correntes provenientes de IVA: 52264
Receitas Correntes provenientes de ISP: 15188

Se construíssemos números índices para os três itens:

Receitas Correntes provenientes de IRS:
(2003) = 100 (2007) = 122.52
Receitas Correntes provenientes de IVA:
(2003) = 100 (2007) = 138.49
Receitas Correntes provenientes de ISP:
(2003) = 100 (2007) = 113.36

*Valores em milhões de euros

Prémios

A revista Esquire, elegeu o pior edifício da história da humanidade. Infelizmente ninguém conseguiu submeter a concurso, em tempo útil, fotos de trabalhos de um Engenheiro chamado José Sócrates...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Um conselho ao José E. Matos

No dia 22 de Fevereiro, vai estar em Estarreja o Sr. Basílio Horta. A fazer fé no que vem escrito na página da Câmara Municipal de Estarreja, vai haver uma reunião de trabalho com o nosso Presidente e um almoço com empresários locais.
O que eu pretendia saber, apesar de não ter sido Basílio Horta a informar o concelho de tal investimento, é o que é feito do "investimento inovador" liderado pela empresa Águas de Portugal e que "cabe ao governo estimular estes projectos"?
Tanto quanto sei, as únicas lamas que vieram parar ao concelho ainda não produziram energia eléctrica.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Serviço Nacional de Saúde

Existem premissas de alguns comentadores e políticos sobre o SNS que simplesmente são erradas. A procura de tratamentos de saúde não é tão limitada como podem fazer crer, portanto não é possível a um governo (qualquer que seja) assumir que um dado montante de despesa será bastante ou até suficiente para resolver todas as necessidades de cuidados de saúde de uma população. Não é possível ter um SNS que providencia serviços de saúde independentemente da procura e certamente não é possível ter serviços de saúde onde um médico pode prestar todos os cuidados a um paciente sem olhar aos custos. O SNS de saúde não pode ser igual para todos, neste ponto, a localização é um ponto fulcral na análise.
Ainda que o governo duplicasse a despesa com o SNS, não seria possível acompanhar o ritmo de aumento da procura. A tecnologia, o envelhecimento da população e as expectativas cada vez maiores da população em geral tornam impossível essa ideia.
Seria interessante, comparar o comportamento do SNS português com equivalentes em outros países desenvolvidos e analisar a performance relativa de Portugal. Parece-me que o actual ministro da saúde colocou o seu foco sobre o problema Hospital vs Hospital, considerando que há unidades hospitalares que providenciam serviços de saúde de forma ineficiente. Considerou ainda que há uma incorrecta distribuição geográfica, problemas de dimensão e uma uniforme distribuição de serviços para justificar a manutenção de algumas unidades abertas.
O ministro da saúde segue uma tendência do SNS inglês que decidiu uma reforma idêntica, preferindo concentrar instalações e pessoal especializado nos hospitais de maior dimensão, substituindo assim as unidades mais pequenas.
Nos últimos tempos o ministro tem sofrido de imensa má publicidade, havendo uma grande pressão por sangue. O que é evidente é que os tempos de espera para um cidadão de Estarreja aumentaram durante o período nocturno, os custos associados com as deslocações ao hospital aumentaram e o Hospital Infante D. Pedro não tem condições para acolher o aumento de pacientes, dando-lhes muitas vezes condições muito abaixo do que quem decide consideraria aceitável para si.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Jérôme Kerviel


O homem do dia, consegue sozinho perder quatro mil e novecentos milhões de euros, abalar um monstro da banca (estará o senhor Trichet a pensar, eu fiz m... na SG mas este gajo é um herói) e caso não tivesse perdido tanto dinheiro, é possível que conseguísse esconder o que fez e ainda ganhar algum prémio na instituição...

sábado, 12 de janeiro de 2008

As transferências mais estranhas da época

Ao que parece, um conjunto de membro do topo da hierarquia da Caixa Geral de Depósitos prepara-se para dar o salto para o Banco Comercial Português. Uma manobra que poderia ter graves consequências para a CGD, pois além da necessidade de criação de uma estratégia de negócios diversa da seguida até aqui, a nova administração terá de lutar contra um banco que vai passar a conhecer todos os detalhes dos seus principais clientes e negócios.
Mas pelas notícias que correm, parece que a ideia do conjunto de senhores é garantir o vínculo à CGD, através de uma licença sem vencimento. O que me suscita uma dúvida maior, para que lado é que vai a lealdade destes senhores para o novo empregador? Para o anterior? E os accionistas do BCP aceitam isto? E a CGD aceita isto?
Para o Partido Socialista há licença para a obtenção das licenças. Claro que há. Porque não haveria de haver então legitimidade? Os gusanos estão habituados a este tipo de vida.

A economia em funcionamento

A Venezuela é o sonho de qualquer economista, que exemplo pode ser melhor do que um "ditador" sem ideias para demonstrar os efeitos da teoria económica.
Hugo Chavez, não entende porque é que há escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados na Venezuela. Afinal, ele impôs um preço máximo sobre produtos agrícolas, para que estes fossem acessíveis para todos. Explicação curta e simples, ao preço que os produtos são comercializados, os produtores não têm incentivo para produzir e produzem menos bens. Ao mesmo tempo para diminuir a produção ainda mais, o sr. Chavez faz nacionalizações, substituindo explorações agrícolas eficientes, por um conjunto de tipo vestidos de vermelho que pouco mais do que dizer "Chavez! Chavez!" sabem, destruindo lenta mas certamente décadas de trabalho de outros. Ao mesmo tempo, o sr. Chavez inunda a economia de dinheiro, criando inflação. Suponho que não é preciso explicar o que acontece quando há mais dinheiro do que bens numa economia.
Mugabenomics em funcionamento na América do Sul portanto. Lentamente lá caminha a Venezuela para se tornar a nova Cuba.

Luis FIlipe Menezes

Na sequência do último post, sobre a Hillary, não me admirava nada que na próxima semana, ou num período temporal curto, Luis Filipe Menezes também estivesse a propor (ou a reclamar) um conjunto de medidas semelhantes.

Pole position


Parece-me que o Barack Obama está a ficar um pouquinho para trás nestes últimos dias. Depois de no último debate, antes de New Hampshire, Hillary ter somado alguns pontos pela sua maior clareza sobre política externa, agora a candidata a candidata à presidência dos E.U.A. voltou a somar pontos preciosos com um pacote de reformas para ajudar os desempregados e os afectados pela crise de crédito nos E.U.A..
Infelizmente não confio na senhora.

Foto: Reuters

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

1 - 1

New Hampshire, Barack Obama passa de underdog a vencedor certo, depois da sua anterior vitória no Iowa. Afinal perdeu, não faço ideia se continua a ser um feudo do Bill (Clinton) como era em outros tempos e daí a sua corrida infernal a fazer campanha ou se foi o discurso embargado de Hillary que convenceu.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Offshoring?


Pois é, a ameaça não é só nos têxteis.

Bye, Bye, Mrs. Clinton

Cartoon: Tony Auth

Atribulações

Um episódio burlesco está a ser um pouco camuflado pela discussão sobre o orçamento municipal para 2008. O PS local acusa o PSD de protecção com parcialidade (para não usar outro termo) para com um membro do seu partido.
O que parece aparente pelos dois comunicados do PS é que detêm algum tipo de evidência deste comportamento por parte da SEMA, o que me leva a questionar porque é que os primeiros não tomaram a iniciativa de usar os meios legais disponíveis para que esta situação fosse punida e não camuflada como está a ser.
Por seu lado, a SEMA ameaçou tomar medidas legais caso o PS não descrevesse com exactidão os factos. Suponho que a SEMA se prepare para limpar o seu bom nome neste caso, em vez de entupir os tribunais com processos e que estará para breve algum tipo de comunicado onde indicará a proposta vencedora para a aquisição da árvore bem como as propostas concorrentes derrotadas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Frase do dia


"But the real gamble would be to do the same old things with the same old people over and over again and hope that the next time the results will somehow be different"


Barack Obama

domingo, 6 de janeiro de 2008

O mundo em 2008

Oligarquia e corporativismo serão as palavras de ordem neste novo ano. O petróleo continua a ser a palavra de ordem, atrás desta nova ordem mundial os governos movem-se e vergam-se aos interesses das empresas petrolíferas, fazendo a sua agenda diplomática coincidir com a das empresas petrolíferas do próprio país.

O homem do momento


O próximo presidente dos E.U.A. definiu a sua vitória no Iowa como "defining moment in history". A senhora Clinton já entendeu a coisa e já tirou da manga o trunfo chamado Bill, desceu o nível do debate e começou a puxar o debate mais para o campo da economia, onde espera que Obama seja mais fraco.

Cimeira Europa-África

Não tenho qualquer ilusão que a cimeira UE/África apenas tinha um objectivo. A inclusão das empresas europeias nos negócios de petróleo e gás em África. Pagando a pesada herança do colonialismo, os europeus perdem terreno num continente cada vez mais povoado por empresas Chinesas, Americanas, Sul Coreanas, Indianos e a última grande investida é da Rússia.
A Rússia que ao seu melhor estilo de há uns séculos atrás, esperou pelo final da cimeira UE/África para usar a sua diplomacia nos países africanos lembrando a pesada marca deixada pelos países europeus em África por um lado e lembrando a acção dos E.U.A. no continente nas últimas décadas por outro.
É através da política de empresas apoiadas pelo Estado que os chineses e os russos proliferam no continente. Fechando os olhos aos direitos humanos aqui. Apoiando com armas conflitos ali.
A última investida da Rússia é na Nigéria, onde pretendem aceder aos recursos naturais, criando mal-estar entre o país e as empresas europeias e americanas, ao mesmo tempo que aproveita o lado mais corrupto dos senhores da terra...
A lição do capitalismo desenfreado foi bem aprendida. Entretanto o cerco por parte da Rússia ao fornecimento de gás à Europa continua.