sábado, 18 de outubro de 2008

O problema do futebol

O Abel Cunha tem levantado algumas questões acerca do desporto em geral e acerca da forma como é financiado.
Como adepto do F.C. do Porto, eu tenho duas opções, ou torno-me assinante da SportTV e assisto aos jogos na comodidade da minha casa, ou tenho a possibilidade de assistir aos desafios ao vivo no estádio do Dragão (ou em qualquer outro estádio). Desta forma, eu decido atribuir parte do meu rendimento (e do meu tempo) a este bem económico. O que já não é aceitável para mim, uma vez que não considero o futebol como algo essencial para a minha vida, é que uma câmara municipal ou o governo decidam aplicar os meus impostos a financiar um clube que se diz profissional.
Seriam necessários uns bons anos de crescimento económico (o que não parece ser o caso de 2005, 2006, 2007, 2008 nem o será de 2009) para que o salário do português médio seja equivalente ao salário médio do jogador de futebol das chamadas ligas profissionais.
Há no distrito de Aveiro, nos dias que correm devido à crise na Câmara de Aveiro, cada vez mais clubes com modalidades "profissionais" a não se resignarem com a falta de apoio público, sendo o Estado (todos nós), o principal patrocinador do desporto "profissional". No entanto, compreendo que uma grande parte das pessoas ainda pense que o Estado deve pagar, não fazendo a mínima ideia de onde vem o dinheiro (como acontece com o desporto na Madeira, onde os impostos dos portugueses financiam mais de uma dezena de clubes com modalidades "profissionais").
Não creio porém que, o Estado deva ser excluído da responsabilidade da prática do desporto na juventude, esta deveria passar mais pelas escolas do que pelas colectividades locais.
Suponho que ainda há uma grande parte da população portuguesa que na possibilidade de escolher preferiam ver o filho a levantar a taça da liga dos campeões do que ser laureado com o prémio Nobel.

1 comentário:

AC disse...

Meu Caro Pedro,

Eu questiono o financiamento público ao desporto em geral, profissional ou amador, porque entendo que o estado tem áreas de bem maior utilidade e necessidade onde gastar o dinheiro de todos nós.

Eu sei que o mundo mudou e nem sequer me considero retrógrado mas, na minha infância o desporto escolar era fazer os trabalhos de casa, ajudar os pais em tarefas diversas, e umas brincadeiras de rua quando havia tempo. Ainda assim, fiz-me homem, creio que de bem. Os meus filhos, fizeram desporto em instituições diversas como associações desportivas/culturais e do tipo comercial como ginásios. Em qualquer dos casos, sempre paguei o custo das suas actividades.

O que há por aqui, na maioria dos casos, é um associativismo de bairro – ou freguesia – que vegeta a custas públicas e entretêm – quando não distrai – miúdos, em actividades diversas, sempre mais apelativas do que o estudo e que em pouco ou nada, contribuem para a sua formação moral, intelectual ou académica.

Acresce que tais entidades estão pejadas de pseudo técnicos disto e daquilo, sem formação ou saber que os habilite a liderar a prática desportiva e muito menos, a serem úteis na formação do carácter de gente muito jovem que forçosamente, segue os exemplos do que vê. Gente que defende os subsídios públicos e a clubite local, porque a título de técnicos e treinadores, sempre lá vão sacar 500 € por mês para ajudar ao orçamento familiar.

Construa-se um centro desportivo de alto rendimento, onde se desenvolvam atletas que possam fazer do desporto a sua forma de vida, e nada terei a dizer. O que existe, é apenas parasitismo social que absorve muitos milhões de euros públicos para sustentar idiotas.

Cpts.