terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Banco Central Europeu

Mais uma vez, ao contrário do que acontece do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu manteve-se mais ou menos em silêncio (passivo dirão alguns), deixando o esforço de acalmar o mercado para os representantes dos países.
Parece-me de todo uma postura correcta, uma vez que o Banco Central Europeu, ou melhor, o conjunto dos Bancos Centrais da zona Euro não têm activos que permitam o tipo de afirmações que foram feitas, nem estão perto de poder salvar o conjunto dos bancos da zona Euro. Quando o nosso venerável ministro das finanças vem a público garantir que não haverá problemas com nenhum banco português, suponho que alguém o informou das diferenças de activos detidos pelo conjunto dos bancos portugueses e o rácio desses activos para os do Banco de Portugal não? No entanto, o que não faltou foi a promessa de fundos ilimitados e facilmente se entende que, a única possibilidade que o Banco Central Europeu teria de alinhar numa brincadeira dessas, caso a coisa ficasse realmente complicada era fazer dinheiro sem parar. Do mesmo modo, no Reino Unido foi afirmado, realisticamente, que a salvação só viria para um conjunto muito restrito de bancos, caso se viesse a verificar o pior cenário, uma vez mais, um Banco Central ao intervir não quis alarmar as pessoas, mas pelo menos não mentiu.
Nos Estados Unidos a encenação continua como sempre. Apesar do mercado de crédito representar em activos quase 75% dos activos dos bancos comerciais, está tudo bem, o Paulson resolve, se não resolver arranja-se mais um pacote, quem sabe dois pacotes mais, os bolsos do FED não têm fundo, já não se entende a diferença entre o Bush a falar de Economia e o Bernanke a falar de salvação. Quem sabe não começam um culto.
Mas os tipos do BCE é que são uns idiotas, estão lá na Eurotower, não aparecem, não dizem que está tudo bem, um até disse esta semana que estava tudo mal. É que nem a mãe do Jean Claude confia no que ele faz.

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