quarta-feira, 20 de junho de 2007

Acções? Não obrigado!

Numa altura em que os mercados financeiros são geridos por especuladores e não pelos gestores das empresas, numa altura em que os mercados e não os produtores ditam as regras do jogo acho prudente não investir em acções. Eu já não o faço desde o ano passado.
O que parece mais estranho é que todos parecem andar atrás uns dos outros como um rebanho, têm todos a opinião que leram na entrevista do gestor do fundo X ou do presidente do Banco de Investimento Z. A zona Euro segue o trajecto do resto do mundo em termos de activos financeiros, o Produto Interno Bruto do mundo inteiro é menos de um terço dos activos financeiros. Enquanto os depósitos nos bancos não duplicaram nos últimos 5 anos, o endividamente dos governos a nível mundial disparou, os instrumentos de dívida das empresas mais que duplicou e o valor de mercado das empresas foi pelo mesmo caminho. Tal como antes da última crise, do início da presente década (onde já vai isso...) presencia-se um sem número de fusões e aquisições, ou rumores das mesmas que inflacionam o valor das empresas sem qualquer fundamento nos seus relatórios e contas. Agora a história muda porque surgiram os fundos (Hedge Funds e Private Equity Funds), a juntar a um sem número de instrumentos derivados dos títulos tradicionais (acções, obrigações, taxas de câmbio), desta forma surgiu liquidez no mercado para ajudar a inflacionar o mesmo.
Desta forma, quando um gestor de conta no banco me tentava explicar a maravilha que são os fundos, como o senhor A ganhou imenso e são os melhores em rendiblididade (oportunamente os prospectos apresentam os dados mais recentes), ao mesmo tempo que não me soube responder a nenhuma das minhas perguntas, pareceu-me óbvio que ele não faz ideia o que é o mercado de capitais e o seu conhecimento passou por uma formação nalgum hotel ou na sede do banco, onde um especialista em Marketing lhe deu todas as dicas sobre vendas.
Acções nesta altura? Não obrigado.

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