sexta-feira, 22 de junho de 2007

Proposta para Câmaras afundadas

É impressionante a falta de ideias, tanto na Câmara de Aveiro, como na Câmara de Lisboa, com consideravelmente mais recursos do que a primeira e, que por esse motivo devia encontrar mais soluções para resolver os seus problemas. Não encontram e a prova de tal falta de ideias são as soluções apresentadas para a resolução dos problemas:
1.ª) Vender património (receitas extraordinárias para pagar despesas correntes, grandes gestores!);
2.ª) Contratar empréstimos de médio/longo prazo para pagar as dívidas de curto prazo a instituições financeiras;
3.ª) Não pagar aos fornecedores, falando-se de renegociações das dívidas
Isto partindo do princípio que a primeira medida já foi queimada, que é gastar umas dezenas (ou centenas) de milhares de euros a fazer uma auditoria às contas do anterior executivo, o que permite passar o primeiro ano sem grande pressão, adiando ao máximo qualquer medida de real inversão da situação.
A verdade é que as várias divisões das Câmaras, são geridas por pessoas com mais vaidade do que competência, assiste-se de ano para ano ao engordar das despesas das divisões e os serviços prestados aos cidadãos não melhoram. Estes dirigentes, além de nomeados não se podem permitir a gerir de forma eficiente a sua divisão, pois caso se tornasse mais eficiente e reduzisse custos, tornava-se menos significativa em termos relativos no todo da Câmara.
Como estas entidades fazem tudo para esconder as contas anuais, apenas se tem acesso a números (quantas Câmaras conhece que têm as contas do município, informação vital para conhecer a situação, publicada no seu site?), vou supor, o que não pode estar longe da realidade, que as principais despesas nestas Câmaras mal geridas são os custos com o pessoal e a amortização de empréstimos e respectivos juros.
A solução para ultrapassar os problemas têm de começar no topo da pirâmide que dirige a Câmara, tem de haver um departamento financeiro, independente de todas as outras divisões da Câmara (não, juntar várias divisões neste caso é mau!), o que faz deste departamento um departamento sem "clientes", daqueles clientes com mais poder do que os Cidadãos do concelho. Os escolhidos para dirigir as restantes divisões têm de gerir por objectivos e qualquer decisão que aumente a despesa ou que diminua as receitas da divisão devem passar pela aprovação do responsável financeiro da Câmara (As contratações de pessoal também devem passar pelo responsável financeiro da Câmara).
As empresas municipais servem normalmente para criar mais despesa e, para que os mais altos funcionários partidários de uma Câmara acumulem vencimentos. A gordura acumulada pelas Câmaras neste tipo de estruturas é impressionante.
Por último, tenho uma proposta para a redução dos quadros das divisões, depois de identificados os que estão a mais, deveria ser dado um incentivo para passarem para o sector privado, deveria ser-lhes pago 1/4 do salário que recebiam na Câmara durante 3 anos para aqueles que quisessem abandonar o sector público e passassem para o privado (o salário seria acumulado com o salário no sector privado, o que daria um incentivo razoável à sua saída do sector público. Por exemplo um funcionário que ganhasse 500 € e passasse para o sector privado com o mesmo salário, durante 3 anos receberia 500 € do seu novo empregador e 125 € do Estado).
Com estas medidas, assistiria-se a uma lei económica importante, as pessoas respondem a incentivos. Os responsáveis pelas várias divisões não têm incentivo a serem eficientes, ninguém se sente responsável pela situação que deixam as Câmaras e o Estado em geral.
É que eu já estou farto de tantos aumentos no IRS, no ISP, no IVA e em todas as taxas criadas e inventadas para pagar a incompetência de alguns.

Sem comentários: