Hoje nas notícias da RTP, apresentaram uma reportagem sobre as diferenças entre o antigo Imposto Automóvel e o novo Imposto sobre Veículos (que o vem substituir) e entre o Imposto Municipal e o novo Imposto Único de Circulação.
O jornalista faz as contas entre comprar um carro antes ou depois de Julho e entre o imposto de circulação que será pago.
O que o jornalista não entendeu é o impacto do imposto de circulação a longo prazo para o governo. O que ainda não vi ninguém lembrar-se é que estes valores são actualizados todos os anos (aumentam). Tomando por base um Renault Clio 1.2, como fez o jornalista, o imposto actualmente é de 32,38 euros e passará a ser de 100 euros. A longo prazo (10 anos), pensando num aumento de 3% ao ano, com a situação actual a receita seria:
32,38*(1+0,03)^10= 43,52
Assim, daqui a dez anos, a receita com cada Renault clio seriam mais 11,14 euros. No caso do novo imposto, compondo da mesma maneira o crescimento no imposto:
100*(1+0,03)^10= 134,39
Neste caso, o mesmo Renault Clio dará mais 90,87 euros. Imaginando que se vendem 10 000 carros deste tipo, a receita do Estado vai crescendo até que no final se paga por cada 10 000 Renault Clio mais 908 700 euros para os cofres do Estado em Imposto de Circulação.
É que o ministro sabe perfeitamente que o crescimento relativo é igual (3%) nos dois montantes, mas o crescimento absoluto é cada vez maior. Fazendo as contas para as vendas anuais de automóveis certamente o número será bastante simpático para o Ministério das Finanças.
*Nota: A Renault vendeu 26 300 carros em 2006, não tenho dados relativos ao modelo Clio 1.2.
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