sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O pêssego que afinal era um limão

Uma regra extremamente simples da teoria financeira é a de que não é possível fazer arbitragem pedindo dinheiro emprestado num lado, para o ir depositar noutro e fazer um lucro decente no processo sem grande esforço. Caso fosse possível, haveria uma fila enorme à porta do Banco que concedia o empréstimo, o que o faria elevar a taxa de juro cobrada e uma fila tão grande quanto a permitida pelos contratos de empréstimo no primeiro Banco, à espera para fazer o depósito, o que faria a segunda instituição diminuir o retorno que dava aos investidores ao ver tamanha procura.
No caso do Sr. Madoff, nenhum investidor achou isto estranho.
O Sr. Espertalhão entrava no escritório do Banco Privado Português, pedia emprestado o montante de 10 000 000,00 de euros, a uma taxa de 8% e ia investir num fundo dum Sr. Madoff que prometia 10% a 15%, não havendo anos maus (certeza de retornos???? Só se for num mundo perfeito, que não este onde vivemos).
O Sr. Espertalhão ficava com salário de administrador de banco sem o mínimo esforço e isto não soa estranho a ninguém? E se houver uns milhares de Srs. Espertalhões, todos se conhecem, nenhum deles acha estranho de onde vem o dinheiro que os faz ricos ao ritmo das fases da lua?
O que é certo é que só pessoas como o Sr. Dias Loureiro sabem transformar a água em vinho e para isso acontecer, não podem haver milhares de outros jogadores na jogada, só dois ou três. É elementar que todos os contribuintes têm de ficar mais pobres para que alguns fiquem muito ricos.

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