segunda-feira, 26 de março de 2007

Salazar, Álvaro Cunhal e outros assuntos para rir.

"Quando consultam um estatístico pedindo a análise de dados recolhidos sem o seu aconselhamento prévio, pretendem um diagnóstico, mas em geral só já é possível fazer uma autópsia"

R. A. Fisher

Mais uma vez provavelmente vai fazer-se uma tempestade por causa de uma estupidez. Salazar foi o maior português de sempre, Álvaro Cunhal ficou em segundo lugar. Apesar de não ter assistido ao programa, nem a nenhum da série de programas, é um pouco inevitável assistir um pouco por todos os jornais a comentários mais ou menos indignados sobre este facto.
O único facto realmente importante aqui, é que mais uma vez, sem qualquer rigor científico, usou-se uma amostra auto seleccionada para chegar a conclusões, não foi feito nenhum inquérito com rigor sobre a opinião das pessoas de quem era realmente o maior português de sempre. O que aconteceu neste caso foi provavelmente que os antigos amigos do regime estiveram mais activos no telefone do que os membros do partido comunista, talvez já não haja tantos partidários do pacto de varsóvia, talvez haja mais simpatizantes do fascismo. O que este tipo de amostra nunca fará, muito menos com rigor, é fornecer com exactidão o que é qualquer coisa.
Pena não darem um pouco de tempo de antena a alguém que pudesse explicar, a esta cambada de totós, que come o que lhe põem no prato e que vão discutir isto como se fosse uma questão de vida ou de morte, como foram mais uma vez enganados.

P.S. : O mal da ignorância é que vai adquirindo confiança à medida que se prolonga.

P. J. Mazzoni

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto da sua abordagem, mas não acredito que alguém ache que aquilo "é a escolha do país"! Claro que quem votou foram as pessoas ligadas´, de algum modo, a cada um dos candidatos. Mas é grave que o operador de serviço público faça as coisas assim e permita este tipo de acontecimento.
Pena que tenha ficado uma imagem de branqueamento do fascismo.