quinta-feira, 17 de maio de 2007

O fim do silêncio

Rui Crisóstomo, administrador em comissão de serviço no Hospital Visconde de Salreu, em entrevista ao "O Aveiro", coloca o seu ponto de vista sobre o encerramento das urgências e os seus projectos para o HVS no futuro.
Não vou fazer comentário quanto à postura do administrador até porque não sou fundamentalista e querer obrigar todos a defenderem a mesma posição que eu seria simplesmente errado. O que vou comentar são algumas frases mais infelizes. Apesar da defesa do encerramento das urgências por considerar que HVS "não tem as condições necessárias e suficientes para manter a dita urgência", acho esta frase profundamente errada: "Enquanto presidente do CA do HVS devo obediência à tutela e tenho que aplicar localmente as directivas que me chegam superiormente". Se a tutela mandasse que nenhum paciente com mais de 65 anos recebesse tratamento por considerar que são um passivo demasiado grande para o Serviço Nacional de Saúde iria acatar a ordem? Iria continuar a dever obediência? A meu ver este é o ponto que justifica a minha anterior afirmação de que não há almoços grátis. Rui Crisóstomo foi escolhido, além da sua ligação ao PS, por não se opor ao encerramento da urgência.
Quanto aos seus planos para o futuro do hospital, espero que o HVS possa ser expandido e não que haja uma regressão até à extinção.
Uma palavra final, para o senhor ter aproveitado a entrevista para atacar José Eduardo Matos. A acusação de que o executivo da Câmara apenas exibiu argumentos teóricos para defender a urgência quando deveria ter feito outras acções não tem cabimento. Os argumentos teóricos são tudo que o executivo pode fazer, ao compilar um conjunto de argumentos concretos que servem para dar peso ao manifesto (sejam ou não aceites) e quanto aos melhoramentos do hospital, não me parece que estes sejam da competência da Câmara, nem sequer me parece que algum dos iluminados do painel que decidiu o encerramento das urgências conheça o exterior do hospital. Como li o documento final apresentado pelos iluminados não acredito que este tenha sido um critério ou possa ser um dos critérios para manter a urgência.

A entrevista, na edição online do "O Aveiro" pode ser consultada aqui.

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