sexta-feira, 13 de abril de 2007

Sobre a AMIGAIA, para o José Matos

Meu caro José Matos, a coisa que já está bem delineada parece-me ser os parques. Esta é mesmo a parte menos importante do projecto. O verdadeiro esforço do projecto está na captação do investimento. O objectivo é chegar aos interessados directamente e não através de associações como a API, ou qualquer outra que trabalhe em nome do país. Dou-lhe o Exemplo de Frankfurt (Oder), era um belo case study para desenvolvimento do parque de Estarreja (com as devidas diferenças de dimensão!).
O Martins da Cruz, além dos "Road Shows" mais públicos que fará, como por exemplo na London School of Economics (LSE), irá fazer reuniões com potenciais investidores onde tal como em Frankfurt ele não vai falar de Portugal, vai falar de Gaia, apenas de Gaia como uma porta para o outro lado do oceano por exemplo (Porto de Leixões e Porto de Aveiro). A vantagem é que ele vai atirar para cima da mesa a localização, depois vai usar o trunfo que os parques tecnológicos vão ser feitos à medida das empresas que lá se instalarão, para que em cada cluster as empresas possam agir como um todo. Vai falar no acesso a um aeroporto internacional, as ligações ferroviárias (prometidas) e rodoviárias. Quanto à parte de mão de obra qualificados ele vai referir a parceria com a Universidade do Porto e a Universidade de Aveiro com custos de mão de obra moderados comparado com o resto da Europa. Depois vem a parte mais importante, os subsídios para a instalação, o apoio financeiro, os impostos sobre as empresas moderados e a flexibilidade para grandes empresas. Ele apresentará o Business and Inovation Center para start ups e para pequenas e médias empresas (Se procurar por exemplo no exemplo inglês, os principais parques tecnológicos nascem da relação com universidades, 75% das empresas no parque vêm de um raio de 50 kms e 20% da própria universidade, na realidade os parques tecnológicos são compostos largamente por PME's). Por fim utilizará pessoas influentes como referência e falará da qualidade de vida no concelho. O José Matos poderia dizer que isso também pode tudo acontecer em Estarreja, os apoios que Gaia possa conceder também podem ser replicados aqui. O problema é que temos de nos dar a conhecer com o nosso projecto, mostrar claramente os incentivos e mostrar que não vamos mudar de rumo. Em Frankfurt, em 15 anos, foi conseguido apenas o investimento de dez mil milhões de Euros, empresas como a BASF (concorrente da DOW), Aventis, ABB, Eni e a Total, só para citar algumas, localizaram-se lá e não pensam em sair porque o nível de interligação com outras empresas que por lá se instalaram é tão grande que o cluster é mesmo um cluster. Na verdade, o caso de Frankfurt deu origem a novos clusters, um cluster de logística foi criado apenas para servir as empresas ali instaladas, por sua vez este cluster levou à criação de vários serviços locais como por exemplo stands de camiões, postos de abastecimento de combustíveis e oficinas.

Dito isto, continuo a preferir o desenvolvimento de uma plataforma logística no distrito de Aveiro, Aveiro poderia ser a ligação com o outro lado do Oceano, funcionar como a porta de um corredor de mercadorias para a Europa e da Europa. Uma plataforma eficiente atrairá empresas industrias e de serviços.

Sem comentários: