sábado, 14 de abril de 2007

Evidência empírica sobre parques tecnológicos

Clusters industriais:
Existem bastantes estudos que mostram os beneficios dos clusters regionais, por exemplo Paul Krugman e Michael Porter têm estudos deste fenómeno bem documentados. Estes clusters não se limitam a sectores tecnológicamente avançados. Já o Alfred Marshall no início do século 20 descobria os beneficios dos clusters, ao nível da oferta de trabalho (quem oferece trabalho são as pessoas, as empresas procuram trabalho), acesso a inputs especializados e circulação de informação entre pessoas e firmas do cluster. Estes beneficios por sua vez segundo os estudos por exemplo do Krugman, geram um feedback positivo incentivando a mais concentração, não só de firmas mas também de trabalhadores qualificados. Parece já ser neste momento do conhecimento do público em geral que no caso das empresas de tecnologia, a associação de "Venture Capital" e a sabedoria das universidades é o que gera empresas de sucesso num cluster.
As universidades atraem cientistas e engenheiros para a sua região, gerando ao mesmo tempo conhecimento que as firmas podem utilizar. Também já existem estudos a documentar esta transferência de conhecimento das universidades para as firmas, com uma correlação positiva entre a investigação nas universidades e o número de patentes nas firmas aí existentes. Um caso bem documentado é o da Universidade de Stanford e Silicon Valley.
Uma oferta de trabalho altamente qualificada, uma combinação entre grandes empresas e pequenas "start ups", o "venture capital" e os capitalistas, infraestruturas de acordo com as necessidades das firmas de alta tecnologia e ligações com universidades são todos componentes de clusters tecnologicos. Alguns destes itens podem ser feitos com resultados imediatos por políticos interessados em promover a sua região economicamente.
Os estudos indicam que os parques tecnológicos são criados com dois objectivos, o primeiro é o papel de incubadora, nidificando o desenvolvimento e crescimento de pequenas novas firmas tecnológicas, facilitando a transferência do conhecimento das unversidades para edifícios criados para o efeito onde se tornam inquilinos, onde são estimulados a desenvolver produtos e processos inovadores. O segundo objectivo é ser um catalisador para o desenvolvimento economico da região, atraindo investimento e propulsionado o desenvolvimento local.
Claramente os parques tecnológicos são subsidiados, terrenos, edificios, infraestrutura e serviços e redução fiscal.
Agora vem a má notícia, a maioria dos parques tecnológicos criados falham, não foi o caso do Tagus park, mas existem exemplos claros dos E.U.A. onde não houve um verdadeiro empenho no desenvolvimento de parques, apenas a tentativa de contrariar o declinio de outras industrias.
Para concluir, estudos econometricos apontam para um impacto positivo ao nível do emprego de parques tecnológicos onde se produz investigação, também no número de firmas, funcionando mesmo como atracção de capital para a região.
O Michael Porter indicou bem as dificuldades de iniciar este tipo de parques, especialmente do zero.

Leituras recomendadas:

Paul Krugman. Geography and trade
Michael Porter. The economic performance of regions


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