sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dolce Vita à portuguesa... (ou espanhola hoje em dia)

O Centro Comercial Dolce Vita é apresentado em Ovar como um grande investimento, um membro da autarquia fala mesmo em "uma mais valia para o concelho", basicamente o que preocupa a administração do concelho é que alguns empregos sejam criados, na verdade não são poucos e o concelho necessitava deles. Quanto a mim, não me parece que seja o tipo de investimento que eu quero para o meu país, vêm uns com projectos turísticos, tornar Portugal na Florida da Europa, outros têm estas ideias que um conjunto de lojas é realmente o que importa.
Eu não penso assim, na verdade acho que a próxima geração não deve ser confinada a servir cafés a turistas e a paquetes de hotéis. Este projecto do Dolce Vita é ainda pior do que o turismo, quanto a mim a cadeia de valor não tem mais valia, é apenas uma maneira de secar o comércio que se encontra em determinado raio. Continuo a ter a ideia (posso ser um pouco idiota) que se deve produzir alguma coisa, que é preciso ter uma cadeia de valor que incorpore conhecimento, que possa produzir algo que também possa ser exportado. Se Portugal só vender Sol e o resto sejam centros comercias, daqui a uns anos quase não serão necessárias universidades, não é preciso andar numa universidade para servir a uma mesa, nem para estar atrás de um balcão de uma loja.
Prefiro uma fábrica da Ikea em Portugal com 400 empregos do que três lojas da Ikea com 1200 empregos, prefiro uma autoeuropa do que todos os centros comerciais Dolce Vita juntos.

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