sexta-feira, 27 de julho de 2007

O acordo para o hospital

Este texto não é exactamente sobre o Hospital Visconde de Salreu, é mais geral sobre o Serviço Nacional de Saúde. Quando o SNS foi criado, a ideia por trás de tal projecto era que o SNS deveria ser gratuito no ponto de uso. Agora, um ministro e uma comissão por ele criada, mais não fazem do que imitar algumas ideias vindas de outros países e querem progressivamente aumentar os custos para os utilizadores.
O SNS é pago pelas pessoas que trabalham (através dos impostos), o SNS é um acordo entre os jovens e os mais idosos, os ricos e os pobres, os que pagam impostos e os que não pagam, entre os que estão bem e os doentes. É usado maioritáriamente pelos muito jovens, pelos mais velhos e pelos que não têm rendimentos.
Sucessivos incompetentes colocaram o SNS em declínio, onde ao melhor estilo da URSS as despesas aumentavam sem melhoria qualquer do serviço, o ministro sabe isso, tanto sabe que escreveu sobre isso, oportunamente, quando saiu do governo porque quando lá esteve nada podia fazer. O que o ministro está a fazer agora, à medida que a população envelhece e mais necessita do SNS é retirar serviços às mesmas pessoas que o andaram a financiar durante décadas com os seus impostos, pessoas como os meus pais.
As pessoas exigem a evolução do SNS, com um serviço mais rápido, acesso aos serviços quando precisam dele e não nos termos de quem fornece os serviços como o ministro quer fazer.
Eu duvido que esta reforma do ministro Correia de Campos vá convencer os utentes, que daqui a um ano os utentes do concelho sintam que têm mais do que actualmente. Gostava de saber como é que o ministro no futuro pretende convencer os contribuintes da minha geração que estão a receber por aquilo que lhes pedem para contribuir.
Se querem melhorar a eficiência do SNS, podiam começar por eleger para os cargos de direcção pessoas competentes, não pessoas convenientes.

Autor de blogue 1 - Gestor de conta 0

Há cerca de um mês, um gestor de conta num banco, tentava impingir-me uns fundos de acções, com um olhar de especialista que é capaz de convencer o mais desatento cliente que pense que aquele tipo realmente sabe do que fala (post aqui).
Esta semana não tem sido especialmente feliz para as bolsas mundiais, mesmo com estas quedas, não tiro uma única palavra ao que tinha referido antes. Já agora para quem investe em mercados emergentes, quando a bolsa dos E.U.A. descem, o efeito na América do Sul é exponencial relativamente às descidas nos E.U.A..

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Felicidade do nosso primeiro

José Eduardo Matos era todo sorrisos na noite de hoje. Talvez fossem só de circunstância mas não deveria mostrar tanta felicidade. Será que a chamada era de Correia de Campos com novidades?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Campeonato Europeu de Patinagem

Hoje fui assistir às provas do europeu de patinagem, devo confessar que não entendo muito do desporto em causa mas no que diz respeito a emoção a coisa é contagiante e claro que quando se tem uma bancada cheia de pessoas, o espírito é sempre diferente.
Da observação sem qualquer rigor na análise, pareceu-me que os representantes da França e os da Itália tinham uma organização impecável, daí os seus bons resultados nas provas, durante alguns momentos a coisa parecia mesmo um desporto colectivo.
Quanto à organização, apenas o reparo para as condições dos quartos de banho. Talvez a Câmara Municipal de Estarreja pudesse dar uma mãozinha e fazia umas obras para que a rua e o estacionamento disponível estivesse mais ao nível do que acontece no pavilhão de Estarreja porque, de maneira alguma, aquelas ruas foram pensadas para comportar grande movimento.
Por último, gostava de fazer uma previsão, como acontece normalmente, as estatísticas comprovam o facto, sempre que se realiza um grande evento, a quantidade de jovens que aderem a esse desporto aumenta de forma bem expressiva. A minha previsão é que o número de praticantes vai aumentar na próxima temporada em Canelas.
P.S.: Pena a atleta portuguesa (Patrícia Leal?) nos 10 000 metros ter sofrido aquele acidente com o contributo da adversária espanhola, estava a fazer uma prova empolgante com consecutivas lutas pela fuga à eliminação.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Fábrica de ilusões

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou os números das suas receitas do primeiro semestre do ano. As vendas resultantes dos jogos sociais ascenderam a 691 milhões de euros. O Euromilhões representou 490 milhões, o Totoloto quase 62 milhões de euros e o Loto 2 quase 49 milhões de euros.
Os motivos que levam a tal facturação a partir de uma ilusão seriam melhor explicados por algum investigador ligado a algum tipo de ciência social mas, por algum motivo as pessoas compram a ilusão. A comunicação social dava grande cobertura ao embuste mas também estes parecem ter perdido o grande interesse que mostravam todas as semanas.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O quê? Não pode ser.

Auditoria do Tribunal de Contas à administração do Porto de Lisboa. Conclusões fabulosas.

- 39% das receitas do Porto de Lisboa servem para pagar ao pessoal.
- Os estatutos para contratação de pessoal não foram considerados como priveligiando o mérito ou a avaliação de desempenho por objectivos (mas isto é novo?).
- Os senhores administradores, directores e chefes de divisão gastarão 829 mil euros nos próximos três anos, a este valor acrescerá um plafond trimestral para gasolina, portagens e estacionamento.
- A aquisição de bens e serviços não está regulamentado e não garante rigor de custos (a sério?)
- As obras efectuadas pela administração do Porto de Lisboa são pouco transparentes e não cumprem a lei.
- A administração do Porto de Lisboa procede frequentemente ao ajuste directo (eu gostei da nota que refere que apesar de não ser ilegal este procedimento não é o mais adequado à actuação de uma empresa pública...).
- A empresa não consegue indicar quais os montantes exactos dos empréstimos contraídos.
- Não há controlo dos desvios financeiros entre os projectos executados e os projectos iniciais (isso será realmente importante?)

Para não alongar muito o texto, apenas basta referir que o Porto de Lisboa é o maior porto nacional, com uma gestão destas, não vale a pena delinear estratégias para competir pelos portos nacionais.
Já agora para que estiver interessado pode consultar também a auditoria ao IPPAR.
Cambada de parasitas.

Questões do vinho

Só para colocar finalmente com clareza as questões de quem contribui para a produção excessiva de vinho, apesar de não haver qualquer medida de qualidade nos números, aqui ficam as produções em milhares de hectolitros de vinho em 2006:

- 1.º lugar, França 52105
- 2.º lugar, Itália 50566
- 3.º lugar, Espanha 35505
- 4.º lugar, Alemanha 9256
- 5.º lugar, Portugal, 7254
- 6.º lugar, Grécia 3997
- 7.º lugar, Roménia 2602
- 8.º lugar, Austria 2225
- Resto da U.E. aproximadamente 2040

Pois bem, com uma quota no total da produção da U.E. um pouco acima dos 4%, não me parece que o nosso ministro Jaime Silva deva saltar para a frente a oferecer a vinha portuguesa para que não haja sobreprodução na U.E..
Se Portugal reduzisse 10% a sua produção, o impacto na produção da U.E. seria uma redução de 0,44%. Mais, se todos os países excepto os 3 primeiros da lista, cumprissem a redução de 10%, o impacto na produção total seria de menos 1,65%.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Aditamento

Ao meu post anterior, só para acrescentar que a proposta foi rejeitada em todos os seus pontos fundamentais na segunda-feira. A minha grande surpresa foi que a França e a Alemanha lideraram a rejeição. Afinal eles achavam mesmo que só Portugal é que devia arrancar as suas vinhas. Só cá é que se produz mau vinho. O meu comentador tinha razão.

As medidas da Comissão sobre a vinha

Seguindo a dica de que apenas em Portugal existem más plantações de vinha dada por um comentador deste blogue, procurei as visões da situação nos outros países da U.E., aqui ficam as minhas conclusões.
Em primeiro lugar, quem é que é susceptível de aceitar mais rapidamente estas medidas propostas pela comissão, os grandes produtores europeus? Não me parece, agora olhando para os países mais pequenos, os agricultores com menos possiblidades, especialmente os dos novos países da adesão serão os mais atraídos por um subsídio de 7174 € por hectare de terreno que abdiquem. Esta parece ser a mesma preocupação que as associações ligadas ao sector da Eslováquia, da Hungria e da Roménia, que falaram em nome de um conjunto de países do centro e leste europeu.
Em segundo lugar, apesar de poder haver um aumento da qualidade e do preço do vinho produzido na U.E., não vai travar as importações que têm crescido a um ritmo de 10% ao ano nos últimos 10 anos. O que vai fazer é substituir vinho barato europeu por vinho barato importado de fora da U.E..
Em terceiro lugar, esta reforma tem como intenção a criação de grandes grupos de produtores de vinhos, criando barreiras de entrada no sector a novos produtores, especialmente os de pequena dimensão independentemente da qualidade do vinho que pretendam produzir. Para isso a comissária europeia propõe deixar de subsidiar a produção para subsidiar o marketing de vinhos fora da U.E.. Os pequenos produtores sem capacidade para exportar ficam sem qualquer benefício com as novas medidas. Talvez o meu comentador ache que só os grandes grupos produzem bom vinho.
Em quarto lugar, a resposta do ministro alemão à proposta da U.E., "É inaceitável que por um lado um país como a Alemanha que não contribui para a sobreprodução, por outro lado seja um dos mais afectados com os cortes"
O representante italiano Riccardo Ricci "esta medida põe em questão 200 anos de história na produção de vinho em Itália".
Talvez alguém me pudesse explicar como é que vão combater as importações de baixo e médio custo dos países do "novo mundo" com as medidas propostas. Talvez me pudessem explicar como a medida não beneficia apenas os produtores interessados em exportar os seus vinhos para fora da U.E. e por último, talvez me pudessem explicar que só porque um vinho pertence a uma zona demarcada faz dele um bom vinho, caso algumas pessoas que comentam em blogues não conheçam as propostas da U.E., eu posso produzir um vinho de miserável qualidade em Estarreja bastando que para isso compre 85% das uvas do meu vinho em zonas demarcadas.
Agora pelo menos já sabe que sou contra a proposta, mesmo que antes apenas me tenha referido à fatia portuguesa de vinha a ser arrancada.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Curiosidades sobre pesca

A partir dos dados publicados pela U.E. Portugal parece um paradoxo no sector das pescas. Aqui ficam alguns números:
-Portugal é o país da U.E. (ainda a 25) onde se consome mais peixe, 56,5 kg por pessoa por ano. A média da U.E. é de 22,7 kg.
-A produção portuguesa (captura e aquacultura) é de 220 680 toneladas (10.º lugar no ranking da U.E.), a nossa produção é cerca de 18% da produção espanhola.
-Portugal tem 9998 embarcações mas, em termos de toneladas apenas valem 110 696, até um país como a Letónia tem 270 embarcações que em toneladas representam 64 390 toneladas, o que dá bem uma noção do tipo de embarcações utilizadas em Portugal.
-Portugal devido a esta dimensão reduzida das suas embarcações representa 11,2% da frota europeia.
-Portugal recebe 5,5% das ajudas comunitárias, a Espanha recebe 43,1% (o número é mesmo 43,1%)
-A parte das ajudas que Portugal recebe para renovação de embarcações é de 50 milhões de euros, a Espanha recebe 486 milhões de euros.
-O valor acrescentado pelo sector transformador (do pescado) em Portugal é de 657,5 milhões de euros, em Espanha é de 3510 milhões de euros.
Os sucessivos ministros espanhóis devem ser uns tipos bem porreiros...

Hal Varian

Quem estudou economia tem de ter ouvido falar Hal Varian algures durante a sua existência. Além do seu livro Microeconomic Analysis, com vendas estraordinárias para um livro técnico, o senhor tem um currículo com mais diplomas do que seria possível a um aluno da Universidade Independente aquirir. Depois de uma vasta colecção de artigos de aplicação da teoria económica às novas tecnologias, Hal Varian chega a Economista Chefe da Google (aquela empresa do nome esquisito).
Pena que em Portugal a primeira recompensa não seja por um bom currículo mas sim por um bom parentesco. Se houvesse menos pessoas com apelidos e mais pessoas com competência talvez houvesse mais grandes grupos nacionais.

Desporto


Para testar a capacidade de organização de eventos.

Fashion Fest

A Associação para o Desenvolvimento do Centro Urbano, organizou um evento de moda para promover o comércio local. Apesar de não ter nada contra os eventos deste tipo, duvido que haja grandes ganhos comerciais com os mesmos. Caso algum comerciante seja mais atento a registar os dados das suas vendas, poderá contrariar a minha opinião.
Quanto a mim os verdadeiros beneficiados com estes eventos podem perfeitamente não dar qualquer contributo para o mesmo, são os cafés nas proximidades da praça.
Duvido muito que um euro gasto no evento reproduza mais do que um euro em vendas.

terça-feira, 17 de julho de 2007

As vinhas ainda vão ser o fim do Ministro

Quando a União Europeia quer arrancar 200 000 hectares de vinha, um bocadinho abaixo da área ocupada com vinhas pelos produtores em Portugal (239 951 hectares segundo o Instituto da Vinha e do Vinho), com um limite de 10% da área ocupada com esta produção em cada país como elegível para arranque, Jaime Silva já avançou com um número, 17 000 hectares em Portugal. Numa União Europeia com 27 países, onde Portugal não é sequer dos de maior dimensão porque é que o ministro Jaime Silva propõe que sejamos nós a arrancar 8,5% do total pretendido pela U.E.? Qual será a fatia da Espanha, França e da Itália? Afinal a U.E. tem 3 600 000 hectares de vinha...
Pelo menos se arrancarem vinhas já têm mais espaço para construir campos de golfe. Talvez um hotel. Os dois juntos até dá um PIN (Projecto de Interesse Nacional).

Onde estão eles?

Se por acaso está a pensar que os ministros portugueses e muitos secretários de Estado desapareceram da face da terra engana-se. Apenas estão a fazer propaganda por Bruxelas.

Empresas familiares

A coisa mais lógica mesmo numa sociedade com mentalidade capitalista é, se possível que o sucessor do fundador de uma empresa seja algum familiar do mesmo (por exemplo a SONAE, a WAL-MART, etc.). Se é assim em empresas de grandes dimensões como as referidas então, deve ser um bom exemplo a seguir, por exemplo no Grupo Espírito Santo, é possível achar nos quadros intermédios das várias empresas, familiares dos fundadores e outros. Sendo assim qual não foi o meu espanto quando ao entrar numa empresa que desconhecia ser familiar, consegui encontrar um pai e dois filhos todos a trabalharem na mesma empresa, o pai com um cargo mais importante e os filhos como chefias intermédias, todos com uma vontade pouco dada ao trabalho. Mesmo assim, a tal empresa permanece grande e com peso na economia. Para não incomodar os senhores em questão deixo apenas parte do nome da empresa: CÂMARA MUNICIPAL.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ganhaste o quê?


Agricultura em baixa

Além de campanhas eleitorais sem ideias, além do desespero de um candidato vencedor em encontrar gente em Famalicão para agitar umas bandeiras na noite de Domingo em Lisboa (é melhor não arriscar, em Lisboa estava difícil encontrar quem fosse votar quanto mais convencer alguém a ir passar a noite a olhar para o António Costa), houve alguns acontecimentos que não devem passar ao lado das notícias. Em primeiro lugar a minha surpresa por ver um Ministro da Agricultura tão aberto à iniciativa de arranque de vinhas. Como já tinha escrito antes, como era previsível, os franceses disseram logo "non", uma proposta que pretende favorecer os vinhos dos produtores de maior dimensão e que pretende favorecer os produtores do norte da Europa, que com menos horas de sol são os que mais são favorecidos com parte das medidas da U.E., cá estamos nós como sempre, prontos para levar uma fatia maior do que o nosso prato suporta.
Em segundo lugar, não estará na hora de renegociar a quota de produção de leite dos produtores portugueses? Continua a diminuir a produção, a variação anual quando comparado o ano de 2005 com 2006 é de menos 5% no continente. Se houvesse um excesso de produção até poderia ser que as medidas fossem correctas mas, num país com um défice de 77 000 toneladas (não faço ideia porque é medido em quilos) não faria sentido permitir pelo menos que a produção pudesse ser equivalente à procura interna? Se produtores estrangeiros procurarem um país para produzir lacticínios não escolherão Espanha? É que afinal precisarão importar a matéria prima.
Eu não entendo nada de agricultura mas surgem-me algumas questões...

E se estivéssemos em Dusseldorf?

A natalidade é um problema que se diz difícil de resolver. Em Dusseldorf, aparentemente há uma visão um bocadinho mais de longo prazo do que por cá, então lá veio uma ideia (de algum idiota provavelmente) de oferecer incentivos à natalidade.
Desde 2000 que são atraídos jovens casais para a cidade e os resultados têm sido um aumento constante das taxas de natalidade. No primeiro trimestre de 2007 nasceram mais 15% de bebés na cidade quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Os incentivos para a fixação de jovens casais e de incentivos à natalidade começaram pela renovação de escolas e creches (um forte investimento por parte do executivo local). O "Elterngeld", um apoio à maternidade inspirado nos modelos escandinavos que entrega sob a forma de subsídio à mãe um valor equivalente a 67% do seu salário durante um ano a partir da data do nascimento.
Eu acrescentava a possibilidade de comprarem casas ao preço da construção nas freguesias mais atrasadas de um concelho...

Paradigma

A notícia é do New York Times e segundo o mesmo jornal, a empresa farmacêutica Johnson & Johnson parece estar interessada em assinar uma parceria com o Serviço Nacional de Saúde Inglês em que o SNS inglês apenas terá de pagar os custos com o medicamento Velcade (tratamento de tumores) nos casos em que o medicamento actue com sucesso.
O SNS inglês já tinha conseguido ainda segundo o NY Times, assinar um acordo com quatro empresas farmacêuticas com o objectivo de reduzir os preços dos medicamentos caso o seu efeito não seja o esperado em doentes com esclerose múltipla.
A medida pode não ser facilmente executável em outros países, este medicamento da Johnson & Johnson tinha sido colocado de fora dos medicamentos que o SNS inglês paga, por um conselho consultivo pela análise custo/benefício. A Johnson & Johnson fez a sua proposta de reembolso nos casos de tratamentos sem resultados positivos caso o seu medicamento seja considerado como eficiente na análise custo/benefício pelo mesmo conselho.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Xadrez político local

O PS de Estarreja optou por usar "mind games" para minar a governação, o PSD/CDS-PP escolheu o humor para a defesa...

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Na Torreira

Parece que aquela empresa do sorriso simpático, a EDP, tem um pedido de indemnização por parte dos comerciantes da Torreira de cerca de 45 000 € por prejuízos causados no mês passado. É pena que os meios de comunicação nacionais não projectem mais estas notícias, porque quem lê por exemplo o Diário Económico até pode ser levado a pensar que a empresa é um exemplo de eficiência e de serviço ao cliente. Pelo menos nas Palavras do seu presidente, António Mexia a EDP é um exemplo. No concelho de Estarreja deve ser difícil encontrar uma pessoa que se lembre da última vez que houve cortes no fornecimento...

Boa gestão

Não faço ideia se é incompetência, interesse ou puro desespero por mais uns euros. O Estado precisa desesperadamente de receitas para cobrir a má gestão que efectua, deste modo todos pagam mais impostos (uns mais do que outros).
Quando surge uma oportunidade de vender alguma coisa que tenha valor para os privados o Estado vende porque nesse caso já não é necessário o Estado ter um peso excessivo na actividade Economia. O problema é sempre que o Estado vende, o negócio é bom no curto prazo para os que compram. Aqui começo a pensar se o Estado com tantos funcionários que tem necessita de comprar os serviços de avaliação das suas empresas a bancos privados. Neste negócio da REN, como em outros antes, quem compra na subscrição, no primeiro mês pode fazer uma bela quantia de dinheiro para as férias. Como considero que os bens do Estado pertencem a todos, penso que o Estado deveria fazer melhores Ofertas Públicas de Distribuição. Eu pela minha parte só tenho pena de não ter tido possibilidade de comprar as acções que queria. Tirando esta excepção, continuo a não tirar uma única vírgula ao que disse antes. Não tenho interesse em qualquer título da Euronext Lisboa.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Política

Se há coisa que eu não gosto nada é de memória curta e aproveitamento de circunstância. Há políticos que se esquecem que o seu partido esteve no poder e deu origem a problemas que têm um desfasamento temporal e acabam por acontecer no ciclo seguinte.
Podem sempre alegar que não eram eles que estávam a comandar o partido, etc. mas, não podem atirar responsabilidades para cima dos outros para ver se a coisa cola.
Usando como exemplo o caso do Eco-Parque, houve um atraso considerável nas obras, houve um atirar de culpas para cima do actual executivo, na minha perspectiva, o PS iniciou o projecto, mas empolou demasiado os seus feitos e após alguns meses de arrastar da situação, acabou tudo com uma vitória, embora não total, esmagadora para o lado do actual executivo.
Mais recentemente houve a situação do hospital. Se acho que a postura do director da unidade merecia uma total oposição dos Cidadãos de Estarreja à continuação de tal pessoa por este concelho, já o PS local, analisando correctamente o desenrolar dos acontecimentos no sector da saúde formulou uma proposta enquadrada com as concessões no processo de reorganização das urgências. Esta proposta parece-me semelhante à que acabou por sair da reunião entre a comissão de utentes e os partidos políticos locais.
O que eu gostava de ver na política local era, não o aproveitamento, como no caso da IKEA, que não entendo como o PS usa esse argumento tantas vezes, quando me parecia claro que se fosse preciso o ministro da Economia teria subornado os responsáveis da IKEA só para eles escolherem Paços de Ferreira, mas sim um pouco mais de espírito aberto ao debate. E existindo um pouco mais desse espírito, tudo o que a oposição diz não deve ser descartado imediatamente só porque são oposição. E caso houvesse este espírito de contribuir para melhorar o concelho, não fica nada mal a quem está no poder aparecer com as pessoas da oposição que contribuem para bons projectos.

Leitura de Verão

Para informações actualizadas e perfeitamente imparciais:

WWW.fcporto.pt

terça-feira, 10 de julho de 2007

Partido Socialista

Mesmo afastado, de férias, com maior dificuldade de acesso a notícias, parece-me que o Partido Socialista de Estarreja tem novos assuntos para aquecer o Verão.

sábado, 7 de julho de 2007

Live Earth

Ou S.O.S. Terra como foi apelidado em português, é uma acção para a consciência ecológica do planeta, o principal veículo da mensagem é a música.
Já não aguento mais tanta consciência ecológica, entre convidados que sabem que "uma ponta de cigarro demora n tempo a..." "a..." e por fim lá saiu uma palavra "desaparecer".
Interessante é também a música, os jornalistas enviados pela RTP a Inglaterra, para acompanhar o evento no estádio de Wembley ficaram fascinados com a chegada de uma banda com muito aparato mediático, um comboio de carros... (então os carros não são aquela coisa que liberta partículas de CO2?)
Outra parte interessante é que quase todos os artistas presentes no evento usaram jactos particulares para se deslocarem (os aviões também não são altamente poluentes?), Phil Collins estará mesmo presente em dois concertos, em dois países diferentes (irá nalgum transporte público?), quantos destes artistas com casas de dimensões que não necessitam, carros com centímetros cúbicos a mais e todo tipo de electrodomésticos para criar desperdício vão passar a deslocar-se de comboio entre deslocações para concertos ou em vôos regulares das companhias aéreas?
Há também aquele senhor de uma banda chamada U2, que criou uma marca de roupa para ajudar ao desenvolvimento de países africanos, pagando o salário mínimo no Lesoto, dando as mesmas condições de trabalho que outros empregadores dão nas fábricas de têxteis locais, vendendo calças por umas centenas de dólares e gastando o dinheiro a passear pelo mundo de jacto particular com a esposa a criar uma consciência para os problemas do mundo...
Com amigos destes, bem pode a terra esperar melhores dias... Mas fica a intenção. A malta come o que lhe põem na mesa sem pensar...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Sobre o Eco Parque

Notícias recentes davam como certo a fixação da empresa TEGOPI, Industria metalomecânica, S.A. no parque industrial de Estarreja. A empresa compete num sector que parece viver com alguma estabilidade em Portugal, o emprego neste sector cresceu em média 1,6% ao ano entre 2000 e 2006 (embora o caminho tenha sido de altos e baixos). As exportações no periodo cresceram em média de 10,37% ao ano, para o mesmo periodo (2000-2006). O número de empresas criadas no sector é bastante superior ao número de empresas que fecham. O volume de negócios que era de 3 750 milhões de euros em 2000, passou para 4 491 milhões de euros em 2004 (último ano disponível).
Pelos dados do sector, sem dados concretos sobre a empresa, sabendo da ligação da empresa com as energias renováveis através dos componentes para parques eólicos, parece-me uma boa aquisição para a "carteira" de empresas presentes em Estarreja. Esperemos que também esta empresa possa contribuir para o Valor Acrescentado Bruto muito interessante que um conjunto de empresas formou em Estarreja.
Podem continuar a abrir centros comerciais com 1000 postos de trabalho, podem construir obras públicas para aumentar o produto e criar emprego temporário mas, para mim, a maior valia de uma economia passa pela produção de bens transaccionáveis e não serviços sem valor acrescentado como no caso dos centros comerciais e a TEGOPI produz bens transaccionáveis.
Manuel Pedro Quintas, administrador desta empresa parece ser uma das apostas da AESE, Escola de formação de gestores, como um dos empreendedores a ter em atenção no futuro, incluindo-o na lista denominada Líderes 2020.

Ainda sobre portagens

É certo que a cobrança de portagens é uma forma de reduzir o número de veículos que entram diariamente nas cidades, diminui as filas de trânsito na entrada das mesmas e reduz a poluição gerada diariamente por milhares de carros (o exemplo é Londres).
Mas não serão este tipo de taxas apenas mais uma fonte de receita? Eu falando apenas por mim, desconfio que seja assim. Na verdade, o meu imposto automóvel, o meu Imposto Municipal de Circulação, Imposto Sobre Combustíveis e outros melhoraram os meus serviços públicos de transporte? Penso que não.

Roubados a curto prazo?

Se confiarmos nas conclusões do documento de trabalho de Amy Finkelstein do M.I.T., então os cidadãos do concelho de Estarreja, bem como os outros utilizadores da A29 pagarão bem caro a auto-estrada.
Os dados do estudo foram 183 troços com portagem nos Estados Unidos, com 88 concessionários , de 31 Estados. O estudo incide sobre o comportamento do preço das portagens nas auto-estradas que continuaram a utilizar sistemas de cobrança tradicionais e as que adoptaram portagens electrónicas.
Os dados apontam para um aumento das portagens dos troços que optaram por utilizar portagens electrónicas, um aumento entre 20% a 40% do que seriam os preços caso não tivessem adoptado a cobrança electrónica. Os aumentos não estão relacionados com maiores custos dos novos sistemas, apenas um aproveitamento para cobrar portagens mais altas pelo simples facto que os utilizadores já não param para entregar dinheiro na portagem, com a tranferência electrónica a percepção do custo é mais baixo, servindo de impulso para aumentar as receitas das concessionárias. Na verdade, segundo o estudo, as portagens electrónicas baixam os custos das concessionárias.
Aqui a nossa ainda SCUT vai ser a cobaia para este tipo de pagamento. Felizmente temos uma auto-estrada a centenas de metros de distância para fazer comparações (Se o concessionário entretanto não passar a ser o mesmo). Pelo que parece, Teixeira dos Santos anda a aproveitar a ligação com o M.I.T. activamente.

domingo, 1 de julho de 2007

Investimento Directo Estrangeiro

Portugal, de acordo com o relatório da OCDE sobre investimento estrangeiro (extra OCDE), tem um comportamento completamente diferente da média dos países que compõem a OCDE. A saída de investimento estrangeiro passou de 2,1 mil milhões de dólares em 2005, para 3,5 mil milhões de dólares em 2006 (um crescimento de 66,7%). No que diz respeito à entrada de investimento estrangeiro passou de 4 mil milhões de dólares em 2005, para 7,4 mil milhões de dólares (um crescimento de 85%), o que dá ainda um crescimento líquido de 148,9% de crescimento em 2006 relativamente a 2005.
A média da OCDE foi na saída de investimento de um aumento de 21,9%, na entrada de investimento extra OCDE o aumento foi de 28,8%. O saldo líquido entre entradas e saídas é negativo em 52,8%. Em 2006 o saldo entre entradas e saídas de investimento da zona OCDE foi negativo em 209,9 mil milhões de dólares.

Empresa Municipal para Estarreja

Sou da opinião que existe uma falha de mercado no desenvolvimento das freguesias do concelho de Estarreja, que vai além de pedidos, como acontece em Canelas, de revisão do PDM.
Uma análise da estrutura da população, por exemplo de Canelas, mostra que no mínimo a população estagnou, sendo que o índice de envelhecimento continua a crescer.
Deste modo, de forma a promover o desenvolvimento das freguesias, aproveitando os sinais recentes de perspectivas interessantes de fixação de empresas no concelho, penso que seria interessante a C.M.E., promover um programa para a tentativa de desenvolvimento das freguesias. Na minha perspectiva, como penso que freguesias como Canelas não conseguem crescer sem um forte incentivo, deveria ser criada uma empresa municipal, para o desenvolvimento habitacional das freguesias mais atrasadas do concelho (este atrasadas sem qualquer desprestígio para as pessoas das mesmas), Os objectivos desta empresa municipal, passaria pela criação de habitações nas freguesias, em regime de cooperativa (não sei se o enquadramento jurídico das cooperativas habitacionais se enquadra exactamente neste modelo), uma empresa que construiria habitações sem obter lucro, vendendo-as ao custo de contrução mais os custos administrativos da empresa municipal, tornando desta forma o seu impacto nulo nas contas do município. Os beneficiários desta medida deveriam ser jovens casais, que se pretendessem fixar nessas freguesias, com o incentivo de uma casa de qualidade (não seria certamente interessante construir bairros sociais), com por exemplo um periodo obrigatório de permanência na freguesia de 10 anos, que caso não fosse cumprido, seria imposta uma penalização como acontece na fxação de empresas no ECO-PARQUE, com aumentos do preço por metro quadrado.
Penso que seria possível, no prazo de dois mandatos, inverter a situação de Canelas, havendo perspectivas de crescimento da população residente, uma redução do índice de envelhecimento e a manutenção de equipamentos com viabilidade dos mesmos, como a manutenção da escola primária. Este tipo de iniciativas, têm sempre boa divulgação na comunicação social, não havendo certamente problemas em achar candidatos para as casas, visto que a relação qualidade preço seria certamente inferior a qualquer construção de promotores privados.
Esta medida não serviria para beneficiar Estarreja, visto não ser preciso incentivos para a fixação de população na cidade, o parque habitacional cresce obdecendo às leis da procura e oferta, ao contrário do que penso acontecer em Canelas.
Com esta proposta o blogue vai de férias, mais ou menos uma semana...