terça-feira, 17 de julho de 2007

As vinhas ainda vão ser o fim do Ministro

Quando a União Europeia quer arrancar 200 000 hectares de vinha, um bocadinho abaixo da área ocupada com vinhas pelos produtores em Portugal (239 951 hectares segundo o Instituto da Vinha e do Vinho), com um limite de 10% da área ocupada com esta produção em cada país como elegível para arranque, Jaime Silva já avançou com um número, 17 000 hectares em Portugal. Numa União Europeia com 27 países, onde Portugal não é sequer dos de maior dimensão porque é que o ministro Jaime Silva propõe que sejamos nós a arrancar 8,5% do total pretendido pela U.E.? Qual será a fatia da Espanha, França e da Itália? Afinal a U.E. tem 3 600 000 hectares de vinha...
Pelo menos se arrancarem vinhas já têm mais espaço para construir campos de golfe. Talvez um hotel. Os dois juntos até dá um PIN (Projecto de Interesse Nacional).

4 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe mas vê-se que fala do que não sabe. O arranque das vinhas em Portugal é uma medida há muito pedida por todos os agentes do sector e que visa precisamente defender o vinho português.
A questão é simples: Produzimos em excesso relativamente ao que consumimos. Ainda por cima esse excesso é de muito má qualidade e o único destino que tem tido é a queima (destilação) que é uma operação cara e suportada pelo dinheiro dos contribuintes.
Você acha mesmo que devemos então continuar a suportar e a financiar o mau vinho, premiando os preguiçosos ou incapazes que não tratam da vinha e com isso fazer concorrência e puxando os preços para baixo ao vinho que deve ser consumido e exportado?
A ânsia de dizer mal às vezes dá nisto.

Pedro Javier Mazzoni disse...

Meu caro amigo,
se reparar bem naquilo que escrevi, não faço nenhum comentário quanto à qualidade da medida mas, pelo que entendo, pelo seu conhecimento do mercado do vinho, só em Portugal é que se produz mau vinho logo uma boa fatia daquilo que é para arrancar deve ser em Portugal.
Obrigado

Anónimo disse...

Meu caro
Não disse isso, não fiz essa comparação. É evidente que noutros lados também se faz mau vinho, a começar pela França que deverá ser o campeão da mediocridade.
O que falei e mantenho é que esta medida da UE é uma boa oportunidade para Portugal se livrar de muitos hectares de má qualidade que estão a ter um efeito pernicioso no (nosso)mercado. A questão da importação de vinhos baratos fora da UE, pôe-se para o mercado europeu em geral mas não para Portugal, onde a sua expressão é residual.

Pedro Javier Mazzoni disse...

Meu caro,
A análise que a senhora comissária fez foi a dos números do consumo na U.E.. De um lado ela vê os números a caírem todos os anos, do outro lado ela analisou esses números e viu que a maior queda do consumo é do vinho de inferior qualidade, devido a evoluções sócio económicas a quantidade procurada de vinho de menor qualidade é a que mais se reduz. Assim, e apesar das boas intenções da medida de orientar mais a produção para o mercado e não para o subsídio, ela pretende criar grandes grupos económicos no sector, apoiados pela U.E., para manterem a sua posição no mercado interno e aumentar no externo. Não contesto que não é justo produzir com baixa qualidade com a segurança de um subsídio mas, a proposta é um pouco cega na prossecução dos seus objectivos. Neste link pode aceder à produção de vinho da U.E. em 2006: http://pjmazzoni.blogspot.com/2007/07/questes-do-vinho.html