Não para falar dos imigrantes, mas sobre as políticas de imigração. Se há coisa que me deixa com um sorriso nos lábios, é a afirmação que o mercado de trabalho é muito rígido em Portugal. E isto tem tudo a haver com a questão da imigração.
Os trabalhadores são pessoas que querem bons trabalhos e bons salários, não porque precisam apenas de comer mas porque precisam igualmente de satisfazer as suas necessidades. E como as pessoas têm sentimentos, preocupam-se com a procura de trabalho (por parte das empresas) e a qualidade dessa oferta.
Sem entrar nos pormenores da teoria económica do mercado de trabalho, é fácil entender que a escassez de mão de obra para trabalhar em tanto centro comercial iria fazer subir os custos do trabalho, para acalmar os alarmados patrões pouco interessados em partilha de lucros com empregados, o governo garante um stock permanente de trabalhadores de países com qualidade inferior de vida (por exemplo o Brasil) com um stock permanente de pessoas que esperam uma oportunidade de poderem melhorar a sua qualidade de vida. Empregados mais dispostos a manter os salários bastante baixos, alguns mesmo com contratos de tempo parcial mas que acabam por fazer horários inteiros sem receber mais por isso. Se o fenómeno ainda não é muito visível por aqui, quem passa por exemplo num famoso centro comercial de Cascais pode descobrir facilmente esta realidade.
O problema é que os patrões (os medíocres) têm medo do efeito borboleta, pois se existisse uma verdadeira política de imigração, o país teria melhores salários, as empresas medíocres afundariam-se mais facilmente. Bem querem atirar lama para os olhos com a saída de empresas com mão de obra intensiva de Portugal, mas depois fomentam a exploração barata para manter os mesmos na mesma situação.
Andamos sempre atrás porque a oligarquia dominante alimenta o país de políticos à medida das suas necessidades. Portugal no fundo? Não é realmente um mistério porque lá andamos.
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