Linda Veiga e Francisco Veiga, da Universidade do Minho, publicaram um artigo com o título "Does opportunism pay off ?", em Abril deste ano.
O objectivo do trabalho era aferir sobre o efeito de aumentos de despesa feita pelos titulares dos cargos municipais, com maior ênfase nas obras de maior visibilidade para a população e se estas despesas aumentavam a sua hipótese de serem reconduzidos no cargo.
A variável explicada do modelo é a percentagem de votos do partido do incumbente no município, as variáveis explicativas do modelo foram os votos na eleição anterior, os anos no cargo, a popularidade do governo do país e o nível real de despesa de investimento per capita no ano anterior às eleições. Os dados usados foram de 1979 a 2001.
Uma conclusão interessante dos autores do estudo é que o desperdício em períodos pré-eleitorais por oposição a um rigor na política fiscal é bem aceite pela população em Portugal, o que dá um bom fundamento à teoria do José Matos que é mais importante a obra do que folgas fiscais para os Cidadãos.
A conclusão básica do estudo é que o aumento da despesa imediatamente antes das eleições resulta numa maior percentagem de votação para o incumbente nas eleições municipais e que este tipo de comportamento tem maiores resultados agora do que no início da democracia.
Portanto o que pode dar a eleição ao José Eduardo Matos na próxima eleição não é qualquer tipo de diminuição da tributação mas sim coisas como equipamentos desportivos (nova piscina municipal?), escolares (beneficiação do parque escolar municipal anunciado...), equipamentos sociais, arranjos de ruas, sistemas de esgotos, tratamento e distribuição de água, caminhos rurais, material de transporte, habitação e mais alguns itens.
Está aqui a receita para o José Eduardo Matos ganhar a próxima eleição, uma última pista, o item que parece segundo o estudo ter maior impacto é o dos equipamentos sociais, bem mais do que os desportivos ou escolares.
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