segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Eles não querem saber do cidadão comum

Parece que o homem mais importante do mundo por estes tempos turbulentos volta a ser o "chairman" da Reserva Federal dos EUA, Ben Bernanke, que se espera mais inteligente do que o senhor que substituiu (eu pelo menos penso assim), não deverá baixar as taxas de juro. Caso este o faça, é provável que comecem a pressionar o nosso senhor Trichet para que faça o mesmo.
Se por acaso houver uma diminuição das taxas de juro, certamente aparecerão alguns chicos espertos a falar do impacto das taxas na vida das pessoas, que é tudo menos o que é certamente. Se por acaso houver um corte nas taxas de juro, é porque existem uma classe de empresários, os banqueiros, que estão em apuros, são esses senhores que serão salvos pelos cortes, não as famílias (embora algumas possam sentir-se aliviadas temporariamente).
Se há coisa que Portugal não pode ter, é taxas de juro mais baixas, os portugueses entraram numa corrida ao crédito nos últimos anos à custa de taxas de juro baixas, falta de informação e oportunismo de instituições que se dizem de confiança.
O que o Sr. Primeiro-Ministro e o Sr. Ministro das Finanças têm de fazer, visto o seu apetite por impostos ser um caso clínico difícil de resolver, é criar incentivos muito fortes para que quem tem capacidade de poupar em Portugal o faça no próximo ano. Espero que o próximo Orçamento de Estado tenha isso claro.
O que eu gostava de saber, é quantos bancos ou instituições financeiras aconselharam as pessoas (e ainda aconselham) quando lhes concedem um crédito a pensarem no que pode acontecer no futuro (e não estou a falar das simulações que lhes dão de mudança de taxa de juro). Lamento se não acho que os senhores do banco sejam meus amigos.

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