segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O pêssego que afinal era um limão

Uma regra extremamente simples da teoria financeira é a de que não é possível fazer arbitragem pedindo dinheiro emprestado num lado, para o ir depositar noutro e fazer um lucro decente no processo sem grande esforço. Caso fosse possível, haveria uma fila enorme à porta do Banco que concedia o empréstimo, o que o faria elevar a taxa de juro cobrada e uma fila tão grande quanto a permitida pelos contratos de empréstimo no primeiro Banco, à espera para fazer o depósito, o que faria a segunda instituição diminuir o retorno que dava aos investidores ao ver tamanha procura.
No caso do Sr. Madoff, nenhum investidor achou isto estranho.
O Sr. Espertalhão entrava no escritório do Banco Privado Português, pedia emprestado o montante de 10 000 000,00 de euros, a uma taxa de 8% e ia investir num fundo dum Sr. Madoff que prometia 10% a 15%, não havendo anos maus (certeza de retornos???? Só se for num mundo perfeito, que não este onde vivemos).
O Sr. Espertalhão ficava com salário de administrador de banco sem o mínimo esforço e isto não soa estranho a ninguém? E se houver uns milhares de Srs. Espertalhões, todos se conhecem, nenhum deles acha estranho de onde vem o dinheiro que os faz ricos ao ritmo das fases da lua?
O que é certo é que só pessoas como o Sr. Dias Loureiro sabem transformar a água em vinho e para isso acontecer, não podem haver milhares de outros jogadores na jogada, só dois ou três. É elementar que todos os contribuintes têm de ficar mais pobres para que alguns fiquem muito ricos.

Motivos do nosso atraso económico III

Jorge Coelho e Dias Loureiro (notícia do Público)

Motivos do nosso atraso económico II

BPN (notícia do Correio da Manhã)

ou

BPN (também no Correio da Manhã)

ou

BPN (notícia do Público)

Motivos do nosso atraso económico I

CTT (notícia TSF)

Um feliz Natal

Estes dias que antecedem o Natal são sempre especiais, compras, iluminações, árvores de Natal gigantes e algumas mais pequenas em casa... Enfim, nesta altura especial temos um bocadinho mais de fé na raça humana e parece tudo um pouco melhor.
Não fossem alguns pequenos problemas, insignificantes como diz o governador do Banco de Portugal, desde os problemas domésticos com a justiça (cada vez mais nas ruas da amargura), a luta dos professores, o caso das offshore do BPN, o escândalo do BPP, a venda de património do Estado a particulares que o vendem no mesmo dia com 35% de lucro, as reforma inaceitáveis de funcionários públicos, as nomeações de outros funcionários públicos e a subida ao pelotão da frente em matéria de carga fiscal sobre o contribuinte e 2008 acabava bem.
Já agora, a nível internacional será interessante acompanhar a novela Madoff (ou como os clientes sofisticados, bancos de investimento, autoridades de supervisão, auditoras, contabilistas, etc. não repararam que estavam sentados em cima de um monte de estrume).
Mal posso esperar pela próxima visita ao Santander para mais uma troca de argumentos com o gestor de conta acerca de activos financeiros...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Retorno

A partir desta data, pontualmente, irei colocar algumas definições e breves explicações que permitirão ajudar a ler melhor a secção de economia de um jornal.
A primeira definição, é a de RETORNO. Retorno é a taxa de medição base em finanças, daí a sua importância em qualquer análise. As taxas de retorno são taxas de crescimento, que indicam a que velocidade está um investimento a crescer. Quando se trata de um empréstimo, a taxa de retorno é também conhecida por taxa de juro.

Matematicamente: r = (Ca - Co)/Co

Em que Ca é o valor no momento actual e Co é o valor no momento inicial.

Retorno das acções da BRISA (8/12/08 a 12/12/08):

r = (5,28 - 5,75)/5,75 = -8,17%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CIRES

A Companhia Industrial de Resinas Sintéticas, S.A. está a ser alvo de Oferta Pública de Aquisição por parte de um dos seus accionistas a empresa Shin Etsu International Europe B.V. que tem sede na Holanda. Não houve nenhum frenesim na corrida aos títulos da CIRES na bolsa porque não existem acções dispersas em número suficiente para provocar grandes alterações.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Políticos modernos

José Sócrates e Teixeira dos Santos têm ambos o hábito de não falar verdade, coisa corrente em véspera de eleições. José Sócrates, como que por magia, antecipando-se à divulgação pública dos números, mudou o seu discurso de oposição a quaisquer previsões internacionais de maus resultados da economia portuguesa no 3.º trimestre de 2008 e foi ele mesmo dias antes da tal divulgação pública a mudar o discurso (é de salientar que ele já estava na posse dos números). Já Teixeira dos Santos é menos discreto e cai facilmente em descrédito. Depois de tanta promessa de pagamento a fornecedores, coisa que não acontece, também a promessa de reembolso de IVA a tempo não acontece...
Ainda vamos assistir no final do tempo de José Sócrates a uma comunicação ao país, semelhante à de George Bush acerca da guerra no Iraque, acerca de parcerias público privadas. A guerra no Iraque tem um custo fiscal de cerca de $ 6000 por segundo, coisa que passou ao lado da comunicação de Bush. Certamente que José Sócrates não precisará da política depois de ser primeiro ministro (até chegar a altura da candidatura à presidência) e verá o pântano de longe, talvez em Paris, ou lá mais para norte...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Previsível

Depois de a 16 de Maio ( do ano de 2008) ter afirmado que as obras que decorriam na E. N. 109 eram uma verdadeira palhaçada, confirma-se agora, com a chuva de que o trabalho foi realmente de qualidade.
Enfim, talvez alguma porta enriquecedora se abra após a actividade política para alguém.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

BPP e o rumo lastimoso

O ministro Teixeira dos Santos, há muito pouco tempo nomeado pior ministro das finanças da união monetária, depois de mostrar que não conhece o orçamento decidiu partir para a galeria dos piores de sempre.
Em primeiro lugar, o episódio do último banco sem controlo, onde surge um anúncio de que o BPP necessitava de um empréstimo de 750 milhões de euros, recorrendo ao aval do Estado para contrair o desejado junto de outras instituições bancárias. O processo foi rejeitado pelo Banco de Portugal, devido à fraca contribuição do banco para o financiamento da economia (questão discutível, mas aceita-se). Até aqui tudo bem, até que, num momento de autêntica estupidez, surge a solução. O que deve ter dado origem a uma conversa deste género:

João Rendeiro: Necessitamos de um empréstimo de 750 milhões de euros e vamos recorrer ao aval do Estado Sr. Ministro para facilitar a obtenção do mesmo.
Teixeira dos Santos: Nada disso, a vossa contribuição para o financiamento da economia é insignificante (...)
Teixeira dos Santos: Já sei! Encontrei a solução para o vosso caso! Não vos deixamos usar o aval do Estado para obter o financiamento. O que vamos fazer é obter-vos um financiamento e para o facilitar, vamos dar-vos um aval do Estado.

Parece ridículo mas é verdade.
Em segundo lugar, a proposta da Comissão Europeia para baixar impostos não se pode aplicar em Portugal porque simplesmente a consolidação do governo fez-se pelo aumento dos impostos, logo a classe média não pode pagar menos impostos (é uma questão muito simples e a fórmula é repetida ao longo dos anos).
Em terceiro lugar, o Estado prepara-se para manter o défice sobre controlo à custa das décadas seguintes. São só uns milhares de milhões escondidos em parcerias Público-Privadas, uma maravilha para os privados.
Por último, quando Teixeira dos Santos fica contente pela baixa da taxa de referência do BCE, está apenas a pensar na borrada que fez, que vai ser ligeiramente atenuada pela baixa de juros (é a mesma receita usada no governo do Sr. Guterres), a última preocupação do Sr. Ministro será o bem-estar dos portugueses.