sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Curiosidades

Os bancos mundiais provavelmente tornaram-se grandes demais para falir, como alguém disse.
Além de um simpático plano Paulson nos E.U.A., 700 mil milhões de euros, os senhores da banca americana já andam, como quem não quer a coisa, a dizer que não chega. Falta um novo pacote de ajuda mais ou menos equivalente ao primeiro, desta vez injectado no capital próprio dos bancos.
Uma coisa que eu acho estranha nesta crise é que não li em jornal nenhum qual era o plano de salvação da banca proposto pelos governantes das Ilhas Caimão, Bermuda, Panamá, Bahamas, etc. Estranho, levando em conta a quantidade de empresas financeiras nestas economias.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Banco Central Europeu

Mais uma vez, ao contrário do que acontece do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu manteve-se mais ou menos em silêncio (passivo dirão alguns), deixando o esforço de acalmar o mercado para os representantes dos países.
Parece-me de todo uma postura correcta, uma vez que o Banco Central Europeu, ou melhor, o conjunto dos Bancos Centrais da zona Euro não têm activos que permitam o tipo de afirmações que foram feitas, nem estão perto de poder salvar o conjunto dos bancos da zona Euro. Quando o nosso venerável ministro das finanças vem a público garantir que não haverá problemas com nenhum banco português, suponho que alguém o informou das diferenças de activos detidos pelo conjunto dos bancos portugueses e o rácio desses activos para os do Banco de Portugal não? No entanto, o que não faltou foi a promessa de fundos ilimitados e facilmente se entende que, a única possibilidade que o Banco Central Europeu teria de alinhar numa brincadeira dessas, caso a coisa ficasse realmente complicada era fazer dinheiro sem parar. Do mesmo modo, no Reino Unido foi afirmado, realisticamente, que a salvação só viria para um conjunto muito restrito de bancos, caso se viesse a verificar o pior cenário, uma vez mais, um Banco Central ao intervir não quis alarmar as pessoas, mas pelo menos não mentiu.
Nos Estados Unidos a encenação continua como sempre. Apesar do mercado de crédito representar em activos quase 75% dos activos dos bancos comerciais, está tudo bem, o Paulson resolve, se não resolver arranja-se mais um pacote, quem sabe dois pacotes mais, os bolsos do FED não têm fundo, já não se entende a diferença entre o Bush a falar de Economia e o Bernanke a falar de salvação. Quem sabe não começam um culto.
Mas os tipos do BCE é que são uns idiotas, estão lá na Eurotower, não aparecem, não dizem que está tudo bem, um até disse esta semana que estava tudo mal. É que nem a mãe do Jean Claude confia no que ele faz.

domingo, 19 de outubro de 2008

Mais um fiasco?

Hugo Chávez, presidente mais ou menos democrático da Venezuela está deliciado com a crise financeira que afectou os E.U.A.. Até aqui nada de novo. Contudo, os E.U.A. são os principais importadores de petróleo venezuelano, cerca de 10% da produção da Venezuela.
Uma crise nos Estados Unidos (e no resto do mundo) são más notícias para o Presidente Chávez, que dirige um país com uma inflação de 36%, com um orçamento de Estado que depende em 50% das receitas de petróleo, sendo o petróleo 95% das exportações da Venezuela (das legais pelo menos). Para o governo do país cumprir os seus compromissos este ano necessita de um preço do petróleo acima de 90 dólares, o que parece pacífico, dada a cotação a que esteve a maior parte do ano. O orçamento de Estado para 2008 foi de $ 64 mil milhões, sendo que para 2009 o orçamento de Estado anda nos $ 79 mil milhões. É aqui que Portugal entra na história, porque o nosso governo fez um esforço significativo e assumiu alguns compromissos com o governo da Venezuela. A minha questão, que será a de mais pessoas, mas que não será um assunto muito divulgado na imprensa, é o que acontece às empresas que vão exportar para a Venezuela quando o governo (o deles) não conseguir cobrir o preço das importações com o dinheiro do petróleo? Afinal de contas quem é que vai dar a garantia para as nossas exportações? É a Caixa Geral de Depósitos? É algum banco venezuelano? É o próprio governo? É que a ser assim, mais valia fazer já o orçamento rectificativo.

sábado, 18 de outubro de 2008

José Sócrates

Há conceitos difíceis de entender. Para o nosso primeiro ministro, o conceito de variações relativas e de variações absolutas é um verdadeiro enigma. Provavelmente não deve ter sido uma disciplina leccionada por António José Morais. Ou talvez nesse dia o Sr. Professor estivesse a comer bacalhau no centro comercial.

O problema do futebol

O Abel Cunha tem levantado algumas questões acerca do desporto em geral e acerca da forma como é financiado.
Como adepto do F.C. do Porto, eu tenho duas opções, ou torno-me assinante da SportTV e assisto aos jogos na comodidade da minha casa, ou tenho a possibilidade de assistir aos desafios ao vivo no estádio do Dragão (ou em qualquer outro estádio). Desta forma, eu decido atribuir parte do meu rendimento (e do meu tempo) a este bem económico. O que já não é aceitável para mim, uma vez que não considero o futebol como algo essencial para a minha vida, é que uma câmara municipal ou o governo decidam aplicar os meus impostos a financiar um clube que se diz profissional.
Seriam necessários uns bons anos de crescimento económico (o que não parece ser o caso de 2005, 2006, 2007, 2008 nem o será de 2009) para que o salário do português médio seja equivalente ao salário médio do jogador de futebol das chamadas ligas profissionais.
Há no distrito de Aveiro, nos dias que correm devido à crise na Câmara de Aveiro, cada vez mais clubes com modalidades "profissionais" a não se resignarem com a falta de apoio público, sendo o Estado (todos nós), o principal patrocinador do desporto "profissional". No entanto, compreendo que uma grande parte das pessoas ainda pense que o Estado deve pagar, não fazendo a mínima ideia de onde vem o dinheiro (como acontece com o desporto na Madeira, onde os impostos dos portugueses financiam mais de uma dezena de clubes com modalidades "profissionais").
Não creio porém que, o Estado deva ser excluído da responsabilidade da prática do desporto na juventude, esta deveria passar mais pelas escolas do que pelas colectividades locais.
Suponho que ainda há uma grande parte da população portuguesa que na possibilidade de escolher preferiam ver o filho a levantar a taça da liga dos campeões do que ser laureado com o prémio Nobel.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Porque será?

Na página do programa "novas oportunidades" aparecem testemunhos de pessoas para quem o programa foi um sucesso. Não entendo porque não incluem nos testemunhos uma daquelas pessoas que poderia dizer está lá para não perder o rendimento social de inserção por exemplo. São bem mais de sete.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Europa

Para todos os que pensam que a Europa é um continente acéfalo e que anda a reboque dos E.U.A. ficou aqui explícito que por cá as pessoas não estavam a dormir.
O Sr. Paulson deve ter ficado sem algum cabelo que lhe reste na cabeça quando viu que a União Europeia tem um plano mais eficiente do que o dele, com um valor 3,5 vezes maior do que o dele (um pouco mais de 2500 milhões de dólares).
Por cá, apesar de a maior parte das pessoas não ter reparado que o BPN tropeçou, o Primeiro Ministro fez o que lhe competia e alinhou com os restantes países da Zona Euro e deu um aval para retirar a pressão que sufocava a banca lentamente. Fora da Zona Euro, o governo inglês mostrou que não brinca quando se mexe no seu sector financeiro, não deixando espaço para especulação sobre o futuro dos seus bancos (ao contrário dos E.U.A.), se já não o tinha mostrado antes.

Afinal o mundo não terminou

Cotadas do PSI-20 apreciam mais de 5 mil milhões em dia de subidas recorde na bolsa

Fonte: Jornal de Negócios

domingo, 12 de outubro de 2008

Canelas e os outros

Em Estarreja, excluindo o projecto do parque industrial, não há um processo de planeamento estratégico territorial. Não há um projecto estruturante e atractivo, definido para as freguesias mais pequenas do concelho e a tentativa de participação feita pelos cidadãos não tem efeito prático.
Se há planeamento urbanístico, este não responde claramente às solicitações sociais.

Sem comentários

O vasto e extravagante mundo dos pequenos gastos do Estado.

Notícia do Público

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Economia real

Numa altura de debate sobre orçamentos, negociações salariais e coisas análogas, era importante alguém falar sem ter o discurso escrito por outro alguém. Apesar do momento de crise em que grande parte dos países se encontra, não sendo o nosso excepção (no curto prazo, uma recessão, provoca grandes variações do produto, emprego e do investimento) no entanto, no longo prazo, o produto por trabalhador tende a estabilizar o rácio de capital para o produto mantém-se perto de constante e assim sendo os salários deveriam crescer ao mesmo nível do produto. O que realmente tem um nível de correlação significativo com o crescimento (que a seu tempo levará ao crescimento dos salários como desejado) é o nível de educação da força laboral e o nível de poupança da nação (vá-se lá saber porquê, não é o forte desta pequena nação). Claro que a realidade não importa muito nestas coisas, o que interessa é fechar mais uns milhares de olhos, garantir votos (quotas no caso dos sindicatos) e fazer de conta que o país vai crescer com maiores salários para a função pública, subsídios a empresas condenadas, etc.
Por outro lado, há factores que perturbam o crescimento, como é o caso dos impostos, a inflação, ou a corrupção (coisas inexistentes por aqui nos últimos anos).

O fim do mundo aproxima-se...

E enquanto isso não acontece, comprei mais umas acções das empresas do costume EDP e SONAE SGPS e não tenho pressa para vender...
Por falar em acções, após uma análise mais demorada sobre as contas da EDP Renováveis, eu diria que quem comprou acções na OPV vai esperar uns bons tempos até recuperarem o dinheiro (eu não susteria a respiração).

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Dilbeek

A ideia apresentada no post anterior está longe de ser original. No entanto, no município de Dilbeek, na Bélgica, resultou numa diminuição do lixo produzido por habitante em 60 % num curto espaço de tempo, apenas 6 meses. Em Landkreis Schweinfurt na Alemanha o resultado ficou-se pelos 46 %.

Estarreja mais limpa

Na página da Câmara Municipal de Estarreja (aqui), está um resumo acerca de da quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) produzidos e dados sobre a sua recolha. A recolha de RSU é onerosa e os habitantes do concelho não têm qualquer tipo de incentivos para redução da sua produção. Pela análise da tabela apresentada (quantidade de RSU) pode concluir-se uma de duas coisas, ou o aumento é assustador ou há uma falta de qualidade enorme na recolha de dados o que inviabiliza qualquer análise. Assumindo a primeira das hipóteses, apesar do quadro colorido apresentado para a quantidade enviada por cada estarrejense para reciclagem (talvez aqui uma análise temporal mais longa demonstrasse que apenas faltavam alternativas no passado), os estarrejenses necessitam de um incentivo para não sujar tanto. Ao contrário do que é dito na página da C.M.E. a recolha de sacos à porta de casa não é uma coisa má, devia era ser bem aproveitada. Como as pessoas respondem a incentivos, a melhor solução para melhorar o problema é tornar mais oneroso a produção sem triagem e gratuita a recolha nos ecopontos. Isto poderia ser feito através da criação de um sistema de recolha de lixo apenas de sacos pré-seleccionados, com determinadas características, que os identificariam bem. Estes sacos poderiam facilmente ser vendidos na mercearia do bairro, ou nas juntas de freguesia. Apesar de a venda de sacos não ser mais do que uma taxa camuflada, suponho que seria um bom exemplo dado por Estarreja ao resto do país. Além de que é simplesmente disparatado, como alguém lhe chamou, criar um cluster do lixo. A criação de aterros e novas lixeiras não é solução.