domingo, 27 de janeiro de 2008

Serviço Nacional de Saúde

Existem premissas de alguns comentadores e políticos sobre o SNS que simplesmente são erradas. A procura de tratamentos de saúde não é tão limitada como podem fazer crer, portanto não é possível a um governo (qualquer que seja) assumir que um dado montante de despesa será bastante ou até suficiente para resolver todas as necessidades de cuidados de saúde de uma população. Não é possível ter um SNS que providencia serviços de saúde independentemente da procura e certamente não é possível ter serviços de saúde onde um médico pode prestar todos os cuidados a um paciente sem olhar aos custos. O SNS de saúde não pode ser igual para todos, neste ponto, a localização é um ponto fulcral na análise.
Ainda que o governo duplicasse a despesa com o SNS, não seria possível acompanhar o ritmo de aumento da procura. A tecnologia, o envelhecimento da população e as expectativas cada vez maiores da população em geral tornam impossível essa ideia.
Seria interessante, comparar o comportamento do SNS português com equivalentes em outros países desenvolvidos e analisar a performance relativa de Portugal. Parece-me que o actual ministro da saúde colocou o seu foco sobre o problema Hospital vs Hospital, considerando que há unidades hospitalares que providenciam serviços de saúde de forma ineficiente. Considerou ainda que há uma incorrecta distribuição geográfica, problemas de dimensão e uma uniforme distribuição de serviços para justificar a manutenção de algumas unidades abertas.
O ministro da saúde segue uma tendência do SNS inglês que decidiu uma reforma idêntica, preferindo concentrar instalações e pessoal especializado nos hospitais de maior dimensão, substituindo assim as unidades mais pequenas.
Nos últimos tempos o ministro tem sofrido de imensa má publicidade, havendo uma grande pressão por sangue. O que é evidente é que os tempos de espera para um cidadão de Estarreja aumentaram durante o período nocturno, os custos associados com as deslocações ao hospital aumentaram e o Hospital Infante D. Pedro não tem condições para acolher o aumento de pacientes, dando-lhes muitas vezes condições muito abaixo do que quem decide consideraria aceitável para si.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Jérôme Kerviel


O homem do dia, consegue sozinho perder quatro mil e novecentos milhões de euros, abalar um monstro da banca (estará o senhor Trichet a pensar, eu fiz m... na SG mas este gajo é um herói) e caso não tivesse perdido tanto dinheiro, é possível que conseguísse esconder o que fez e ainda ganhar algum prémio na instituição...

sábado, 12 de janeiro de 2008

As transferências mais estranhas da época

Ao que parece, um conjunto de membro do topo da hierarquia da Caixa Geral de Depósitos prepara-se para dar o salto para o Banco Comercial Português. Uma manobra que poderia ter graves consequências para a CGD, pois além da necessidade de criação de uma estratégia de negócios diversa da seguida até aqui, a nova administração terá de lutar contra um banco que vai passar a conhecer todos os detalhes dos seus principais clientes e negócios.
Mas pelas notícias que correm, parece que a ideia do conjunto de senhores é garantir o vínculo à CGD, através de uma licença sem vencimento. O que me suscita uma dúvida maior, para que lado é que vai a lealdade destes senhores para o novo empregador? Para o anterior? E os accionistas do BCP aceitam isto? E a CGD aceita isto?
Para o Partido Socialista há licença para a obtenção das licenças. Claro que há. Porque não haveria de haver então legitimidade? Os gusanos estão habituados a este tipo de vida.

A economia em funcionamento

A Venezuela é o sonho de qualquer economista, que exemplo pode ser melhor do que um "ditador" sem ideias para demonstrar os efeitos da teoria económica.
Hugo Chavez, não entende porque é que há escassez de produtos nas prateleiras dos supermercados na Venezuela. Afinal, ele impôs um preço máximo sobre produtos agrícolas, para que estes fossem acessíveis para todos. Explicação curta e simples, ao preço que os produtos são comercializados, os produtores não têm incentivo para produzir e produzem menos bens. Ao mesmo tempo para diminuir a produção ainda mais, o sr. Chavez faz nacionalizações, substituindo explorações agrícolas eficientes, por um conjunto de tipo vestidos de vermelho que pouco mais do que dizer "Chavez! Chavez!" sabem, destruindo lenta mas certamente décadas de trabalho de outros. Ao mesmo tempo, o sr. Chavez inunda a economia de dinheiro, criando inflação. Suponho que não é preciso explicar o que acontece quando há mais dinheiro do que bens numa economia.
Mugabenomics em funcionamento na América do Sul portanto. Lentamente lá caminha a Venezuela para se tornar a nova Cuba.

Luis FIlipe Menezes

Na sequência do último post, sobre a Hillary, não me admirava nada que na próxima semana, ou num período temporal curto, Luis Filipe Menezes também estivesse a propor (ou a reclamar) um conjunto de medidas semelhantes.

Pole position


Parece-me que o Barack Obama está a ficar um pouquinho para trás nestes últimos dias. Depois de no último debate, antes de New Hampshire, Hillary ter somado alguns pontos pela sua maior clareza sobre política externa, agora a candidata a candidata à presidência dos E.U.A. voltou a somar pontos preciosos com um pacote de reformas para ajudar os desempregados e os afectados pela crise de crédito nos E.U.A..
Infelizmente não confio na senhora.

Foto: Reuters

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

1 - 1

New Hampshire, Barack Obama passa de underdog a vencedor certo, depois da sua anterior vitória no Iowa. Afinal perdeu, não faço ideia se continua a ser um feudo do Bill (Clinton) como era em outros tempos e daí a sua corrida infernal a fazer campanha ou se foi o discurso embargado de Hillary que convenceu.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Offshoring?


Pois é, a ameaça não é só nos têxteis.

Bye, Bye, Mrs. Clinton

Cartoon: Tony Auth

Atribulações

Um episódio burlesco está a ser um pouco camuflado pela discussão sobre o orçamento municipal para 2008. O PS local acusa o PSD de protecção com parcialidade (para não usar outro termo) para com um membro do seu partido.
O que parece aparente pelos dois comunicados do PS é que detêm algum tipo de evidência deste comportamento por parte da SEMA, o que me leva a questionar porque é que os primeiros não tomaram a iniciativa de usar os meios legais disponíveis para que esta situação fosse punida e não camuflada como está a ser.
Por seu lado, a SEMA ameaçou tomar medidas legais caso o PS não descrevesse com exactidão os factos. Suponho que a SEMA se prepare para limpar o seu bom nome neste caso, em vez de entupir os tribunais com processos e que estará para breve algum tipo de comunicado onde indicará a proposta vencedora para a aquisição da árvore bem como as propostas concorrentes derrotadas.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Frase do dia


"But the real gamble would be to do the same old things with the same old people over and over again and hope that the next time the results will somehow be different"


Barack Obama

domingo, 6 de janeiro de 2008

O mundo em 2008

Oligarquia e corporativismo serão as palavras de ordem neste novo ano. O petróleo continua a ser a palavra de ordem, atrás desta nova ordem mundial os governos movem-se e vergam-se aos interesses das empresas petrolíferas, fazendo a sua agenda diplomática coincidir com a das empresas petrolíferas do próprio país.

O homem do momento


O próximo presidente dos E.U.A. definiu a sua vitória no Iowa como "defining moment in history". A senhora Clinton já entendeu a coisa e já tirou da manga o trunfo chamado Bill, desceu o nível do debate e começou a puxar o debate mais para o campo da economia, onde espera que Obama seja mais fraco.

Cimeira Europa-África

Não tenho qualquer ilusão que a cimeira UE/África apenas tinha um objectivo. A inclusão das empresas europeias nos negócios de petróleo e gás em África. Pagando a pesada herança do colonialismo, os europeus perdem terreno num continente cada vez mais povoado por empresas Chinesas, Americanas, Sul Coreanas, Indianos e a última grande investida é da Rússia.
A Rússia que ao seu melhor estilo de há uns séculos atrás, esperou pelo final da cimeira UE/África para usar a sua diplomacia nos países africanos lembrando a pesada marca deixada pelos países europeus em África por um lado e lembrando a acção dos E.U.A. no continente nas últimas décadas por outro.
É através da política de empresas apoiadas pelo Estado que os chineses e os russos proliferam no continente. Fechando os olhos aos direitos humanos aqui. Apoiando com armas conflitos ali.
A última investida da Rússia é na Nigéria, onde pretendem aceder aos recursos naturais, criando mal-estar entre o país e as empresas europeias e americanas, ao mesmo tempo que aproveita o lado mais corrupto dos senhores da terra...
A lição do capitalismo desenfreado foi bem aprendida. Entretanto o cerco por parte da Rússia ao fornecimento de gás à Europa continua.