sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Visão macroeconómica de um país

Terminado que está o primeiro mês do ano de 2009, é possível verificar que a crise financeira, que já é muito mais do que a crise do "subprime", passou para a economia "real". Surgem as primeiras notícias de que as empresas não conseguem nem de perto todo o financiamento que desejam, sendo que aquelas que o conseguem enfrentam spreads altíssimos quando comparado com os seus níveis históricos.
Do lado da banca, existe um congelar quase completo no mercado de empréstimos interbancário, salvando-se os empréstimos com garantias soberanas, daí o tiro certeiro do Dr. Ricardo Salgado na grande entrevista, na RTP 1, levantando a questão de que a garantia dada pelo Estado português era insuficiente para colmatar as necessidades do sector. O que se entende por estes dias, é que o conjunto de bancos que fixam a taxa denominada Euribor não passará de um cartel, de senhores bem vestidos, que andam para ali a manipular o mercado. Não existe mercado interbancário mas, perante as ameaças de Banco Central Europeu e de governos da Zona Euro, lá veio a taxa descendo, ainda que os sinais do mercado levariam a que a mesma subisse. Se isto não é um cartel, não sei o que será um.
Todas as medidas tomadas até ao momento parecem desagravar os efeitos da crise mas o custo futuro não será leve, também não evitaram a perda de confiança dos consumidores, que por sua vez está a levar a uma desaceleração brusca da produção nos países mais desenvolvidos. Aparentemente o primeiro ano da crise (2008) foi o melhor. Neste momento, governos e Bancos Centrais estão a ficar sem meios para contrariar a crise, apesar da rápida resposta dada até ao momento.

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