A Qimonda enfrenta problemas financeiros graves, o que basicamente significa que tem um conjunto de compromissos com os seus credores que não consegue cumprir. Este facto não significa que os projectos da empresa sejam todos lixo sem valor. O problema da Qimonda foi que confundiu um problema estrutural com um problema de cash flow.
Na Alemanha, foi compreendido que o problema era realmente estrutural, em Portugal não. Mas também o nosso ministro chama-se Manuel Pinho.
Se eu me chamasse Manuel Pinho, a minha pergunta, antes de dar o dinheiro dos contribuintes era se a empresa estava com problemas porque os seus cash flows estavam temporariamente baixos ou se estes baixaram de forma permanente, colocando a empresa em posição de falência devido a problemas económicos e não financeiros com os projectos da empresa.
Mas não, o Manuel Pinho quer ser sempre o primeiro a aparecer na foto, tem de estar lá. A inaugurar, a prometer, a anunciar o final da crise.
A medida seguinte será conhecida brevemente. Centros comerciais, um ou dois, de grandes dimensões. Com milhares de postos de trabalho directo e indirecto. Projectos sem valor acrescentado, sem mais valia para o país, o dinheiro entra pelo Investimento Directo Estrangeiro e sai pelo cano das importações e das transferências de mais valias com os projectos para o estrangeiro.