quinta-feira, 31 de maio de 2007
As minhas dúvidas
Voltando ao interesse económico local
Uma alternativa para o HVS
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Apatia do contribuinte e Inércia institucional
Demolir o Estádio Municipal de Aveiro
terça-feira, 29 de maio de 2007
As contas do Município (proposta)
- Apreciação crítica da realidade
- formulação de pontos de situação
Sim, querem entrar na U.E.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Paulo Portas corrupto?
Estudo: Fisman, R. and E. Miguel (2006). Cultures of corruption: Evidence from diplomatic parking tickets.
O circo mais caro do mundo
Alguns factos e números sobre o Zimbabué (em inglês)
Como não salvar o Darfur
Uma explicação diferente para o fraco desempenho económico
domingo, 27 de maio de 2007
sexta-feira, 25 de maio de 2007
Aproveitando que estes dias a Sra. Boel está em Lisboa
A integração das frutas e produtos hortícolas no regime de pagamento único tornará as obrigações de condicionalidade extensivas aos agricultores que receberem pagamentos directos. Além disso, cada programa operacional terá de efectuar pelo menos 20 % das despesas em medidas ambientais.
A taxa de co-financiamento comunitário da produção biológica será de 60% em cada programa operacional.
O que Correia de Campos não faz
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Se o Mário Lino o diz quem sou eu para o contrariar?
Malabarismos
A Câmara Municipal de Estarreja
Quanto ao terceiro ponto aqui sim há problemas. O PS afirma que o nível de investimento desceu quase 20% mas que as dívidas a fornecedores aumentaram 5 800 000 €. Este ponto é problemático, porque é perfeitamente compreensível que a CME para atingir os fins a que se propõe necessite de adquirir os bens e serviços indispensáveis ao exercício do seu mandato. Mas perante as acusações que o PS faz parece-me que eles se referem a fornecedores de conta corrente. Se assim for o caso, o que é que a CME adquire que provoca um aumento tão grande desta conta? Houve uma expansão de grande dimensão que leve a que a CME tenha necessidades muito maiores actualmente?
Só posso apresentar como termo de comparação o que se passa na empresa onde trabalho. Onde a competitividade, a rendibilidade e o sucesso da empresa passa pela adopção de estratégias adequadas e por um constante empenho na minimização e no controlo de custos.
Daqui deixo várias perguntas no ar, caso se verifique que este problema é de fornecedores de conta corrente:
-As compras de bens e serviços são correctamente autorizadas (de quem é a culpa se não são)?
-As compras são efectuadas intempestivamente?
As compras são efectuadas a quem no mercado na altura da compra oferece as melhores condições de mercado?
-Quem é o responsável pelos procedimentos genéricos das compras?
-Há algum controlo para constatar a necessidade de compra?
Quem é responsável pela pesquisa e selecção de fornecedor está a fazer o trabalho correctamente?
Esta situação apresentada pelo PS é muito grave, gostaria de ver este assunto esclarecido.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Oportunidades perdidas
Se eu tivesse concorrido à Câmara Municipal o meu programa teria consistido exactamente na exploração destas potencialidades para as juntas de freguesia do concelho. Teria feito de tudo para que as minhas freguesias estivessem presentes como uma das áreas LAG (local action groups) no programa Leader+ da União Europeia e recebessem fundos estruturais para desenvolver o potencial agrícola das minhas freguesias. Afinal de contas este programa destina-se a apoiar o desenvolvimento sustentável na área da agricultura. Realmente as juntas de freguesia não podem gerir negócios, mas podem potenciar e dinamizar para que eles aconteçam.
O eco-parque pode ser o principal dinamizador do concelho no futuro mas há tanto que se poderia fazer com um bocadinho de trabalho. Esta é a minha proposta concreta para as freguesias e já a defendo há alguns anos. O Leader+ era uma oportunidade enorme. Perguntem aos polacos qual vai ser a fatia deles até 2013...
Termino dizendo que não sou candidato a nenhum lugar. Apenas gostaria de partilhar a minha visão do que poderia ser uma industria importante no concelho, que com alguma escala atrairia os jovens a estudar e a continuar este tipo de actividades ainda com mais eficiência. De outra forma ninguém vai achar a agricultura apelativa, cada vez as parcelas de terreno são menores e a sua utilização menos eficiente.
Crónica de uma queda anunciada
Se pensar em comprar algumas é melhor descobrir o sentido da frase wishful thinking.
Será mais um compromisso pessoal do Mário Lino? Ou será desta vez do António Costa? Algum familiar dele ainda não terá emprego?
Quem é que foi favorecido com esta votação por parte do PS? Os consumidores (portugueses)? Ou as concessionárias? Como concelho atravessado por duas auto-estradas, pareceu-me importante referir esta nova brisa que parece refrescar o governo. Quanto ao governo, nem uma palavra sobre o assunto.
A DECO já protestou contra esta atitude. O Automóvel Clube de Portugal também mostrou o seu profundo desagrado pela situação. O seu presidente afirmou que iria pedir ao Presidente da República para intervir no assunto e mostrou desta forma a sua admiração pelo governo:
"O PS nunca fez rigorosamente pela segurança rodoviária neste país, através dos incompetentes ministros António Costa e Ascenso Simões"
Sim o António Costa é aquele que deixou de ser ministro para se candidatar a uma câmara municipal e foi substituído por um tipo que havia sido nomeado para o tribunal constitucional, para demonstrar em que estado está a política. Mas isso é outro assunto.
Já agora não havia um compromisso para uns milhares de empregos? Não era de um primeiro ministro de qualquer país na União Europeia? O que sei é que por cá o nosso anda escondido como um rato e não comenta o assunto do desemprego.
O síndrome República Democrática Alemã
No meu entendimento do caso, de um lado está um funcionário que tem um cartão de militante do PSD e a sua superior hierárquica, apesar de não ser referido, não tenho dúvida nenhuma que terá sido nomeada não pela sua competência mas por ter um cartão do PS. Tal como o caso recente de Rui Crisóstomo em entrevista ao "O Aveiro" também esta directora da DREN deve sentir que deve obediência à tutela e em vez de pensar com a própria cabeça apenas faz aquilo que lhe vem de cima.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
O caminho certo
Sobre Angola
"(...) tyranny is the exercise of power beyond right, which no body can have a right to. And this is making use of the power any one has in his hands, not for the good of those who are under it, but for his own private separate advantage. When the governor, however intitled, makes not the law, but his will, the rule; and his commands and actions are not directed to the preservation of the properties of his people, but the satisfaction of his own ambition, revenge, covetousness, or any other irregular passion."
Como a economia pode prejudicar os porcos
sábado, 19 de maio de 2007
Um novo clube?
quinta-feira, 17 de maio de 2007
O fim do silêncio
Quanto aos seus planos para o futuro do hospital, espero que o HVS possa ser expandido e não que haja uma regressão até à extinção.
Uma palavra final, para o senhor ter aproveitado a entrevista para atacar José Eduardo Matos. A acusação de que o executivo da Câmara apenas exibiu argumentos teóricos para defender a urgência quando deveria ter feito outras acções não tem cabimento. Os argumentos teóricos são tudo que o executivo pode fazer, ao compilar um conjunto de argumentos concretos que servem para dar peso ao manifesto (sejam ou não aceites) e quanto aos melhoramentos do hospital, não me parece que estes sejam da competência da Câmara, nem sequer me parece que algum dos iluminados do painel que decidiu o encerramento das urgências conheça o exterior do hospital. Como li o documento final apresentado pelos iluminados não acredito que este tenha sido um critério ou possa ser um dos critérios para manter a urgência.
A entrevista, na edição online do "O Aveiro" pode ser consultada aqui.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Curiosidades
Um golo na própria baliza da agência de publicidade.
terça-feira, 15 de maio de 2007
A competitividade portuguesa
Preços da electricidade | |
País | 2007 |
Italy | 0.1658 |
Luxembourg | 0.1509 |
Ireland | 0.1465 |
Germany | 0.1433 |
Portugal | 0.1420 |
Netherlands | 0.1400 |
Norway | 0.1361 |
Slovakia | 0.1292 |
United Kingdom | 0.1254 |
Belgium | 0.1229 |
Cyprus | 0.1177 |
Denmark | 0.1170 |
Sweden | 0.1088 |
Austria | 0.1050 |
Hungary | 0.1019 |
Spain | 0.1004 |
Malta | 0.0940 |
France | 0.0921 |
Poland | 0.0919 |
Czech Republic | 0.0898 |
Slovenia | 0.0887 |
Finland | 0.0877 |
Romania | 0.0855 |
Croatia | 0.0760 |
Greece | 0.0661 |
Lithuania | 0.0658 |
Estonia | 0.0635 |
Latvia | 0.0583 |
Bulgaria | 0.0547 |
Este indicador apresenta os preços no consumidor final de energia, definido da seguinte maneira: consumo anual de 3500 Kwh dos quais 1300 Kwh durante a noite, os preços são em euros, sem impostos, por Kwh.
Fonte: Eurostat, Electricity prices - households
Não vote no António Costa!
Basta de políticos de segunda, basta de António Costa. Basta deste governo de karaoke que nada faz e tudo anuncia. Isto não é verdade, fez o Metro do Sul do Tejo, fecha urgências, promete um novo aeroporto que nada custa aos portugueses e quebra as promessas eleitorais que fez.Agora está desesperado para preparar mais uma privatização e vende imóveis e procura implementar portagens o mais rapidamente possível.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Mas o que é isto???
A notícia é de hoje às 19:15, está publicada na página do Jornal de Negócios (aqui):
Governo ainda não decidiu se há concurso para Scut
O Governo ainda não decidiu se vai ou não haver concurso para a implementação de portagens nas Scut (auto-estradas sem custos para o utilizador). Em cima da mesa estará ainda um possível ajuste directo do sistema, que, segundo fonte oficial do ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações estará decidido no segundo semestre deste ano.Mais uma coincidência, num dia uma empresa concessionária de Auto-Estradas anuncia que tem um sistema de cobrança sem portagem e à noite, fonte do ministério das Obras Públicas anuncia que pode não haver concurso...
Como ganhar as eleições em 2009
Se quiser saber hoje por que é que isto vai acontecer então deve ir ao Vela Latina e ler o que por lá foi escrito sob a foto do Ricardo Costa. Se depois de ler não acreditar, pode consultar o link lá disponível. Se quiser aproveitar, acompanhe regularmente os editoriais e colunas de opinião do Diário Económico. Encontra sempre alguma coisa interessante.
Há um cheiro estranho nisto
Se a Brisa fixar o preço na A29, qual vai ser o seu incentivo para que os preços entre a A29 e a A1 compitam entre si? Não é difícil ver a actuação da Brisa em longos anos de historia da A1, não havia alternativa para quem fizesse longas viagens pelo litoral que não fosse a A1, esta sempre foi gerida sem grande respeito pelos utilizadores, com a necessidade de obras sempre adiada até ao último momento e os alargamentos sempre efectuados com atraso. Os aumentos sempre se encostaram ao máximo legal, nunca em período de obras foi baixado o preço da portagem como deveria ter sido efectuado. Resumindo, os únicos que não utilizam a A1 em longas deslocações no litoral entre o Norte e o Sul do país são aqueles que vão a pé até ao Santuário de Fátima. Já me parece que vai ser interessante ver se não se formará um Cartel das Auto-Estradas aqui, quanto mais um Monopólio de duas estradas uma concessionária.
domingo, 13 de maio de 2007
O Complexo Químico de Estarreja
As origens
A indústria química teve o seu início em Estarreja na década de 30 do século XX, quando aí foi instalada uma unidade de produção de cloro e soda pela empresa Sapec, de capitais belgas. Mas foi após a II Guerra Mundial, com o início da produção de amoníaco em Portugal, que Estarreja surgiu como um dos mais importantes pólos da indústria química portuguesa.
De facto, quando se decidiu produzir amoníaco em Portugal a fim de assegurar o adequado abastecimento de adubos nitro-amoniacais à agricultura, estava exactamente em preparação o então designado “Plano Hidroeléctrico Nacional”. Assim, considerou-se que a obtenção do hidrogénio necessário à síntese do amoníaco, a partir da electrólise da água, era uma das formas economicamente mais eficientes de consumir quantidades apreciáveis de electricidade com carácter permanente, ou seja 24 horas por dia, sete dias por semana, contribuindo-se, assim, para a viabilização dos vultuosos investimentos indispensáveis à construção das grandes hidroeléctricas.
Foi por isso decidido instalar nesse perímetro industrial de Estarreja e adjacente à linha de caminho de ferro Lisboa - Porto (linha do Norte), uma unidade de electrólise de água em que o hidrogénio era de seguida transformado em amoníaco, pela reacção com o azoto obtido a partir do fraccionamento do ar.
Assim, em Fevereiro de 1952, com o arranque das novas unidades do Amoníaco Português, parte significativa da electricidade turbinada nas barragens dos afluentes do Douro e da bacia do Cávado – Rabagão, passou a ser convertida em sulfato de amónio para aumentar a produtividade da agricultura portuguesa.
Para isso passaram também a ser enviadas para Estarreja, por caminho de ferro a partir do Alentejo, pirites moídas que aí se convertiam em ácido sulfúrico. Estava, pois, criada a primeira fase do Complexo de Estarreja, como grande plataforma produtiva da Indústria Química ao serviço da Economia de Portugal.
Do complexo adubeiro à petroquímica de aromáticos: 1970-1982
Em 1973, um acordo entre a Sacor (hoje integrada na Galp) e o Amoníaco Português (hoje integrado no Grupo CUF) previa a instalação de uma unidade petroquímica de aromáticos (benzeno, tolueno e xilenos) junto à Refinaria de Matosinhos, em coordenação com a transformação de benzeno e de tolueno em Estarreja, respectivamente, em anilina e trinitrotolueno. Em 1976, após as convulsões político-empresariais entretanto ocorridas, decidiu-se concretizar apenas a utilização de benzeno da unidade de aromáticos, de Matosinhos, para a produção de mononitrobenzeno/anilina. O arranque da unidade de anilina veio a ocorrer em 1979, e o Complexo de Estarreja foi, assim, membro fundador do cluster português da Refinação de Petróleos/Indústrias Petroquímicas.
Porquê a produção de anilina em Estarreja?
A produção de anilina em Estarreja permitiu consolidar/viabilizar um grande número de instalações produtivas, e também logísticas, já anteriormente existentes, o que justificava a sua viabilidade estratégica:
- Fábrica de H2SO4 (98%), de Estarreja;
- Fábrica de sulfato de Amónio, de Estarreja;
- Fábrica de electrólise, da Uniteca, Estarreja, que fornecia hidrogénio;
- Fábrica de Aromáticos, da Petrogal, Matosinhos.
Apesar da importância de toda esta integração processual, a viabilidade económica de produção de anilina em Estarreja não conseguia singrar, devido às dificuldades em assegurar a respectiva colocação em mercados com carácter de regularidade, e com retornos compatíveis, após a dedução dos elevados custos logísticos derivados, nomeadamente, do transporte marítimo até aos clientes.
Daí o novo passo para consolidar a fileira petroquímica de aromáticos com a “integração da anilina de montante para jusante” através da produção do Metil-Di-isocianato (MDI) em Estarreja.
A instalação da fileira dos poliuretanos: 1983-1990
O MDI é um dos principais componentes no fabrico dos poliuretanos, que é um dos polímeros que já nessa altura evidenciava elevado crescimento de consumos, da ordem dos 7% ao ano a nível mundial, com base em numerosas aplicações na indústria automóvel, de embalagens, de equipamentos frigoríficos, e de materiais de construção civil.
A consolidação da produção de MDI em Estarreja baseava-se, também, no aproveitamento de outras importantes instalações produtivas já anteriormente existentes, para além da anilina:
a) Cloro e Soda, já antes produzidos pela Uniteca (Estarreja), podendo esta empresa expandir-se e modernizar-se a partir dos grandes consumos destes produtos que a nova unidade de MDI proporcionava, recebendo também Ácido Clorídrico de retorno desta unidade;
b) Formaldeido, produzido na Bresfor (Porto de Aveiro) para a produção de colas de ureia-formaldeido destinadas à indústria de prensados de madeira, e que, com esta nova utilização, podia também expandir e modernizar as suas instalações;
c) Monóxido de Carbono, proveniente do gás bruto obtido como co-produto do steam-reforming de nafta, existente na Quimigal para a produção de hidrogénio.
Esta integração é bem representada na Figura 1 (diagrama reaccional).
O arranque da unidade de MDI em 1982, estabilizou, em termos empresariais, o Complexo de Estarreja que passou, então, a ser rentável.
Mas no final da década de 80, o sulfato de amónio produzido como produto “fatal” no processo de fabrico de Mononitrobenzeno/Anilina, deixou de poder ser colocado com facilidade na agricultura portuguesa, dado que esta, após a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia, tinha livre acesso a fornecedores estrangeiros mais competitivos.
A Competitividade global da Fileira de Poliuretanos em Estarreja: após 1991
A estratégia tecnológica é, por vezes, fortemente influenciada por acontecimentos políticos e alterações macroestratégicas globais. A linha de produção de anilina em Estarreja foi um exemplo paradigmático.
De facto, o Mononitrobenzeno (MNB), composto intermédio na produção de anilina, era, até 1990, obtido pelo Processo de Nitração Meissner, processo que exigia a presença, na própria reacção química, de uma molécula de ácido sulfúrico concentrado a 98%, pelo que era necessária a existência a montante de uma unidade produtora de 70x103t/ano deste ácido.
Dado que na reacção se produzia também uma molécula de água, o ácido sulfúrico, após promover a reacção de nitração, saía do processo sob a forma de solução diluída (71%), sendo, por isso, neutralizado com amoníaco, de acordo com o Diagrama Sintético de Produção de Anilina (Figura 2).
Com o processo de integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia, a partir de 1986 as 100x103t/ano de Sulfato de Amónio deixaram de poder ser comercializadas em Portugal de forma minimamente rentável, em consequência da concorrência de produtos provenientes de outros países europeus.
Ou seja, os lucros obtidos na venda de anilina estavam a ser fortemente absorvidos no ácido sulfúrico/sulfato de amónio, e a própria produção de anilina ficava, na prática, limitada a cerca de 38x103 tons/ano por incapacidade de escoamento adicional de sulfato de amónio.
A alternativa surgiu com um novo processo produtivo do MNB em que a nitração se dava de forma adiabática, deixando-se, assim, subir a temperatura, o que permitia a posterior reconcentração do ácido sulfúrico num equipamento de destilação sob vácuo, para este poder ser recirculado de novo para a própria reacção.
Desta forma, o Diagrama Processual permite que não haja consumo significativo de ácido sulfúrico “exterior”, pois no quadro das temperaturas mais altas utilizadas neste novo processo a cinética da reacção de nitração é adequada, mesmo para concentrações de ácido sulfúrico de 68%, conforme demonstrado na figura 3.
A grande restrição para a aplicação industrial deste Processo é que a mistura nítrico-sulfúrica se torna bastante corrosiva quando a temperatura ultrapassa os 60-70ºC, sendo necessário empregar equipamentos constituídos por metais nobres ou, então, conseguir forrar todo o interior dos equipamentos com vidro.
Em termos de viabilidade económica desta reconversão processual, a Quimigal viu-se confrontada, em 1990, com a alternativa entre a decisão de aquisição deste novo equipamento, correndo o risco tecnológico da aplicação pioneira deste novo processo produtivo, ou a decisão de continuar a utilizar o processo Meissner e ficar condenada a encerrar a prazo, dada a crescente concorrência no mercado global de anilina proveniente de unidades que não tinham este sobrecusto.
Quais os custos dos equipamentos necessários à Nitração Adiabática?
A gestão industrial requer a permanente articulação optimizada entre a vertente tecnológica e a vertente económica, sendo que esta última é, muitas vezes, influenciada pelas oportunidades comerciais que surgem.
Foi esta a circunstância sobre a qual a Administração da Quimigal teve que decidir em Julho de 1990, quando se lhe deparou a oportunidade de adquirir um equipamento em 2.ª mão, que se encontrava desactivado, por razões comerciais, em Nova Jersey, nos Estados Unidos da América, mas em excelentes condições tecnológicas.
A grande vantagem era que este equipamento desmontado, transportado para Portugal e remontado em Estarreja tinha um orçamento global de 1,0x106 contos (em escudos de 1989), enquanto que uma unidade nova, projectada e comprada de raiz, ficaria por cerca de 3,0x106 contos (também em escudos de 1989).
Mas como assumir o risco estratégico (e porque não dizer também político e psicológico) de adquirir uma unidade em segunda mão na América, e pô-la efectivamente a funcionar de forma eficiente em Estarreja?
A opção consistiu em obter todas as informações e garantias tecnológicas possíveis sobre este processo e sobre os equipamentos concretos existentes em Nova Jersey e, quando estas se revelaram adequadas, tomou-se a decisão de avançar, assegurando-se, todavia, previamente a organização dos recursos humanos e técnicos adequados para que todas as operações relacionadas com a instalação e arranque da nova unidade pudessem ser realizadas com sucesso.
A decisão formal foi tomada em Julho de 1989, o contrato foi assinado em Outubro de 1989, a operação de desmontagem do equipamento em Nova Jersey teve lugar em Janeiro de 1990, e a nova unidade entrou em fase de arranque industrial em Abril/Maio de 1991.
E, a partir de Junho de 1991, consolidou-se o novo Diagrama Processual de produção de anilina a partir do MNB obtido pelo processo de Nitração Adiabática, conforme se apresenta na Figura 4.
A produção de anilina, e a consequente produção de MDI, deixou, a partir de então, de estar constrangida pela produção de ácido sulfúrico e o subsequente escoamento de sulfato de amónio, podendo, assim, a Fileira de Poliuretanos de Estarreja passar a competir ao nível da economia globalizada.
O reforço do cluster português da Refinação de Petróleos/Indústrias Petroquímicas
Neste contexto, uma sucessão de debottleneckings, optimizações e recuperações processuais promovidas em coordenação pela Quimigal, DOW, Air Liquide, Uniteca e Bresfor, permitiu atingir uma produção estabilizada de mais de 60x103ton/ano de anilina em 1996.
E, a partir de 1997, a capacidade de produção de anilina foi aumentada para cerca de 100x103ton/ano, mediante a instalação de dois novos reactores de hidrogenação e a assinatura de um novo contrato com a Air Liquide para fornecimento de hidrogénio complementar. Note-se que a maior parte da anilina adicional que assim começou a ser produzida, passou a ser exportada por caminho de ferro para a unidade de MDI da Bayer, em Tarragona.
A partir desta data, o consumo de benzeno ultrapassou também a capacidade da respectiva produção pela unidade petroquímica de aromáticos (BTX) da Petrogal, em Matosinhos, significando, este facto, uma excelente oportunidade comercial para a expansão desta petroquímica de base.
Também em Setembro de 1997, deu-se a privatização da Quimigal que, adquirida pelo Grupo José de Mello, passou a integrar, juntamente com a Uniteca, a holding industrial CUF, então renascida.
Foi já no quadro do Grupo CUF que foi estabelecido um contrato adicional de fornecimento de anilina, de cloro, e de soda com a DOW, que, juntamente com o aumento de capacidade produtiva de hidrogénio e de monóxido de carbono por parte da Air Liquide, permitiu uma forte expansão de toda a fileira de poliuretanos em Estarreja, elevando-se em 2001 a produção de anilina a 110x103 tons/ano e a de MDI a 95x103tons/ano.
Em paralelo, arrancou em 1999 uma nova unidade de ácido sulfanílico, obtido pela reacção entre a anilina e o ácido sulfúrico, e em 2000 iniciou-se a produção de ciclohexilamina, um importante produto químico que passou a ser recuperado a partir de uma corrente de efluentes, sendo este composto obtido com pureza adequada às exigências do mercado, devido a uma alteração tecnológica do processo.
A fileira de poliuretanos do Complexo de Estarreja converteu-se, assim, numa estrutura muito dinâmica, com importantes influências noutras unidades processuais do cluster português da Refinação de Petróleos/Indústrias Petroquímicas, situadas noutras plataformas industriais (Figura 5).
Também em 2002, a unidade de cloro alcalis da Quimigal (que entretanto havia absorvido a ex-Uniteca) foi totalmente reconvertida, sendo que todas as suas células de mercúrio foram substituídas por células de membrana.
O Complexo de Estarreja converteu-se assim numa “plataforma de articulação” dentro de cluster português de Refinação de Petróleos/Indústrias Petroquímicas, de que são exemplos a ligação à Refinaria de Sines, através da unidade de amoníaco do Lavradio, e a instalação de uma nova unidade de produção de sal puro no Carriço, Concelho de Pombal, a partir da lixiviação das cavernas do domo salino onde estão a ser instaladas as reservas estratégicas de Gás Natural.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Hospital, Marques Mendes e urgências
Na minha perspectiva e à luz destes novos factos penso que o administrador do HVS apesar de se poder justificar com a não marcação da visita, devia ter efectuado tudo ao seu alcance para que a visita se realizasse para não caírem este tipo de suspeitas sobre ele, para se proteger deste tipo de ataques.
Com a cronologia que tracei dos acontecimentos, penso que se poderia resumir esta nomeação e o encerramento do HVS com a seguinte frase: Não há almoços grátis.
Gostaria de acabar por dizer que não descobri se Ana Paula Sousa tem ligações ao PSD, o que me parece evidente pelas declarações da concelhia de Estarreja e não conhecia esta rotatividade nas administrações hospitalares ao sabor dos governos.
Mau uso do dinheiro e dos valores públicos
quinta-feira, 10 de maio de 2007
As primeiras evidências de melhoria das urgências
O TGV (outra vez...)
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Liberalismo vs Socialismo
Este governo que se apelida de socialista (deve ser a tal esquerda moderna), vai encerrar várias escolas no concelho, tornando no longo prazo as localidades afectadas menos atractivas do que aquilo que já são. Por mim tudo bem, já entendi que a estratégia de longo prazo passa por empregos sem qualificação. Parece-me mesmo que daqui a alguns anos Portugal terá mais campos de Golfe do que médicos por mil habitantes tal é o volume deste tipo de projectos (são os chamados PIN - Projectos de Interesse Nacional).
Agora parece que a melhor solução é a concentração, como se fossem aplicar os princípios das economias de escala à educação! Não será possível quantificar, até porque em Portugal não se costuma estudar quase nada, os efeitos nestas localidades deste tipo de deslocalizações. Parece um lugar comum neste momento estar a defender o modelo sueco de escolas primárias, mas a verdade é que as ideias liberais inerentes a esse modelo deram resultados que nunca foram obtidos em Portugal. Não seria de bom tom recorrer a demagogia e dizer que todas as escolas têm de ficar abertas. É claro que não é possível a longo prazo manter todas, pela falta de alunos mas se vissem o problema pelo lado do por que é que as pessoas não se fixam nestas localidades em vez de estrangular as localidades ainda mais, talvez fosse mais proveitoso. Se as estatísticas servem para tudo, então também será possível dizer com alguma certeza pela evidência empírica dos tempos recentes que a maioria dos políticos são corruptos e por regra incompetentes. A verdade é que a qualidade de vida das crianças das zonas rurais vai ser claramente inferior às da cidade. É ambíguo, eu entendo. Mas gostava de ver a minha asserção contrariada com algum facto que a negasse. O socialismo parece muito bonito, infelizmente nunca saiu dos livros. Meus caros socialistas, onde é que estão os ensinamentos de Robert Owen?
terça-feira, 8 de maio de 2007
O exemplo da boa gestão: O futebol
Depois há o reverso da medalha, umas despesas com pessoal assombrosas, em que uma pessoa entende perfeitamente que as equipas portuguesas deveriam ser mais competitivas internacionalmente. O Benfica fala de contenção financeira e de limitações. O Nuno Gomes ganha € 195 000, o Miccoli € 191 000, o Simão €190 000, o Karagounis € 150 000 e o Petit € 91 000 (estes dados são do Correio da Manhã e não faço ideia se dirão só respeito a salários ou se já incluem os prémios de jogo). Hoje foi a vez do Sporting ver a sua contenção exposta no Diário de Notícias. Liedson € 110 000, Ricardo € 75 000, Bueno € 75 000, Caneira € 68 000, Romagnoli € 66 000. Os dados do Sporting parecem consistentes com o seu relatório e contas, o do Benfica nunca se saberá porque aquilo é mais uma obra de ficção do que propriamente o reflexo da verdade.
Para quem estiver a pensar em comprar acções do SLB quando este entrar para a Bolsa devia reflectir sobre este ponto: O SLB vai entrar para a Bolsa agora porque a isso é obrigado por um conjunto de investidores com quem se comprometeu a fazê-lo, os que comprarem as acções nessa OPV serão tão penalizados que provavelmente serão postos fora de casa pelas respectivas esposas.
Não, realmente não sou adepto do SLB mas a verdade é que se há um cão com pulgas no mercado, vão ser as acções do SLB.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Se eu fosse Ministro da Saúde
Sócrates o Keynesiano
quinta-feira, 3 de maio de 2007
O Imposto Único de Circulação
O novo Imposto Único de Circulação (IUC) substitui o antigo Imposto Municipal, a partir de 1 de Julho todos os veículos novos e os veículos importados pagarão este novo imposto. Para todos os outros, pelo menos para já o imposto mantém-se igual ao que existia até aqui.
O IUC terá duas componentes, uma como até aqui sobre a cilindrada dos veículos, o qual deixa de distinguir entre veículos a gasolina e veículos a gasóleo (podia ter sido o imposto dos veículos a gasolina a baixar e ficar ao nível dos veículos a gasóleo mas isso não aconteceu, foi o contrário), a outra componente diz respeito às emissões de CO2 dos veículos (g/km).
A tabela seguinte indica os preços do IUC a partir de Julho:
Cilindrada (em cc) | (Em Euros) |
Até 1250 | 25 |
>1250 até 1750 | 50 |
>1750 até 2500 | 100 |
>2500 | 300 |
CO2 | (Em Euros) |
Até 120 | 50 |
>120 até 180 | 75 |
>180 até 250 | 150 |
>250 | 250 |
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Alguma luz sobre o Eco parque...
Os terrenos para o Eco parque não estavam todos na posse da Câmara (palavras de Marisa Macedo) e existe uma parte dos terrenos que nada contribuem para o Eco parque (segundo Esmeraldo Drummond). O mesmo terá assumido ser da sua responsabilidade a escolha para aquisição daqueles terrenos, não para utilização industrial mas pelo seu valor natural e pela sua biodiversidade.
Se o que escrevi está errado, talvez algum dos presentes na Assembleia Municipal possa corrigir-me... A minha fonte foi o Diário de Aveiro.
terça-feira, 1 de maio de 2007
A Estatística da Contabilidade Analítica das urgências
HOSPITAIS | Unid. de Imputação | Custo Unitário Total |
H. Valongo | 76.315 | 31,71 € |
H. Alcobaça | 55.987 | 34,50 € |
H. Ovar | 61.786 | 38,75 € |
H. Estarreja | 40.576 | 41,83 € |
H. Cantanhede | 40.467 | 42,25 € |
H. Peniche | 45.740 | 42,82 € |
H. Espinho | 38.445 | 45,96 € |
H. Pombal | 48.673 | 47,60 € |
H. Anadia | 41.386 | 48,93 € |
H. Seia | 42.590 | 52,10 € |
H. Tondela | 38.702 | 57,81 € |
H. Amarante | 58.193 | 68,40 € |
H. Montijo | 46.846 | 69,60 € |
CH PV/Vila Conde | 112.418 | 75,16 € |
H. Fafe | 35.717 | 79,07 € |
H. St.º Tirso | 50.724 | 79,09 € |
H. Macedo Cavaleiros | 27.362 | 91,35 € |
H. Litoral Alentejano | 39.348 | 166,42 € |
Total | 901.275 | 1.113,35 € |
Média | 50.071 | 61,85 € |
Média sem H. Lit. Alentejano | 55,70 € | |
Mediana | 50,52 € | |
Mediana sem H. Lit. Alentejano | 48,93 € |
18; 10^1 | |
3 | |259 |
4 | |223689 |
5 | |28 |
6 | |8 |
7 | |599 |
9 | |1 |
16 | |6 |
Mínimo | x1:18 | 31,71 € |
Máximo | x18:18 | 166,42 € |
Estarreja | x4:18 | 41,83 € |
18 | M | 50,52 | |||
F | 42,25 | 58,705 | 75,16 | ||
E | 38,75 | 58,92 | 79,09 | ||
1 | 31,71 | 99,065 | 166,42 | ||
df = | 32,91 | ||||
barreiras: | -7,115 | 124,53 | |||
Por falta de tempo é o meu contributo possível para a causa.