sábado, 31 de março de 2007

Sim, é deputado.


O Diário de Notícias contactou alguns deputados, para realizar um pequeno inquérito sobre o preço de bens essenciais. Afonso Candal, quando questionado sobre o preço do leite que compra tem a infeliz resposta: " Não sei o preço da unidade porque compro pacotes de seis".
Meu caro Afonso Candal, uma sugestão, tente dividir o valor por seis, talvez assim consiga descobir o preço de um litro de leite.

Fonte: Diário de Notícias, Diana Mendes; Deputados compram sem olhar a preços

Estarreja, o concelho escolhido pela EDP para experiência inovadora


Provavelmente já todos ouviram falar das medidas anunciadas pela EDP Distribuição, medidas que passam pela sensibilização dos consumidores para uma utilização mais eficiente da energia. A distribuição de lâmpadas económicas, a sensiblização junto de famílias e escolas já foram largamente publicitadas na comunicação social, contudo, para promover mais rapidamente esta eficiência energética, a EDP mantém um projecto secreto que decorre nalgumas freguesias do concelho de Estarreja. Esta iniciativa, já aplaudida pelas grandes cadeias de electrodomésticos, passa pelos cortes mais ou menos inesperados do fornecimento de energia, podendo no pico do período de testes ocorrer na mesma hora vários cortes e restabelecimentos do fornecimento de energia. O objectivo passa por destruir os actuais electrodomésticos ineficientes ou pela decisão de os utilizadores os desligarem por largos períodos de tempo com receio da sua destruição. Até ao momento não são conhecidos resultados estatísticos relevantes de tal campanha mas António Mexia (presidente da empresa, ou CEO), já se mostrou confiante nesta medida pelo seu impacto positivo na economia local. Caso o projecto seja bem sucedido, é de esperar a sua implementação em mais regiões suburbanas nada atentas a estes problemas da ecologia.

sexta-feira, 30 de março de 2007

E se daqui a alguns anos já não se justificar ir para a Universidade?


Quem ler o Wall Street Journal, pode encontrar uma artigo sobre um estudo publicado por um economista que até agora era conhecido pela sua defesa do comércio livre, professor em Princeton e que foi Vice Presidente da Reserva Federal Norte Americana, sobre a nova revoluçao industrial - As tecnologias de comunicação - esta evolução electrónica permite que os serviços agora sejam executados a partir de localizações remotas. 40 milhões de empregos nos Estados Unidos que correm o risco de ir "parar a outras paragens", nos próximos 10 a 20 anos. Serviços de contabilidade (1 815 340), programadores ( 389 090), designers gráficos ( 178 530) são alguns dos empregos por ele citados...
Ele diz que apenas pretende chocar os políticos, os decisores e outros economistas, que os trabalhadores de manufacturas já conhecem esta realidade há anos, agora chegou a vez dos que estão mais acima...
"the greatest problem for the next generation of American workers may not be lack of education, but rather “offshoring”—the movement of jobs overseas, especially to countries with much lower wages, like India and China. Manufacturing jobs have been migrating overseas for decades. But the new wave of offshoring, of service jobs, is something different."

Fonte: Alan S. Blinder; Preparing America’s Workforce: Are We Looking in the Rear-View Mirror?

O João Cravinho não gosta de Estarreja


Afinal o João Cravinho sabe falar, eu que até pensava que ele tinha perdido a voz aquando do debate acerca das SCUTS, agora, quando o assunto é a OTA, é ver o Senhor a dizer:
"Continuo pela Ota porque não surgiu nenhum estudo conclusivo, fundamentado e profundo que demonstrasse que a Ota não é a melhor solução"
"Com base nos elementos disponíveis até meados do ano passado não vejo nenhuma razão para se alterar a decisão. Se me disserem que há elementos completamente novos, há que ponderar a situação"

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento publicou um estudo "O impacto económico e orçamental do investimento em SCUTS" com um prefácio interessante do deputado João Cravinho:
Este estudo dos Professores Alfredo Marvão Pereira e Jorge Miguel Andraz aplica as mais recentes técnicas de modelação económica para avaliar com todo o rigor científico o impacto macroeconómico e orçamental das SCUTS.
As suas conclusões não deixam margens para dúvidas. Não só o impacto macroeconómico das SCUTS é fortemente benéfico para a economia do país em termos de emprego, produto e investimento privado induzido, como também resulta claro que as SCUTS originam receitas acumuladas para o Estado superiores aos encargos orçamentais necessários ao seu financiamento. Por outras palavras, orçamentalmente as SCUTS pagam-se a si próprias, para além de contribuírem poderosamente para a competitividade e o crescimento da economia portuguesa, de acordo com um modelo de desenvolvimento territorial equitativo destinado a projectar Portugal como uma mais valia logística na fachada atlântica da União Europeia.
A necessidade de avançar o mais rapidamente possível na infra-estruturação do território subjacente a essa visão estratégica é uma das razões essenciais do lançamento das SCUTS, a par de vários outros grandes projectos, sob a forma de parcerias públicoprivadas.
A política das SCUTS tem plena justificação nas obrigações públicas que o art. 81º da Constituição da República Portuguesa consagra como incumbências prioritárias do Estado. As SCUTS justificam-se incontroversamente à luz das várias alíneas do art. 81º da Constituição que visam a materialização de princípios de equidade, coesão e solidariedade no âmbito inter-territorial, e não apenas sob forma tendencial ou indicativa, mas a título de incumbências prioritárias do Estado. Sem discriminações positivas, como as SCUTS, esses princípios estarão condenados a ficar letra morta. (...)
As SCUTS têm sido continuamente alvejadas, até à náusea, como se não trouxessem benefícios para a economia nacional e para os cofres do Estado, apenas custos alegadamente insuportáveis para o Orçamento. O estudo dos Professores Marvão Pereira e Jorge Andraz demonstra o absurdo reducionismo dessa alegação incessantemente propagandeada pela comunicação social. Na base de tais posturas críticas está uma falácia elementar, que é a de ver na utilização das auto-estradas uma simples fruição individual desprovida de externalidades cujo custo teria de ser absorvido no exclusivo âmbito da pura esfera económica privada. Para mais, tratando-se de uma opção individual pelos serviços de um bem alegadamente de luxo, como seriam as auto-estradas. Em consequência, defendem-se portagens nas SCUTS, de resto como em todas as outras auto-estradas, em nome da aplicação integral do princípio do utilizador-pagador julgado irrestrictivamente adequado à situação concreta em apreço. Embora elementar, esta falácia declina-se em vários planos obviamente ignorados pela generalidade dos críticos. (...)
Mesmo aos mais ardentes defensores da bondade irrestrita de tudo submeter a portagens, não terá escapado a situação de inferioridade de Portugal relativamente à Espanha, mesmo que as SCUTS continuem sem portagens pelos anos que se justifiquem face às razões do seu lançamento. A Espanha está e continuará atravessada em todos os sentidos por numerosas vias sem portagens, de tal modo que no termo desta década terá cerca de 15 000 km de auto-estradas e vias rápidas, das quais mais de 2/3 poderão ser percorridas livres de tal ónus. (...)
O presente estudo dos Professores Marvão Pereira e Jorge Andraz é mais um importante trabalho dos autores visando a análise objectiva e fundamentada, isenta de apriorismos, explícitos ou ocultos da política de investimento público, nas condições que o nosso país enfrenta neste momento.
Nunca será demais chamar a atenção para a mensagem com que fecham este trabalho:
“…Se é certo que a actual situação orçamental não permite mais comportamentos irresponsáveis e requer a coragem de promover e implementar, finalmente, uma estratégia de séria contenção orçamental, também não é menos certo que promover tal contenção orçamental prioritariamente à custa de projectos de investimento em infra-estruturas pode em si mesmo ser não menos irresponsável. Nesse sentido é preciso ter a coragem para dizer que o problema orçamental do Estado não pode nem deve ser resolvido de maneira que hipoteque o crescimento de longo prazo do país”.

Sinceramente, só posso concluir ou que o Senhor tem a memória curta, afinal, apenas passaram uns meses Senhor Cravinho, ou que simplesmente se deixa calar por algum motivo. O Senhor tão interessado no combate à corrupção. Talvez este estudo sobre as SCUTS não seja fundamentado e profundo.

P.S.: Tomei a liberdade de colocar a negrito algumas das coisas mais interessantes escritas por João Cravinho.

quinta-feira, 29 de março de 2007

BAWO Confecções, L.da e a ROHDE

Provavelmente já poucos se lembram da BAWO, na verdade a empresa foi à falência, já não labora neste concelho, mas voltemos mais atrás na história. Estávamos no Verão de 2003 e um pequeno grupo de trabalhadoras de uma empresa de Estarreja, tinha tempo de antena na comunicação social pela sua luta contra o encerramento da sua empresa. O caso foi de tal forma mediático que chegou até ao Presidente da República (sindicatos, um deputado, um Presidente de Câmara), todos estavam do lado destas trabalhadoras, que provavelmente eram as que menos entendiam de Economia, mas com a sua luta conseguiram atraír as piranhas do costume, homens de negócios que caçam subsídios estatais, foi assim que a BAWO trabalhou mais algum tempo, os subsídios duram e eles competem num mercado artificialmente até que chega ao fim o subsídio, então vivem algum tempo à custa de salários em atraso e enquanto o crédito junto de fornecedores funciona. No final desaparecem. A administração da empresa desapareceu, a contabilidade não existe, para a história fica um Presidente de Câmara com uma salva de prata oferecida pelas trabalhadoras. Como elas próprias colocaram a questão: "não o fazer ao Presidente da Câmara mas à pessoa do Dr. Eduardo de Matos, que tanto as ajudou". Já se afiguram interessados em manter a funcionar a ROHDE com menos funcionários se os apoios forem encontrados. Se isso acontecer, cá estaremos todos para ver mais alguém receber a sua salva de prata, afinal de contas, passados 3 ou 4 anos já ninguém terá memória. Este é o meu tributo às trabalhadoras enganadas.

O Eco Parque industrial de Estarreja

O Vladimiro Silva constrói no seu "O Efervescente" um caso bastante bem estruturado sobre o parque industrial de Estarreja, começando por indicar a aposta do Partido Socialista (penso que local) de construir um parque com caracteristicas diferentes do tradicionalmente escolhido pela generalidade dos municipios, apostando na eficiência energética e em empresas mais com componente de tecnologia do que com mão de obra intensiva. No caso da IKEA contudo, parece-me que a decisão teve um bom empurrão político para se instalar em Paços de Ferreira e não aqui, eu penso que um projecto como o da BOSCH, que se pretende instalar em Aveiro seria mais o género de industria a que o Vladimiro Silva se referia.
Quanto ao ponto do fim do projecto, realmente parece evidente a quem observa sem estar por dentro da situação que existe uma certa estagnação do projecto, que o parque não tem dado nenhum contributo para o crescimento de Estarreja ultimamente.
Quanto ao caso das derrapagens, só pode haver uma de duas situações, ou o anterior executivo fez mal as contas e o projecto estava mal planeado, aí caberá ao actual executivo mostrar essas falhas, claramente e sem insinuações vagas de "isto e aquilo" (caberá também ao PS a sua defesa). Ou então a responsabilidade é deste executivo, nesse caso, segundo o que é apontado pelo Vladimiro Silva, a situação já começa a ter um desvio orçamental considerável e cabe ao Presidente apresentar a sua explicação como responsável máximo de tudo que se passa no municipio.
O meu ponto de vista para o parque industrial de Estarreja é diferente dos dois apresentados, tanto o apresentado pelo Vladimiro Silva e bastante difícil de executar de empresas de cariz capital intensivo e não trabalho intensivo, como a do "nós também" do actual executivo, a minha visão passaria pela contrução da ligação Aveiro-Salamanca (para transporte de mercadorias) em Velocidade Elevada e não em Alta velocidade como foi feito na Galiza e em partes de França, bastante mais barata de construir e sobretudo mais barata em termos de manutenção. Estarreja faria parte de uma importante plataforma logística a nível da Península Ibérica, em articulação com o Porto de Aveiro. Penso que o exemplo do Porto de Barcelona devia ser mais que suficiente para levar alguém neste país a entender a posição estratégica de Portugal no continente europeu e o que é que está do outro lado do atlântico, bastando para que passasse por Aveiro uma pequena parte das importações da Europa da América do Sul...

Só a título de exemplo daquilo que digo aqui ficam os números, a U.E. importa do Brasil (segundo os últimos dados oficiais; 2004) por via marítima 92 milhões de toneladas de produtos, dos E.U.A. 54 milhões de toneladas e exporta para o Brasil 6 milhões de toneladas e para os E.U.A. 86 milhões de toneladas, em 2004 o Porto de Aveiro movimentou 3 milhões de toneladas. Talvez eu esteja errado, talvez Portugal não se encontre numa posição estratégica, especialmente Aveiro, de entrada e saída na U.E. por mar. Quem sabe além da entrada e saída, Portugal pudesse até entrar no transporte das mercadorias...

Fonte: Eurostat

quarta-feira, 28 de março de 2007

Mais sobre a OTA

A evidência empírica dos feitos da engenharia portuguesa são bastante claros, decidi, porque a minha memória ainda não é muito curta, selecionar uma obra por onde passo várias vezes como exemplo das boas práticas em termos de engenharia no nosso país. A Ponte Europa rebatizada Ponte Rainha Santa Isabel em Coimbra. Andando um pouco para trás no tempo, não à data da conclusão da ponte mas a 2004, mais própriamente ao relatório 028/2004 do Tribunal de Contas, podia ler-se que uma obra de 1 km, com umas rotundas, viadutos e uma ponte custou 111,38 milhões de Euros, apenas mais 120 % do que aquilo inicialmente previsto. Pode ainda ler-se a seguinte passagem: "As áreas de responsabilidade de gestão da JAE/JAE, S.A./IEP(I)/ICOR/IEP(II), cujas diligência, competência e eficiência poderiam ter evitado custos adicionais de mais de € 46 milhões foram identificadas como sendo as que tiveram origem:
♦ Na gestão temporal do empreendimento;
♦ No regime do concurso, redacção do caderno de encargos, análise das propostas e, em geral, forma de execução do concurso da empreitada;
♦ Na direcção de estudos e projectos (revisão dos projectos);
♦ Na gestão e coordenação das obras;
♦ Na assistência técnica;
♦ Na mudança injustificada de projectista/assistente técnico;"

A minha pergunta é: O que faziam exactamente estas empresas públicas se não fizeram nada do acima citado?
Claro que eu estou enganado, que desta vez sabem o que estão a fazer, mesmo que nunca tenha sido feito nenhuma obra semelhante em termos de fundações em Portugal...
Talvez se estivesse um economista independente no debate de Segunda Feira os engenheiros fossem confrontados com evidências empíricas dos seus feitos do passado...

terça-feira, 27 de março de 2007

Sobre a OTA

Depois de assistir a três debates sobre a questão da localização de um novo aeroporto na região de Lisboa chego à conclusão que:

1) A escolha da OTA surge porque competia com uma localização que à partida já estava condenada a perder para a OTA.
2) Não há tempo para procurar outra localização.
3) A construção na OTA vai ser um verdadeiro festival para as empresas de construção (talvez o Lobby mais activo na pressão para a obra arrancar o mais brevemente possível), com a certeza que nunca ficará acabada a tempo ou, que as horas extra que serão necessárias para acabar a obra a tempo farão derrapar os custos enchendo os bolsos das empresas de construção de uma maneira ou de outra.
4) As únicas pessoas que não foram consultadas, segundo o Bastonário da Ordem dos Engenheiros em tempo útil, foram os próprios engenheiros (quem terá decidido?)
5) Não existe nenhum proprietário da zona apontada para a criação do novo aeroporto a críticar a decisão do governo (nem um pastor que seja a dizer que não sabe onde vai colocar as suas ovelhas, porque será?).
6) O compromisso pessoal do Ministro das obras públicas (sobre o aeroporto na OTA) será para com o seu futuro empregador.

Ainda sobre os "grandes portugueses"

Após uma pequena investigação, concluí que quem realmente ganhou o programa "grandes portugueses" foi em absoluto a rtp e o seu parceiro para a votação, a empresa de telecomunicações. Apesar de não ter qualquer interesse em ver um programa apresentado pela Maria Elisa, tenho de confessar que este é uma das melhores extorsões televisivas que descobri. Já existiam programas durante o dia que faziam as pessoas contribuir generosamente para os cofres das estações televisivas (qualquer programa, em qualquer um dos três canais), em parceria com empresas de telecomunicações, já existiam até concursos em que a inscrição se fazia por telefonemas de valor acrescentado (Um contra todos) ou para assistir (Gato fedorento). O que é novidade é conseguir por a comunicação social a falar de um assunto, como se aquele resultado estivesse a reflectir o sentimento de uma nação, ver até um comentador televisivo de domingo à noite que várias vezes já mostrou que sempre que a coisa envolve números eles atira comentários à cega, basta ver o exemplo da opa sobre a PT e os seus comentários.
A verdade é que a RTP em paralelo, encomendou um estudo à empresa Eurosondagem, que apesar de mostrar claramente que o orçamento foi o mínimo possível para a sondagem, deixa claramente o Sr. Salazar fora do top 5, ficando mesmo em 7.º lugar em 10. A verdade é que cada vez mais a televisão não passa de uma máquina de extorsão dos seus espectadores. O mau exemplo da televisão ainda não parece ter contagiado as rádios, pelo menos não aquelas de que eu sou ouvinte, o que parece estranho.
Só a título de exemplo, quem ligar uma vez por dia, para o "Um contra todos" para ganhar um cheque de 500 Euros em compras. No final do ano, 52 semanas, 5 dias por semana, 260 dias, € 0,60 mais IVA por chamada. € 156, com IVA € 188,76. Ora como provavelmente não ganhará uma vez por ano, o meu conselho é que conserve o seu dinheiro no bolso.
Sim, também não jogo no Euromilhões mas isso é um esquema muito mais elaborado e mais apelativo... Talvez para outro post.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Salazar, Álvaro Cunhal e outros assuntos para rir.

"Quando consultam um estatístico pedindo a análise de dados recolhidos sem o seu aconselhamento prévio, pretendem um diagnóstico, mas em geral só já é possível fazer uma autópsia"

R. A. Fisher

Mais uma vez provavelmente vai fazer-se uma tempestade por causa de uma estupidez. Salazar foi o maior português de sempre, Álvaro Cunhal ficou em segundo lugar. Apesar de não ter assistido ao programa, nem a nenhum da série de programas, é um pouco inevitável assistir um pouco por todos os jornais a comentários mais ou menos indignados sobre este facto.
O único facto realmente importante aqui, é que mais uma vez, sem qualquer rigor científico, usou-se uma amostra auto seleccionada para chegar a conclusões, não foi feito nenhum inquérito com rigor sobre a opinião das pessoas de quem era realmente o maior português de sempre. O que aconteceu neste caso foi provavelmente que os antigos amigos do regime estiveram mais activos no telefone do que os membros do partido comunista, talvez já não haja tantos partidários do pacto de varsóvia, talvez haja mais simpatizantes do fascismo. O que este tipo de amostra nunca fará, muito menos com rigor, é fornecer com exactidão o que é qualquer coisa.
Pena não darem um pouco de tempo de antena a alguém que pudesse explicar, a esta cambada de totós, que come o que lhe põem no prato e que vão discutir isto como se fosse uma questão de vida ou de morte, como foram mais uma vez enganados.

P.S. : O mal da ignorância é que vai adquirindo confiança à medida que se prolonga.

P. J. Mazzoni

domingo, 25 de março de 2007

Défice, dívida pública e outras coisas sem sentido

Com tanto que se ouve falar no défice dos 3,9%, o aumento da dívida pública e em folgas e meias folgas era bom que alguns políticos soubessem exactamente o que é a dívida pública e o que é o défice público, em vez disso, não passam de papagaios cheios de retórica que falam num há vida para além do défice e outras tretas parecidas sem fazerem a mínima ideia do que estão a falar a maior parte das vezes.
Primeiro ponto: a dívida pública está agora a subir, segundo o I.N.E. tendo pela primeira vez ultrapassado os 100 500 milhões de Euros. Isto significou, segundo os dados ainda não definitivos que Portugal terá pago no ano de 2006, 4 365 milhões de Euros de juros, mais 340 milhões do que no ano anterior e com mais 300 milhões de Euros a acrescentar a esse valor para 2007 para atingir-se um valor de 4 770 milhões de Euros.
Talvez os senhores do "há vida para além do défice" achem que se pode aumentar o IVA em mais 2%, ou talvez o ISP, ou mais escalões no IRS, ou mais taxas, talvez o aumento da carga fiscal que temos assistido ainda não tenha sido a suficiente.
O governo aproveitou o ano de 2005 para atirar tudo aquilo que podia para empolar o défice de 2005, apresentando-se este ano com uma grande vitória. A verdade é que esta redução do défice se deve mais uma vez: 1) ao congelamento das carreiras na função pública e não a mudanças estruturais; 2) À diminuição do investimento em cerca de 630 milhões de Euros para os 3 560 milhões de Euros; 3) À quantidade de receitas extraordinárias das privatizações efectuadas pela administração central e pelas vendas efectuadas; 4) À melhor cobrança de impostos feita pela DGCI.
Apesar de a maior parte dos políticos dizer uma coisa quando estão na oposição e outra quando estão no governo, (sim estou a referir-me aos senhores Sócrates e Mendes) devo saudar a coerência apresentada por uma pessoa na política, a Manuela Ferreira Leite, que não muda de opinião quando está no governo e quando sai dele, sendo correcta nos factos quando fala publicamente e sabendo melhor do que a cambada de papagaios que normalmente ouvimos a falar sobre estes assuntos, o que são contas públicas e o défice público.
Se por acaso existissem mais políticos como ela que em vez de preocuparem-se com a imagem, entendessem realmente daquilo que fazem, Portugal poderia estar bem melhor.
Na verdade, o défice, embora a maior parte não o entenda, tem um grande peso na economia nacional, a dívida pública tem um impacto directo no aumento do défice. Quando os políticos recebem ordens da U.E. para controlar o défice, essa cambada do "há vida para além do défice" descobrem que só há um sítio onde ir buscar o dinheiro para pagaram a dívida que construiram com 10 anos de incompetência. O bolso dos Portugueses, ou caso não tenha reparado, paga muito mais impostos. Impostos é o único método que os teóricos da retórica e das mentiras têm para cobrir os erros deles. Não faz mal, pagam sempre os mesmos.
Espero ter contribuido para demonstrar a importância de controlar a dívida pública e o défice, certamente não espero que nesta política karaoke, alguém o faça sem mentir de acordo com a sua posição actual, governo ou oposição. Mais uma vez a minha saudação à senhora Ferreira Leite pela sua coerência e por não precisar de alguém a escrever aquilo que diz.

sábado, 24 de março de 2007

Sobre empresas municipais

Aquilo que devia ser um papel potencialmente poderoso e importante do governo do país- O poder local - Colocou-se mais uma vez na posição de sofrer fortes críticas, o motivo: O relatório do Tribunal de Contas sobre a amostra de empresas públicas auditadas. É importante ter em conta as conclusões desta auditoria, pois ela contém importantes indícios de como funciona o Poder local.
O poder local tem sido criticado por ser ineficiente e irresponsável, muitas vezes como parte de uma crítica mais alargada às acções do governo central. O caso das empresas municipais, aproveitando o facto de que não existe qualquer pressão para competirem num mercado e com a habilidade que têm de retirar dinheiro aos cidadãos através de taxação compulsiva, não tem qualquer incentivo para fornecer serviços eficientes, ou de fornecer os serviços que as pessoas querem, como as pessoas querem.
O poder local, aproveitando a burocracia governamental, a falta de legislação adequada, a ausência de concorrência externa passa, em vez de perseguir o interesse do público, a perseguir os seus interesses pessoais e os interesses pessoais daqueles que os rodeiam.
Não seria razoável que alguém pudesse ser responsabilizado?
Será por perseguição que há alguns autarcas em Portugal que são sempre apanhados nestes abusos? Será perseguição do Tribunal de Contas? Ou será que estes senhores são corruptos até aos ossos? São tantas as coisas apontadas pelo T.C. (Todas legais) que seria uma diminuição dos feitos destes senhores referir apenas algumas delas.
O que vou dizer a seguir não é nenhum manifesto para uma candidatura eleitoral minha. É apenas aquilo que me parece ser o papel fundamental do poder local:

1) Construir e moldar a identidade local
2) Representar a comunidade em debates regionais e nacionais
3) Regular comportamentos desviantes e prejudiciais
4) Manter a coesão da comunidade, suportar o debate dentro dela e assegurar que as vozes de todos são ouvidas
5) Resolver problemas sobre afectação de recursos entre áreas de actuação
6) Trabalhar para tornar a economia local mais bem sucedida, apoiar a criação de novos negócios e empregos, especialmente esforçando-se por atraír trabalhadores qualificados
7) Entender as preferências locais e as necessidades, certificando-se que as necessidades são suprimidas através de fornecedores públicos e privados

Aquilo que alguns senhores acrescentam (substituindo as últimas sempre que possível)

1) Perseguir o interesse pessoal
2) Favorecer os apoiantes e os grupos económicos mais chegados
3) Criar empresas municipais para poder livremente aumentar salários e benefícios
4) Usar recursos públicos em interesse próprio
5) Instituir e generalizar a corrupção

Sinceramente não prolongarei as minhas considerações sobre estes sujeitos, não me merecem outro título (pelo menos nada que pudesse publicar neste blog).
Se alguém me perguntar se a situação pode piorar, eu terei de responder que pode, podiam tornar este país num Zimbábue ou Camarões.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Maior reserva mundial de petróleo descoberta na Madeira

Não, realmente não foi descoberto petróleo na Madeira, mas dando uma vista de olhos pelos apois regionais que vão ser dados neste ano de 2007 bem que podia ter sido.
Não vou abordar todas as áreas atingidas pela mão do governo regional, desde empresas até às transferências para pessoas particulares, passando pelo Carnaval da Madeira e o desporto. É aqui no desporto que eu encontro a parte mais interessante. O primeiro esclarecimento a ser feito é que as áreas de intervenção, contribuem para a prossecução da política desportiva do Governo Regional da Madeira (RAM). Um segundo critério parece ser o impacto dos eventos desportivos na comunicação social regional e nacional. Fala ainda de uma alegada promoção da prática desportiva pela juventude e pela população em geral, quanto à juventude até pode ser mas a população só se for de outros países pois a esmagadora maioria dos praticantes dos desportos em idade adulta por lá são "importados" de fora de Portugal sempre que possível.
Passaria a demonstrar a importância do desporto na RAM através dos montantes concedidos:

Associação Desportiva do Machico:
Voleibol masculino € 124 699
Futebol masculino € 374 098

Clube de Futebol Andorinha:
Badminton misto € 37 410

Clube de golfe do Santo da Serra:
Golfe € 8 230

Clube Desportivo Ribeira Brava:
Futebol Masculino € 374 098

Centro de Atletismo da Madeira:
Atletismo € 37 410

Clube de Futebol Caniçal:
Futebol Masculino € 91 654

Clube Amigos do Basquete:
Basquetebol Masculino € 12 470

Associação Desportiva Pontassolense:
Futebol Masculino € 374 098

Clube Naval do Funchal:
Natação feminina € 37 410
Natação masculina € 37 410

Sporting Clube da Madeira:
Ténis de mesa masculino € 3 741

Clube de Ténis do Funchal:
Ténis masculino € 11 403

Associação Cristã da Mocidade da Madeira:
Ténis de mesa € 67 175

Clube de Ténis de Mesa da Ponta de Sol:
Ténis de mesa € 36 811

Centro Social e Desportivo de Câmara de Lobos:
Ténis de mesa € 68 086
Futebol masculino € 130 934

Clube Desportivo Nacional:
Futsal, futebol e natação € 94 900

Clube Desportivo Garachico:
Ténis de mesa € 41 113

Clube Desportivo São Roque:
Ténis de mesa e hóquei em patins € 87 760

Associação Cultural e Desportiva de São João:
Ténis de mesa € 52 374

Club Sports da Madeira:
Andebol feminino e badminton misto € 178 825

União Desportiva de Santana:
futebol masculino e badminton misto € 168 334

Sporting Club do Porto Santo:
Ténis de mesa e futsal € 81 314

Club Sport Marítimo:
Várias modalidades € 586 629

Grupo Desportivo do Estreito:
Várias modalidades € 282 182

Clube de Futebol União:
Basquetebol e futebol masculino € 37 410

O Sr. Alberto João Jardim passou o seu último dia antes da apresentação da demissão a aprovar todo um conjunto de apoios e investimentos num total de € 130 000 000 (sim! Num único dia!), o desporto é aquilo que se vê, era motivo para dizer que na madeira não existem ciclos económicos, apenas existem duas coisas: Transferências do continente e transferências da U.E.. Podia falar do financiamento do Carnaval, da passagem de ano, do rally da Madeira, do Jornal da Madeira e tudo mais que perdendo tempo a analisar orçamentos da RAM e o parecer ano após ano do Tribunal de Contas que levam à conclusão que é fácil viver bem à custa do resto do país. Peça lá a independência Sr. Presidente do Governo Regional, liberte-se deste país que quer afundar a Madeira. O Sr. sim! O Sr. podia construir um país chamado Madeira, um país assim à semelhança do Zimbábue...

P. J. Mazzoni



Inflação no Norte acima da média nacional em 2006

Ana Paula Lima escreve no Jornal de Notícias:

A economia da região Norte continuou, em 2006, a dar sinais de uma evolução mais lenta do que a do resto do país. Face à média nacional, a região assistiu a uma escalada dos preços a um ritmo mais elevado, a uma progressão dos salários menor e a um aumento superior da taxa de desemprego, no último trimestre do ano passado.

Os dados preliminares sobre o último trimestre de 2006 do relatório "Norte Conjuntura", divulgado, ontem, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) estimam que a taxa de inflação na região, no ano passado, se fixou nos 3,2%, mais um ponto percentual do que os 3,1% que se registaram no país. De 2005 para o ano passado, o agravamento dos preços na região foi bastante significativo em bens como alimentos, habitação, água, electricidade e saúde.

O aumento do custo de vida, na região Norte, não foi, de resto, acompanhado pelos salários. Em média, um trabalhador no Norte auferiu de um salário mensal líquido de 636,5 euros, em 2006, quando a média nacional foi de 711,5 euros.

Mais evidente é a discrepância entre a progressão dos salários na região e no país, durante o último trimestre do ano. O estudo conclui que o rendimento médio no Norte, naqueles três meses, cresceu apenas 0,5% (para 641 euros), em relação ao ano anterior, enquanto o crescimento no trimestre, a nível nacional, foi de 2,6% (para 719 euros).

O cenário continua pouco animador em materia de emprego e desemprego para o Norte. A região chegou ao último trimestre de 2006, como menos 20 mil postos de trabalho, face ao mesmo trimestre do ano passado, com uma queda homóloga no emprego de 1,1%, e uma descida de 0,7%, em relação aos três meses anteriores. O emprego feminino foi o que diminuiu mais, com uma queda de 1,9% no último trimestre do ano.

Esta descida, para o vice-presidente da CCDRN, Paulo Gomes, está interligada com " o ciclo de ajustamentos nos sectores de actividade, que ainda não parou, e com a queda da actividade na construção, potenciada pela falta de investimento público e a descida dos licenciamentos na habitação".

Apesar do comportamento negativo, Paulo Gomes, salienta que há indicadores que permitem prever algumas melhorias para a economia da região. "O emprego teve um pequeno crescimento de 0,4%, em 2006, face ao ano passado. O dobro do aumento do ano anterior", salienta o vice-presidente.

O responsável destaca, ainda, as variações positivas registadas no emprego na indústria transformadora (mais 3,7%), nos serviços (25%) e nos transportes e comunicações (mais 20%). Aumentos que não foram suficientes para combater a descida significativa na agricultura, silvicultura e pesca, que perderam, na região, 21 mil postos de trabalho.

O último trimestre de 2006 terminou, ainda, com uma taxa de desemprego de 9,7%, no Norte, face a uma média trimestral nacional de 8,2%. Em termos anuais, o desemprego na região atingiu os 8,9%, acima da média nacional, que se situou nos 7,6%. Nesta matéria, destaca-se o elevado desemprego entre os jovens (aumento de 17% no ano) e o desemprego de longa duração.

Mira Amaral em grande!

O Sr. Mira Amaral, antigo Ministro da Indústria e da Energia, homem de vasto currículo de gestor público atira críticas a nem mais nem menos que, vá-se lá saber se o Sr. perdeu a cabeça, às empresas públicas de serviços, à EDP e à PT, electricidade, gás e comunicações serviram para este homem que espera ansiosamente por uma mudança de governo para ser nomeado, coisas como estas empresas têm "lucros fabulosos à custa do mercado doméstico", ou os gestores têm "a visão do marketing e das apresentações powerpoint".
Tudo isto de um Sr. que tem feito trabalhos impecáveis ao serviço das empresas públicas.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Um pouco de história para o Partido Socialista

Desde 2002 que Portugal se afasta da média europeia. A tendência parece ser para continuar nos anos que aí vêm. Talvez isto se deva aos ajustamentos por que o país está a passar, não se pode negar que o país está a realizar algumas reformas estruturais ao mesmo tempo que tem congelado o Investimento Público. Além destes factos, por duas vezes diferentes governos tomaram a mesma medida para diminuir o défice público e tentar mantê-lo abaixo dos 3%, que tem consequências negativas sobre a procura interna, esta medida foi o aumento do IVA. Até recentemente a diminuição do Investimento Directo Estrangeiro tinha tomado uma forma nada menos do que espectacular e as deslocalizações para os novos países do alargamento e para a Ásia não deram grande folga ao país. Desde 1980 e até 1995, as empresas estrangeiras eram atraídas para o nosso país apenas por salários baixos, agora na Ásia os salários são bastante mais baixos e nos novos países da U.E. além dos salários mais baixos, também os níveis de educação contam. Se se olhar para trás, entre 2000 e 2003 o desemprego em Portugal aumentou 50 %. Talvez Portugal esteja apenas a voltar à sua forma habitual antes de entrar para a C.E.E. como era então conhecida, nos cinco anos anteriores à entrada, Portugal crescia a uma taxa anual de 0,9 %, quase metade da média da então C.E.E., os claros benefícios em termos de inflação e poder de compra da governação do então Primeiro Ministro Cavaco Silva rápidamente foram esbanjados por um governo que deitou tudo a perder, qualquer aluno do segundo ano de uma licenciatura de economia podia explicar ao Sr. António Guterres que estava a esconder o aumento da dívida pública na descida das taxas de juro, que o défice que estava a criar não ia ser fácil de resolver mesmo com a economia a crescer, quando os problemas foram demais, fez como os ratos que são sempre os primeiros a abandonar o barco. Pediu exílio fora de Portugal onde ainda hoje permanece, à espera de melhores dias para também ele ser candidato a presidente. O que se pede ao governo actual é um paradigma, uma escolha de projectos correcta é essencial para o desenvolvimento, há projectos actuais que nem parecem preocupar-se com uma visão de longo prazo, quanto mais contribuir para os objectivos que o país quer atingir, já tem exemplos suficientes do passado de investimento de fundos estruturais em projectos megalómanos, é preciso investir nas pessoas, investir na sua formação e nas ferramentas para a longo prazo obter um país com maior espírito empreendedor, é preciso ter uma visão de longo prazo. Quando se devia diminuir as inequidades regionais, porque razão só se fala em grandes projectos para a região de Lisboa e as outras regiões ficam para daqui a uma década ou duas? Veja-se o exemplo do que foi feito em Espanha na Galiza e nas Astúrias. Em Portugal vão continuar a aumentar as assimetrias, se os projectos são criados nas áreas de grande densidade populacional, então as pessoas das outras áreas são forçadas a migrar para essas regiões, devia ser exactamente o contrário, atrair pessoas para as regiões menos desenvolvidas. Este tipo de políticas idiotas é seguido de imensas notícias de congestionamentos nas duas grandes cidades de Portugal Continental, os preços das habitações na cidade de Lisboa, etc.
Portugal e Espanha são bastante referenciados na literatura que circula na U.E. pelo seu esbanjamento de fundos e ainda pior, pelo abuso na atribuição de fundos do primeiro Quadro Comunitário de Apoio, não cometam o mesmo erro com o pouco que ainda resta.
Porque é que o actual governo quando faz as suas análises do passado, as regressões acabam sempre no início do mandato do Sr. Durão Barroso, ou José Barroso como é conhecido hoje em dia no exílio. Porque é que não explicam os bons caminhos traçados durante o desgoverno do Sr. António Guterres?

A política como ela é

Artigo de Francisco Almeida Leite no Diário de Notícias:

"Lobbyistas invadem corredores do Parlamento

Depois da agência de comunicação LPM, agora foi a vez de o Grupo YoungNetwork pedir a Jaime Gama a acreditação permanente na Assembleia da República. Na carta para o presidente do Parlamento aquela empresa sustenta que "a AR, pela sua actividade, gera informação, decisões e práticas que devem estar ao alcance de todos os agentes de comunicação".

João Duarte, líder do Grupo YoungNetwork - que reclama ser uma das dez maiores no sector em Portugal, apesar de apenas ter seis anos -, garante a Jaime Gama que "todos têm a ganhar com esta modernização progressiva". E explica: "A força institucional da AR será maior, o trabalho dos grupos parlamentares e deputados mais reconhecido, os jornalistas e agentes de comunicação terão mais e melhor informação e os cidadãos uma perspectiva muito mais positiva do que é feito no Parlamento".

Esta carta surge numa altura em que o Parlamento, por decisão de Gama, ainda está a fazer um estudo sobre o que se passa lá fora em matéria de presença de agências de comunicação nos órgãos de poder. Contactado pelo DN, o gabinete de Gama assegura que "ainda não foi tomada nenhuma decisão" em relação à primeira carta, a de Luís Paixão Martins, que lidera a LPM, agência responsável pelas campanhas eleitorais de José Sócrates e de Cavaco Silva.

Paixão Martins diz não ter pressa, mas admite que continua "à espera que a AR delibere". Embora a LPM ainda não esteja acreditada em termos oficiais, os consultores de marketing institucional da empresa têm sido vistos recorrentemente nos corredores parlamentares, mas com cartões de visitantes, como foi o caso de uma ini- ciativa recente que teve como cliente a Associação dos Industriais do Tomate. "Isso sempre se fez", garante Paixão Martins."

quarta-feira, 21 de março de 2007

Sobre a Agência Portuguesa para o Investimento

Nem tudo vai mal neste país, também quem trabalha bem deve ser destacado, neste caso a API que provavelmente em articulação com o Ministério da Economia, tem feito um bom trabalho na captação de investimento estrangeiro para o nosso país. Além dos desenvolvimentos no sector químico e petroquímico que têm sido anunciados, também os projectos da IKEA, Pescanova, AutoEuropa, ContinentalMabor e a HIKMA devem ser reconhecidos.
Estes desenvolvimentos parecem ser resultado de um modelo de promoção mais eficaz por parte dos responsáveis da API segundo a consultora AT Kearney.
São estes investimentos, que pela sua eficiência produtiva, pela difusão de tecnologia e know how que trazem para a nossa economia ajudarão o país a mostrar que a produtividade em Portugal pode ser tão boa como em qualquer outra parte do mundo.
Apesar do que dizem pessoas como alguns membros do Partido Comunista e outros afins que falam destas empresas como um cancro da nossa economia a verdade é que um país só tem a ganhar com a instalação de empresas deste tipo, mesmo que mais tarde voltem a sair.

Era uma vez...

Era uma vez uma pequena democracia, nesta democracia havia um Ministro das Finanças chamado Fernando Teixeira dos Santos, este Ministro após ter tentado de maneiras pouco claras manter um Director Geral da DGCI a ganhar o mesmo que ganhava, arranjando subterfúgios legais para o fazer, após a recusa deste por ter valores éticos superiores aos do Ministro, viu-se obrigado a procurar um novo Director Geral. Qual não é o espanto quando a lista de convites que o Sr. Ministro tinha era básicamente a funcionários bancários, um sector tão atacado pela classe política, estaria aqui a solução para os problemas do Sr. Ministro? Provavelmente, mas infelizmente para ele ninguém quis receber o salário equivalente ao do Primeiro Ministro, assim, lá ia ele riscando nome a nome, até que chegou ao fim da lista, com todos os nomes riscados. Nem um único funcionário com currículo do sector privado a querer trabalhar na função pública? Mas porquê? Então o Sr. Ministro teve a ideia brilhante de anunciar que o próximo Director Geral sairá directamente dos quadros da DGCI, é bom que o próximo saiba que não foi o escolhido para o cargo, é bom que saiba que foi o possível dadas as circunstâncias. É bom que o Sr. Ministro tenha vergonha e não venha fazer um anúncio como se o próximo Director Geral fosse o homem certo no lugar certo.

terça-feira, 20 de março de 2007

Este tipo devia receber um prémio...

Não sei exactamente que palavra deveria utilizar para classificar um representante dos agentes de futebol em entrevista à RTP, talvez idiota do ano?
Segundo o Sr. que nem me dei ao trabalho de fixar o nome: Portugal perde milhões de milhões de milhões de Euros com o que os empresários de futebol não licenciados fogem ao fisco. Pelas minhas contas este número será, visto que ele fala em milhões e não milhão, pelo menos dois é o número mais à esquerda € 2 000 000 000 000 000 000, é este o número que o senhor falava... Como o PIB português é de pouco mais de € 155 000 000 000 penso que a DGCI tem aqui a solução para os problemas do país. Na verdade o valor apontado pelo Sr. ultrapassa várias vezes o próprio PIB dos Estados Unidos $ 13 000 000 000 000.

Sobre o BCE

Para quem liga mais a coisas de economia, está em Portugal Giuseppe Fontana professor da Universidade de Leeds, vem falar sobre política económica, este economista é da opinião que a política do BCE é prejudicial para a economia europeia. Para quem leu um post mais antigo saberá que sou da mesma opinião. Inflação abaixo dos 2 % muito bem, mas taxas de juro demasiado elevadas para a realidade económica portuguesa no momento, significam menor consumo e menos investimento o que se traduzirá em desemprego.

Combustíveis

"Uns" não se queixam, o "outro" dá-lhe jeito e os "terceiros" é que acabam por pagar como sempre. A Autoridade da Concorrência divulgou no seu boletim trimestral que os preços da gasolina e do gasóleo demoram mais a descer em Portugal do que nos mercados internacionais onde existe liberalização. Durante os últimos seis meses do ano de 2006 a gasolina sem chumbo 95 desceu 33 % nos outros países, por cá para não provocar euforias apenas desceu 19 %, o gasóleo 23 % e por cá apenas 9 % (sim, que estes tipos não andam a dormir e sabem que o consumo de gasóleo por cá está a aumentar e o de gasolina a diminuir, por isso vamos lá a dar-lhes onde eles pagam mais). A AdC fala numa menor velocidade de ajustamento, o que pode se traduzido no é bom para "uns" e o "outro" cala-se, sendo o "uns" o aparente Cartel das petrolíferas, o "outro" o governo que dá-lhe jeito os valores mais altos porque sempre dá maior receita através do ISP e do IVA. Os "terceiros" (se ainda não adivinhou até agora quem são, eu vou dizer na mesma) os consumidores é que pagam o "ajustamento mais lento". Acho que este "ajustamento mais lento" também funciona aparentemente bastante bem com as taxas de juro dos depósitos a prazo na banca, coisa que não os parece afectar quando o reverso da medalha, ou seja o crédito concedido, acompanha perfeitamente os movimentos das taxas de referência do BCE e a Euribor.

domingo, 18 de março de 2007

Desincentivo ao trabalho

Sempre fui contra as ajudas monetárias às pessoas mais carenciadas, existem em Portugal 107 000 pagamentos do Rendimento Social de Inserção (RSI), dos quais aparentemente menos de metade dos beneficiados com este apoio procuram efectivamente melhorar as suas condições, não seria simplesmente mais fácil ajudar estas famílias sobre a forma de bens? Na minha perspectiva quando se dá apoio na forma monetária existem duas possibilidades: as pessoas que os recebem ou compram os bens e serviços que necessitam, o que ao dar o apoio na forma de bens a estas famílias não as ia afectar (a minha perspectiva). A segunda hipótese é que o dinheiro será mal utilizado, chegando em casos extremos a ser utilizado para manter dependências de álcool e de drogas. Também quanto aos apoios em forma de habitação, parece-me pouco razoável, com as devidas excepções que as famílias tenham direito a uma habitação de forma vitalícia, penso que deveria ser adoptado um modelo com limite temporal.

Portugal podia seguir o exemplo?

Numa altura em que muito se fala sobre os salários demasiado altos dos trabalhadores portugueses, eis que surge na Alemanha um acordo entre trabalhadores e empresários do sector químico para o aumento dos salários nominais em 3,6 % acrescido de um bónus a título de prémio de um pagamento único de 13 vezes 0,7 % dos lucros médios anuais. A medida vai beneficiar cerca de 550 000 trabalhdores do sector. Este aumento bem como um outro mais importante que se espera possa afectar 3 000 000 de trabalhadores de outros dois sectores da indústria é o retorno ao crescimento real de salários na Alemanha. Se estes movimentos se tornarem numa tendência europeia pode significar boas notícias para os trabalhadores das empresas do sector em Estarreja.

P. J. Mazzoni

sexta-feira, 16 de março de 2007

O mercado da água

Quem ler o Diário de Notícias com atenção terá reparado mais uma vez no bom funcionamento da nossa economia:

Mota-Engil acusa Governo de fechar mercado da água

"O grupo Mota-Engil, um dos principais operadores privados no abastecimento de água, diz que o novo plano estratégico do Governo põe claramente em causa a livre concorrência entre os operadores já presentes no mercado, ao reforçar os poderes da holding do Estado, a Águas de Portugal, na gestão e investimento nos sistemas municipais de abastecimento de água e saneamento.

No relatório de gestão de 2006, a maior construtora portuguesa, presente no sector através da Indáqua, receia que com o novo PEAASAR (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais) "as portas para as empresas privadas sejam fechadas definitivamente".

O plano estratégico aprovado pelo Governo define as linhas de orientação de 2007 a 2013, período em que o sector vai mobilizar investimentos de 3,8 mil milhões de euros, dos quais 2,1 mil milhões podem vir a ser apoiados por fundos comunitários. O PEAASAR defende a integração dos sistemas em baixa (distribuição local de água e saneamento), hoje geridos pelas autarquias, nos sistemas em alta (distribuição a nível regional) geridos por empresas multimunicipais cuja maioria do capital é detida pela Águas de Portugal. A empresa pública reforça o papel como gestora de activos e investimentos nos sistemas em baixa, que eram até agora o segmento de mercado onde as empresas privadas conseguiam entrar, via concursos de concessão municipais para abastecimento de água e saneamento. (...)"

Não é a melhor coisa do mundo viver num país onde os monopólios são escolhidos sempre que o governo actua num sector? Deve ser o início dos 150 000 novos postos de trabalho que o Sr. Primeiro Ministro prometeu falsamente quando sabe perfeitamente que o não podia prometer...
Chame lá o seu assessor de imagem e o senhor que escreve tudo o que diz e venha lá a explicação.

quinta-feira, 15 de março de 2007

O nosso hospital.

Para que serve um hospital?
Um hospital não deveria servir para melhorar a saúde e promover a equidade, como parte de um sistema nacional de saúde? Os hospitais oferecem um serviço de alto valor acrescentado para a população local que não pode ser traduzido em Euros Sr. Ministro, a função de "salvação" para situações de risco de vida é um direito que a meu ver promove a equidade. Tudo o que se pede para este pequeno concelho é que coloque aqui alguma tecnologia, algum saber, certamente precisamos dele por cá. Entendo perfeitamente que os recursos são limitados, certamente o Sr. ministro não tem nenhum desejo contra as populações dos concelhos afectados, dirá o Sr. Ministro que o sistema nacional de saúde necessita ser sustentável, pronto para enfrentar as necessidades do futuro e então as nossas necessidades Sr. Ministro? Tudo o que se pede para este pequeno concelho que provavelmente pouca gente em Lisboa conseguirá apontar no mapa é que, como serviço público, os hospitais têm de ir ao encontro das necessidades dos pacientes e do público, apenas se pede um serviço decente e dignificante. O valor público das urgências do H. V. Salreu é mais abrangente do que objectivos técnicos e financeiros. Faça do sistema nacional de saúde um sistema nacional ou chame-lhe outra coisa Sr. Ministro.
P. J. Mazzoni

quarta-feira, 14 de março de 2007

Ainda sobre o BCN

Ao contrário de outros sectores de actividade, existe uma parte das actuações ao vivo que não pode ser mudada, não se pode substituir o actor, ou neste caso o bailarino por tecnologia. É prática comum nos países da U.E., tanto quanto eu sei, não colocar o custo total das peças no preço dos bilhetes pagos para assistir a um espectáculo para não restringir de forma severa o número de espectadores. Existe também uma longa tradição de apoio não só a performances artísticas mas também a museus e outras instituições. Algumas das razões para este "financiamento" não poderão certamente ser explicadas por considerações de retorno financeiro.
Nos países escandinavos, existe uma longa tradição de suporte às actividades culturais através de subsídios, sendo uma boa parte desse financiamento não para companhias nacionais mas sim para pequenos grupos regionais e grupos independentes. A própria Dinamarca tem em mãos dois projectos dos quais não espera um retorno financeiro, de um lado uma sala para espectáculos de ópera que custou aproximadamente 202 milhões de Euros, do outro lado da rua estará o Royal Theatre que custará aproximadamente 105 milhões de Euros.
P. J. Mazzoni

Agricultura

A agricultura de Estarreja não é certamente o sector mais importante da economia local, certamente é um sector cada vez mais envelhecido. Por estes motivos penso que o objectivo do governo de que as candidaturas a qualquer apoio à agricultura a partir do próximo ano passem a ser feitas através da internet vai causar grandes dificuldades a alguns destes agricultores, se não mesmo à maioria deles. Desde já as Juntas de Freguesia ou a C.M.E. deviam preparar-se para o auxílio aos agricultores locais.
P. J. Mazzoni

Sobre o BCN

O BCN, tal como muitos projectos de cariz cultural que aparecem e acabam por desaparecer por este país, sofre de um mal comum a todos eles. Estes projectos aparecem pelas mãos de pessoas que apenas estão preocupadas com a arte sem qualquer preocupação empresaria de médio ou longo prazo. Pois bem, o BCN viveu desde o seu aparecimento com um subsídio estatal e outro local. O que estes projectos não entendem é que, se não podem viver pelo menos em grande parte com os seus próprios recursos estão condenados tal como aconteceu em outros locais a sofrer quando a política muda de orientação. Jamais seria previsível que este projecto num concelho tão pequeno pudesse sobreviver, a produção de espectáculos nunca será em quantidade suficiente para justificar o projecto. Na minha perspectiva o caminho escolhido deveria ter sido o de encontrar um espaço onde pudessem trabalham em conjunto com outros grupos com necessidades de espaço semelhantes, partilhando os custos fixos, certamente a sobrevivência seria mais provável. Da parte do BCN deveria existir neste momento grande flexibilidade, pelo que me parece ser a realidade do projecto neste momento, seria um bom momento para tentar introduzir algumas ideias novas e renovar o projecto.
Sinceramente tentei informar-me sobre a estrutura de custos do BCN e sobre as suas receitas, não consegui obter dados que permitam oferecer soluções de médio prazo mas sem um projecto empresarial para este tipo de actividades estas estão condenadas.
P. J. Mazzoni

Um bocadinho de história

Se esteve distraído, aqui está um pouco da história económica recente.
As décadas recentes mostraram uma mudança no panorama económico mundial memorável. Países que eram tradicionalmente fechados política e económicamente entraram na economia mundial. A novidade desta vez? Apenas a duplicação da força de trabalho disponível no mundo e em todos os casos a preços mais baixos do que o que se podia encontrar até então. O fim do comunismo no bloco soviético trouxe 260 milhões de novos empregados para o panorama mundial, a China ofereceu 760 milhões de trabalhadores e a liberalização da Índia cerca de 440 milhões. Juntamente com este fenómeno as mudanças tecnológicas têm vindo a diminuir progressivamente os custos de interacção entre países. As principais mudanças são a redução dos custos de comunicações, durante um certo periodo de tempo a tecnologia naval cresceu mais rápidamente que os produtos que transportava o que permitiu também uma redução das tarifas, embora ultimamente as questões de segurança e o preço do petróleo tenham mudado o cenário um pouco. As multinacionais foram rápidamente colher os frutos destes desenvolvimentos mundiais e o investimento estrangeiro no mundo começou a crescer a um ritmo duas vezes superiores ao do comércio mundial. Uma lição a retirar daqui é que o capital irá para onde o trabalho for mais barato e assim o trabalho e tecnologia serão transferidas.
Que sectores se movem da sua localização actual para regiões onde a mão de obra é mais barata? Um factor determinante é a intensidade, trabalho intensivo sem qualificações tem tendência a mudar-se para países com salários mais baixos. Outro factor importante é: a facilidade com que se pode separar essa actividade do local onde está actualmente e qual é o custo de a separar de actividades económicas relacionadas? Se as firmas em determinado sector são altamente dependentes da rede de fornecedores locais ou da especialização dos trabalhadores locais, então é pouco provável que as empresas se mudem.
A U. E. está a perder rápidamente a sua fatia que detinha do Produto mundial em termos de percentagem, um país como Portugal que se encontra entre os que mais beneficiava dos seus baixos custos quando se juntou à então C.E.E. enfrenta hoje a concorrência feroz de países dentro da União, mas acima de tudo a maior ameaça para as nossas fábricas intensivas em trabalho vem da Ásia. Na minha perspectiva Estarreja esta numa posição em que não existirão grandes ameaças a curto prazo sobre as empresas de maior dimensão cá instaladas.
P. J. Mazzoni

terça-feira, 13 de março de 2007

Porque é que não se protesta?

A política do Banco Central Europeu (BCE), ou pelo menos aquilo que passa nos discursos do seu governador é que a principal preocupação da zona Euro é o controlo da inflação. Óptimo! Mas o controlo da inflação vai significar que a nossa tão simpática e jovem moeda (o Euro) está a valorizar-se nos mercados internacionais há largos meses, (sim quando vamos passear a um país fora da zona Euro a coisa parece engraçada!) caminhando lentamente mas consistentemente para os 1,4 Dólares. Resultado: Os países como Portugal que concorrem com os países asiáticos nas exportações, com fracos mercados internos vão sofrer. A minha aposta é que os 8,8% de crescimento nas exportações por cá não se repetem tão cedo, apesar de achar estranho porque só agora cresceram a esse ritmo. Como não temos procura interna que possa compensar pela diminuição das exportações que se adivinham, também se adivinha que Portugal continuará a crescer abaixo da média europeia. Vá lá criar os 150 000 novos empregos Sr. Primeiro Ministro... O desemprego já vai nos 8,2% a nível nacional e cá pelo concelho também se vai acompanhando a tendência nacional...
P. J. Mazzoni

segunda-feira, 12 de março de 2007

O problema está na estatística

O Estarreja Efervescente, pode encontrar o link neste mesmo site, apresenta uma sondagem feita por um grupo intitulado Frente de Blogues de Saúde. Até aqui tudo bem, ou então tudo mal. Tal como advogava Carlyle o abuso na análise estatística ou a má estatística conduzem a erros. (um nome mais gentil que para mim podia ser perfeitamente chamado de outra coisa...). Meus caros senhores as amostras auto seleccionadas não podem ser levadas a sério. Para não levar este assunto para um plano técnico e para que possam entender o que estou a dizer vamos assumir que o Sr. Ministro da saúde visitava regularmente os referidos blogues, o Sr. Ministro achava esta sondagem importante e então mandava serem usados todos os computadores do ministério para votar na sondagem. Qual acham que ia ser o resultado? Meus caros senhores não é assim que se fazem sondagens.
P. J. Mazzoni

Educação

Um bom exemplo a seguir por outros autarcas: A C. M. Albergaria colocou ao dispor dos residentes no concelho dez bolsas de estudo para os alunos carenciados que queiram prosseguir os estudos para o ensino superior. Não é caso único nem sequer é prática recente noutras autarquias mas é pena pensar em apoios que se dão a projectos que deveriam ser realizados por privados (vem-me assim à cabeça o carnaval) e não colocar por exemplo o mesmo montante disponível para algo a meu ver muito mais importante e muito mais reprodutivo. O investimento em educação não atraí multidões mas certamente contribuirá a longo prazo para o enriquecimento do país.
P. J. Mazzoni

domingo, 11 de março de 2007

Não há muito tempo atrás, o livre funcionamento dos nossos mercados era travado sempre que possível pelo Estado. Quando? Sempre que uma empresa pública competia com uma privada. A novidade chama-se regulação. Os políticos em geral descobriram que não precisam mais de ser donos das empresas para as controlar, limitam-se a usar regulações estúpidas para que as empresas se comportem como eles querem. A regulação funciona de duas formas bem distintas, uma para ilibar os políticos quando as coisas correm mal. O segundo propósito da regulação básicamente serve para que as empresas grandes através dos chamados lobbies possam esmagar as empresas mais pequenas que entram no sector e tentam competir. O público compra a história que vê no noticiário enquanto come o seu jantar e pensa que o governo está a protegê-lo de riscos. Os custos são claros para quem os vê: Maiores lucros de empresas estabelecidas muitas vezes com monopólios e oligopólios, menos empregos porque os concorrentes não têm acesso ao mercado e o fim do espírito empreendedor dos cidadãos.
Tudo isto que eu escrevo é a propósito da tão adiada liberalização do mercado da energia, dos problemas que podem ser lidos e que não vou referir no blogue Notícias D'Aldeia. Claro que o que escrevo não se limita a este, mas é um exemplo na ordem do dia.

P. J. Mazzoni

Política nacional

Já faz algumas semanas que não encontrava nada no Semanário Expresso que chamasse a minha atenção como esta. A entrevista de Ângela Silva a José Miguel Júdice. Para se ver o estado da política em Portugal vou citar algumas passagens dessa mesma entrevista, convido os meus caros visitantes a lerem o resto. Podia ser hilariante se eu não morasse por aqui.

"(...) Mas espero contribuir para que as pessoas pensem: por que é que este tipo, além de ser maluco, saiu? Por que é que ninguém entra no PSD além de uns artistas, futebolistas e cantores de fado, em vésperas de eleições? Por que é que a inteligência já não se filia nos partidos?"

"Acho que o principal objectivo do Dr. Mendes foi juntar pessoas com ambições contraditórias e convicções muito diferentes e acalmá-los ali. (...)"

Apesar de me parecer contraditório aqui e ali o senhor J. M. Júdice constrói uma imagem que me parece mais que justa da política actual...

P. J. Mazzoni

sábado, 10 de março de 2007

Mais um pouco sobre a rede de Alta Velocidade

Desde 2001 e face ao Relatório preparado pela Comissão, para o Conselho Europeu de Gotemburgo, várias são as medidas preconizadas para o sector dos transportes, sendo de realçar as seguintes:

- Evitar um crescimento do sector dos transportes a par do crescimento do PIB, para assim reduzir os congestionamentos e os outros efeitos laterais;

- Operar uma transferência do transporte de rodoviário, para a ferro via e para o modo marítimo, de forma a obter, em 2010, a estrutura de repartição verificada em 1998;

- Promover um desenvolvimento regional mais equilibrado, reduzindo as disparidades hoje existentes;

- Dar prioridade ao investimento em infra estruturas destinadas ao transporte público e caminhos-de-ferro, vias fluviais, “short sea shipping” e plataformas intermodais. Em particular, a Comissão propôs, já em 2001, uma revisão das “guidelines” para as redes transeuropeias de transporte e irá promover, a médio prazo, uma revisão dos programas dos Fundos Estruturais, com vista a uma redução substancial das comparticipações nos transportes rodoviários;

Estamos um pouco atrasados no cumprimento das metas da União mas certamente o ponto que o governo fará questão de promover primeiro é o da diminuição das disparidades regionais dentro de Portugal, basta olhar para os projectos que se propõe realizar como o novo aeroporto e uma nova ponte. Os tipos cá da Beira Litoral vão pagar a SCUT deles que era só a que tinha mais benefícios em termos económicos de todas as SCUT que foram feitas neste País.

P. J. Mazzoni

A rede ferroviária de alta velocidade

A rede ferroviária portuguesa deveria ter como objectivo a ligação aos três aeroportos internacionais do continente e aos principais portos de forma a permitir uma melhor ligação com o resto da Europa. Nos países onde se efectuam planeamentos cuidados, foi implementada primeiro a rede ferroviária e só depois se decide a melhor localização para os novos aeroportos para que este último coexista com a rede. Em Portugal, como seria de esperar o projecto foi exactamente o contrário, após uma duvidosa escolha para um aeroporto, tentou-se encaixar da melhor forma a rede ferroviária de alta velocidade condicionada pela localização do aeroporto.
A compatibilidade entre a rede portuguesa e a europeia é essencial porque a nossa bitola é diferente das demais sendo necessário com a máxima brevidade que a bitola utilizada seja standard, facto que permitiria aos comboios circular livremente entre Portugal e a Europa.
Em 2010 Espanha possuirá uma rede com 7200 km de rede de velocidade elevada (máx 250 km/h) e alta velocidade (máx 350 km/h) em perfil misto, para passageiros e mercadorias com cargas que podem facilmente ultrapassar as 15 toneladas por eixo nas linhas de alta velocidade.
Para a nossa região a grande prioridade deveria ser o transporte de mercadorias para a Europa, em bitola standard e certamente o ponto de passagem estratégico para nós seria Medina del Campo perto de Valladolid, a partir deste ponto a nossa região fica com porta aberta para a Europa, Madrid bem como toda a Espanha.
Caso se concretize a ligação Aveiro Salamanca o potencial de Aveiro para servir como plataforma de produtos vindos do Porto e da Galiza é excelente pois ficariamos priveligiados com a menor distância a percorrer até Madrid e outros pontos da rede espanhola. Comparado com a passagem pelo entroncamento Aveiro Salamanca poupava 200 km a uma carga destinada a madrid quando comparado com o Entroncamento. As empresas da região Norte e Centro poderiam deslocar os seus contentores até um porto seco em Aveiro (Albergaria??) e utilizar a ferrovia para chegar mais rápidamente, com menos poluição e de forma mais segura à Europa basta olhar para o número de camiões TIR a circular no IP5.
Os custos de uma linha de alta velocidade pode variar entre os três milhões de Euros por km em zonas planas e baixa densidade populacional até aos sessenta milhões de Euros por quilómetro quando se acrescentam nas zonas mais acidentadas o custo de túneis, pontes e viadutos. O custo médio de contrução em regiões montanhosas é de cerca de trinta milhões de Euros na rede de alta velocidade o que torna ainda mais uma solução de mercadorias para Aveiro Salamanca viável pois o custo da rede de Velocidade elevada comparada com a Alta velocidada é de cerca de metade, quinze milhões de Euros. Na Galiza a opção foi a de contruir uma rede de velocidade elevada que caso tivesse sido de alta velocidade o custo teria sido de mais quatro mil milhões de Euros para os mesmos km. Nem sequer vou bater mais na mesma tecla ao falar dos custos de aquisição do material circulante que custa pouco acima de metade e que os custos de manutenção são igualmente um pouco acima de metade.


P. J. Mazzoni



sexta-feira, 9 de março de 2007

Frederic Bastiat

"It is impossible to introduce into society a greater change and a greater evil than this: the conversion of the law into an instrument of plunder."

Peço desculpa por citar Bastiat em inglês mas apenas tive acesso aos seus trabalhos escritos nesta língua, recomendo vivamente a todos os políticos, actuais e futuros.
Ao longo das suas obras, Bastiat abordou uma única questão: Que tipo de economia promove a prosperidade humana? Apesar de largamente ignorado, este economista do século XIX apresenta as questões de uma forma clara e aparentemente intemporal.

Dito isto, é a minha mais sincera convicção que Portugal e Estarreja mais especificamente estão a disputar uma "corrida para o fundo", tão obcecados estão os que nos governam com a necessidade de aumento das receitas fiscais do estado.

Apresentação

Gostaria de dar as boas vindas a todos os visitantes deste blog, aqui abordarei temas sobretudo relacionados com o concelho de Estarreja, tentarei dar um contributo com opiniões não vinculadas... Qualquer visitante interessado em deixar o seu contributo será bem vindo.